Os concelhos de Faro, Loulé e Portimão continuam a ser os que têm mais doentes com Covid-19. O concelho de Alcoutim mantém-se como o menos atingido

Pela segunda semana consecutiva nesta fase, o concelho de Faro é, no Algarve, aquele que conta com mais pessoas contaminadas, ao registar 1.826 casos ativos. Tal representa um acréscimo de 380 infetados em relação à passada semana, a 13/05/2022.
O relatório semanal da Comissão de Proteção Civil da Região do Algarve, no âmbito da Covid-19, divulgado na sexta-feira, 20 de Maio de 2022 e citando como fonte a Administração Regional de Saúde do Algarve, com dados apurados até às 15h00 do mesmo dia, manteve na posição seguinte a esse nível o concelho de Loulé, desta vez a assinalar 1.637 casos ativos (mais 367 ). E em terceiro lugar entre os mais atingidos pelo novo coronavírus nesta região do sul do país continua o concelho de Portimão, que contabilizou 1.523 casos ativos (mais 318 do que há uma semana).

Perante esses novos dados e pela nona semana consecutiva, ou seja, há mais dois meses, Faro, Loulé e Portimão são os concelhos com maior número de pessoas infetadas no Algarve. Já o concelho de Alcoutim, agora com 42 casos ativos (uma redução de 21 face há sete dias), permanece, também nesta fase, como o menos afetado pela Covid-19.
Número de doentes em enfermarias dos hospitais da região aumentou para 44, numa altura em que já estão quatro em Unidades de Cuidados Intensivos e outros quatro ventilados
Segundo aquele documento da Comissão de Proteção Civil do Algarve, contendo “dados até às 15:00 horas do dia 20 de Maio de 2022” sobre a Situação Epidemiológica na Região, na altura estavam internados em enfermarias dos hospitais 49 doentes com o vírus, o que corresponde a mais 5 do que na semana passada, a 12/05/2022.
Em Unidades de Cuidados Intensivos ficaram 4 (encontrava-se apenas 1 nesse sector), a que se juntaram 4 internados ventilados. Isto, depois de não ter havido doentes nesse estado durante quatro semanas nos hospitais algarvios.
Assim, pela segunda semana consecutiva cresceu de 45 para 57 (mais 12) o número de hospitalizados nesta região.
Houve sete óbitos no Algarve na semana passada, em que se registaram 9.922 casos ativos, correspondendo a um aumento de 1.737 doentes com o vírus. Ao mesmo tempo foram considerados curados mais 4.062 cidadãos

Por outro lado, os “dados até às 15:00 horas do dia 20 de Maio de 2022”, referentes à Situação Epidemiológica no Algarve, pela terceira semana consecutiva apontaram uma subida de casos ativos para 9.922 (mais 1.737 pessoas infetadas face há uma semana), enquanto houve um acréscimo de 4.062 recuperados (na anterior contagem, a 12/05/2022, foram 2.627). Como tal, eleva-se a 171.926 o cumulativo de recuperações desde o início da pandemia, a 06 de Março de 2020, nesta região.
Entretanto, as autoridades de saúde assinalaram mais sete óbitos (foram 12 na semana anterior) com Covid-19, no Algarve, onde desde 06 de Março de 2020 faleceram 786 pessoas.
Um novo acréscimo de pessoas sob Vigilância Ativa, agora 3.568, e, por precaução, no Domicílio, 9.873
Igualmente de acordo com este relatório semanal relativo à Situação Epidemiológica na Região do Algarve, recorde-se, até às 15h00 do dia 20 de Maio de 2022 estavam 9.873 indivíduos no Domicílio, por precaução, em consequência da pandemia, o que representa uma subida de 1.732; e 3.568 em Vigilância Ativa (mais 1.078), sob responsabilidade das autoridades de saúde.
O cumulativo de casos de infeção, no Algarve, segundo a Comissão de Proteção Civil da Região já chegou a 182.634, desde 06 de Março de 2020, quando surgiu o vírus, ao mesmo tempo que o número de casos infirmados (ou seja, negativos, após a realização de testes) ascende a 1.278.720.
Neste novo balanço, de referir que a Covid-19 tornou, na última semana, a provocar um aumento de vítimas no Algarve, com mais doentes contaminados, mais internamentos e óbitos.
Pela positiva, o destaque vai para o aumento de pessoas recuperadas, que ultrapassou o de há duas semanas.
“Obviamente que, na taxa de internamento, predominam doentes idosos” e “15 por cento são doentes relativamente jovens, com menos de 70 anos de idade” – (Horácio Guerreiro, Diretor Clínico do CHUA – Centro Hospitalar Universitário do Algarve, que incluiu os hospitais de Faro, Portimão e Lagos)

O Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), que agrega os hospitais de Faro, Portimão e Lagos, está a conseguir manter a atividade assistencial normal, embora se esteja a registar um “aumento da procura e algum acréscimo nos internamentos” de doentes com Covid-19, afirmou, na sexta-feira, dia 20/05/2022, o diretor clínico, Horácio Guerreiro, em declarações à agência Lusa. “A pressão, em termos de procura, tem sido relativamente elevada. Em termos de internamentos, a subida tem sido ligeira, por enquanto”, observou.

Naquela altura, na unidade de Portimão havia 15 doentes internados, mas nenhum em cuidados intensivos, segundo Horário Guerreiro. Já em Portimão, “a logística do hospital é diferente” e há “mais quartos individuais”, sendo possível “isolar as pessoas mesmo dentro do serviço”, adiantou o diretor clínico do CHUA.
Sublinhou, por outro lado, que os doentes mais idosos que estão internados com Covid-19 “têm situações mais graves”, porque muitas vezes “descompensam de outras situações” e patologias e, assim, “precisam de mais internamento”. “Obviamente que, na taxa de internamento, predominam doentes idosos”, referiu Horácio Guerreiro, notando que “15 por cento são doentes relativamente jovens, com menos de 70 anos de idade”, e contam com a vacinação completa, contribuindo deste modo para evitar doença grave.
Pese embora o facto de os números de infetados estarem a subir e as previsões perspetivarem um aumento de casos de Covid-19 nas próximas semanas, o CHUA “ainda tem alguma margem”. “Tem mostrado elasticidade e não estou a prever reduzir a atividade de rotina”, garantiu o aquele responsável dos hospitais algarvios

Horácio Guerreiro aproveitou para enaltecer a assistência que o CHUA tem conseguido assegurar. Esse trabalho está a ser feito com uma “elasticidade enorme” dos serviços e dos profissionais e “com um esforço enorme das equipas”, reconheceu o diretor clínico. “Mas, apesar de tudo, temos respondido à procura Covid, temos conseguido manter a atividade de rotina, de uma forma geral, preservada e, ultimamente, não temos reduzido a produção não Covid por causa dos doentes Covid”, garantiu.
Aquele responsável assegurou, ainda, que, apesar de os números de infetados estarem a subir e as previsões apontarem para um aumento de casos de Covid-19 nas próximas semanas, o CHUA “ainda tem alguma margem”. “Tem mostrado elasticidade e não estou a prever reduzir a atividade de rotina”, salientou Horácio Guerreiro, acrescentando que o fator que mais contribui para a redução da atividade assistencial é a falta de recursos humanos, sobretudo de anestesistas.
Paulo Silva
José Manuel Oliveira