PRÉMIOS COVID: OUTRA DESILUSÃO PARA OS ENFERMEIROS

Souberam ontem. De fora ficou a maioria dos profissionais de saúde do Algarve, entre eles, os enfermeiros.

A norma aprovada por unanimidade na Assembleia da República e depois regulamentada pelo Governo foi tão restritiva que “premiou” muito poucos. No CHUA foram cerca de 10% dos profissionais da saúde, das várias categorias. Nos Centros de Saúde da região nem 10 enfermeiros “couberam” nos critérios definidos pela Lei.

As vozes de descontentamento dos profissionais são mais que muitas. Como é possível que mesmo os que estiveram em áreas dedicadas à Covid-19, os que fizeram milhares de colheitas de zaragatoas em diferentes contextos da comunidade, os que estiveram em Zonas de Apoio à População, os que nos diferentes serviços hospitalares e da comunidade contactaram com suspeitos ou doentes Covid (algumas vezes sem se saber), os que ficaram infetados e doentes, os que de uma forma ou de outra contribuíram para combater a epidemia, também na gestão e no planeamento/assessoria não tenham sido contemplados?

Nem é pelo valor do prémio, dizem com desalento! É pela falta de reconhecimento das incontáveis horas de dedicação. De facto, o prémio ficou pela metade depois dos descontos! Mesmo a alguns que estão dentro dos critérios, não viram ainda este mês o seu pagamento. Foi uma falha… ouviram.

A falta de respeito é indescritível e já vem de trás. Usados até ao limite quando necessários, mas esquecidos nas condições de trabalho. O descongelamento das progressões ainda por concretizar a 500 enfermeiros do Algarve, assim como outros problemas por resolver, mas sem resposta quer por parte da ARS Algarve, quer por parte do CHUA, que nem sequer responde aos pedidos de reunião do SEP.

É necessário e urgente que se iniciem negociações para a verdadeira compensação do risco e penosidade associada à natureza das funções dos enfermeiros.

Autor: Direcção Regional de Faro do SEP