O Partido Democrático Republicano (PDR) acaba de endereçar uma carta aberta ao Presidente da República a solicitar o cancelamento das celebrações do 25 de Abril programadas para a Assembleia da República (AR) ou, na impossibilidade de tomar uma decisão deste género, ao seu não comparecimento deliberado ao evento como forma de respeitar os sacrifícios dos portugueses nos últimos 45 dias.
No documento, Bruno Fialho começa por dizer: “…Tal como Salgueiro Maia foi um timoneiro para o povo português naquela época, um Presidente da República deverá ser sempre uma figura de união e de liderança, nunca o oposto. Tal como Salgueiro Maia, um presidente deve estar acima de quaisquer interesses ou ideologias e deve lutar pelos seus ideias sem esperar nada em troca, ao contrário de tantos políticos que hoje em dia vemos perfilar pela nossa sociedade”.
Em seguida, o responsável deixa bem clara a sua posição e do partido que representa:“…O que deveria ser um acto de decência e de respeito para com os portugueses que têm sido privados, por Vossa Excelência e pelo nosso Governo, de poderem estar normalmente com a família mais próxima, de enterrar com dignidade os seus entes queridos ou amigos, de visitarem pais e avós nos lares ou nos hospitais, de passar datas festivas importantes em família”. Acrescentandoainda: “…reprovo veementemente que este ano se realizem as comemorações do 25 de Abril na Assembleia da República, porque considero uma afronta aos portugueses comemorar-se qualquer que seja a data neste momento de luto nacional e em que muitas famílias se estão a ver em grandes dificuldades económicas.”
O texto relembra ainda que, lá fora,”…muitos governos de países europeus decidiram cancelar os seus eventos públicos” e que, por cá, “…recordo que Vossa Excelência, inclusivamente, já decidiu em sentido contrário, ao que se vai realizar no próximo dia 25, ao anular as comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas que estavam previstas para o mês de junho no Funchal e junto das comunidades portuguesas na África do Sul”.
Por fim, o Bruno Fialho questiona:“…será que a democracia portuguesa fica em perigo se, este ano, deixarmos de comemorar o 25 de Abril na Assembleia da República, por um acaso perder-se-á a identidade nacional ou a soberania ou os saudosistas de um tempo passado irão vingar subitamente?”. Respondendo logo em seguida: “Estou convicto que não”.
Por último, o partido concretiza: “…apelo a Vossa Excelência que não traga mais desunião aos portugueses e solicite o cancelamento das comemorações do 25 de Abril ou, na impossibilidade de o fazer, comunique simplesmente que por uma questão de exemplo e solidariedade para com uma nação em quarentena imposta, não irá comparecer às mesmas”.
Autor: T. C.