COVID-19 – JORGE BOTELHO AO LITORALGARVE: “TEMOS DE TRABALHAR PARA TIRAR OS MUNICÍPIOS DO ALGARVE RAPIDAMENTE DESTA SITUAÇÃO” E “O NATAL NÃO ESTÁ EM RISCO”

“Nós   já   estávamos   à   espera,   os   números    são   o   que   são,    os    critérios    são  o   que    são    até   agora”,  admitiu   o   coordenador    na   Região   do  Algarve   da   Execução    da   Declaração   de    Situação   do   Estado    de    Emergência,   sobre   o   facto    de   oito    concelhos   algarvios    integrarem    a   lista   do   país    dos    considerados    de    alto    risco    de   contágio   para   a  Covid-19,   e   como    tal    agora   sujeitos    a   recolher   obrigatório.  E  voltou   a  deixar   avisos  à  população.

Numa altura em que São Brás de Alportel, Faro, Vila Real de Santo António, Tavira, Albufeira, Portimão, Lagos e Vila do Bispo integram a lista de um total de 191 concelhos do país considerados de alto risco para a Covid-19, estando, como tal, abrangidos pelo estado de emergência, com recolher obrigatório, numa situação definida de acordo com o critério geral do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças, de “mais de 240 casos por 100 mil habitantes nos últimos 15 dias”, o coordenador na Região do Algarve da Execução da Declaração de Situação do Estado de Emergência, Jorge Botelho, reconheceu, em declarações ao Litoralgarve, que “nós já estávamos à espera”, pois “os números são o que são, os critérios são o que são até agora”.

“VAMOS    VER    O   QUE    VAI   ACONTECER    NA    PRÓXIMA    REVISÃO    DESTE    PROCESSO”

Autor: Hugo Rocha

“Obviamente temos de trabalhar para tirar os municípios do Algarve rapidamente desta situação. Sei que a AMAL [Comunidade Intermunicipal do Algarve] vai fazer chegar um conjunto de questões ao Governo, que tem a ver com os estrangeiros, que tem a ver com alguns números regionais da saúde pública que devem ser contabilizados. Por isso, vamos ver o que vai acontecer na próxima revisão deste processo”, sublinhou Jorge Botelho.

Recorde-se que, como foi referido em conferência de imprensa pela delegada de Saúde Regional, além de equipas de futebol do Algarve e fiéis de grupos religiosos, há cidadãos estrangeiros, entre migrantes, nomeadamente trabalhadores agrícolas, e visitantes, que estão a inflacionar os números de contágio da Covid-19 nesta região do sul do país. Nesse sentido, existem concelhos que entraram na lista de municípios de risco, com elevada percentagem de novos casos de contágio de cidadãos de outros países, estimando-se que Vila do Bispo atinja os 70 por cento, a que se juntam Albufeira e Portimão.

“NÃO    QUEREMOS     SER    LIMITADOS    NA    NOSSA    CIRCULAÇÃO,    NÃO    TEMOS      NECESSIDADE     DISSO,     MAS    TAL    SÓ    DEPENDE    DE    NÓS”

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Por outro lado, em declarações ao nosso Jornal, Jorge Botelho voltou a deixar avisos às populações, de forma a tentar controlar a pandemia no Algarve: “Acho que as pessoas, os algarvios quando são confrontados com uma realidade pensam nas coisas. E têm de pensar que, agora, é o momento de modelarem os seus comportamentos, não porque temos restrições, mas porque, de momento, tem de ser assim. Têm de ser atos de vontade, porque nós não queremos ser limitados na nossa circulação, não temos necessidade disso, mas tal só depende de nós”.

“SE    FIZERMOS    UM    ESFORÇO     PARA    NOS     CONTERMOS     NESTE      PERÍODO,     PENSO      QUE     RAPIDAMENTE     A     SITUAÇÃO     SERÁ     ULTRAPASSADA”

E insistiu: “Sabemos as regras, sabemos o que está a acontecer sobre os critérios, mas individualmente temos de fazer alguma coisa para impedir que as regras se apliquem à nossa terra. Porque se se aplicarem à nossa terra, isso quer dizer que nós vamos ter questões económicas, de trabalho, de emprego, de sustentabilidade  [em causa], não podemos ir ao restaurante ao fim-de-semana. E tudo isso tem implicações. Isso só depende de nós. Por isso, se fizermos um esforço para nos contermos neste período, penso que rapidamente a situação será ultrapassada”.

Jorge Botelho reconheceu como “uma situação que me preocupa bastante”, por exemplo, o facto de muitos restaurantes no Algarve terem de fechar ao fim-de-semana, com o consequente risco de desemprego, devido ao recolher obrigatório nesta fase do estado de emergência nalguns concelhos da região.

“SINCERAMENTE,    ESPERO    QUE    A    REUNIÃO    FAMILIAR     DE    NATAL      VAI    PODER    ACONTECER,    MAS    VAMOS    VER     EM    QUE     CONDIÇÕES”

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E se mesmo assim, muitas pessoas continuarem a cometer excessos, com encontros, ajuntamentos, falta de cumprimento das regras sanitárias, sem uso da máscara, será que o Natal poderá estar em risco? Jorge Botelho prefere afastar cenários pessimistas, embora se mostre prudente e deixe mais recados: “O Natal não está em risco, obviamente, porque nós havemos de adaptar-nos. Todas as famílias vão ter de se adaptar de alguma forma. Vamos ver o que é que vai acontecer. Sinceramente, espero que a reunião familiar no Natal vai poder acontecer, mas isso, obviamente, vamos ver em que condições”.

José Manuel Oliveira