“Sem desvalorizar esta nova realidade dos contactos telefónicos, da consulta telefónica, situação que veio para ficar”, mesmo depois da pandemia da Covid-19, o presidente do Conselho Diretivo da Administração Regional de Saúde do Algarve, Paulo Morgado, mantém a aposta na relação direta, frente a frente, entre profissionais do sector e utentes dos serviços. “Continuamos a valorizar aquilo que são os cuidados presenciais, a observação do médico, do enfermeiro. Portanto, tudo isso não é imediatamente substituível pelo telefone”, garante.
“Somos a única região do país, onde existem mais consultas presenciais do que consultas não presenciais”. Quem o diz, em declarações ao Litoralgarve, é o presidente do Conselho Diretivo da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, Paulo Morgado, que, embora sem ter apresentado valores, assumiu que tal “é uma realidade dos números, é uma constatação, porque sempre valorizámos esses cuidados presenciais, obviamente sem desvalorizar esta nova realidade dos contactos telefónicos, da consulta telefónica, situação que veio para ficar”.
Segundo aquele responsável, “há muitos problemas dos utentes que podem ser resolvidos de uma forma simples e eficaz para todos, quer para o sistema, quer para o próprio utente, através de uma consulta telefónica. Isso é a nova realidade, veio para ficar. É uma realidade de agora e do futuro. Vai ficar para depois do Covid”. “Mas obviamente – frisa Paulo Morgado – continuamos a valorizar aquilo que são os cuidados presenciais, a observação do médico, do enfermeiro. Portanto, tudo isso não é imediatamente substituível pelo telefone”.
USO DA MÁSCARA “OBRIGATÓRIO É SEMPRE DIFÍCIL. TERÍAMOS DE TER UM POLÍCIA EM CADA ESQUINA”
Numa altura em que continuam a aumentar novos casos de Covid-19 em Portugal e, em particular na região algarvia (onde existiam 650 casos ativos na passada semana), o presidente do Conselho Diretivo da ARS / Algarve reconhece que é difícil a imposição, por parte das autoridades de saúde, do uso obrigatório da máscara em todo o lado – incluindo a rua – como reforço das medidas de segurança, mesmo que a situação se venha a agravar.

“Eu defendo o uso da máscara quer em espaços fechados – obviamente isso sim, todos estamos de acordo – quer em espaços abertos onde não seja possível garantir aquilo que é o distanciamento social, portanto em aglomerações, ou em agrupamentos de pessoas que não são da mesma família, que não são mesma bolha, como se costuma dizer agora. Isso faz todo o sentido. Obrigatório é sempre difícil. Teríamos de ter um polícia em cada esquina para poder fazer [cumprir]. É uma questão de consciência individual. E, obviamente, se todos cumpríssemos isso, controlaríamos melhor esta situação”, sublinha Paulo Morgado.
“AS AUTORIDADES TÊM DE FAZER CUMPRIR AQUILO QUE SÃO AS NORMAS E A LEI EM VIGOR”
Contudo, se muitas pessoas ignorarem as recomendações da Direção-Geral da Saúde no que respeita às normas de segurança, desde o distanciamento social ao uso da máscara, para enfrentar a pandemia da Covid-19, o presidente da ARS/Algarve não tem dúvidas de que os próximos tempos serão mais difíceis. “Se as pessoas ignorarem, vai ser pior. Mas, obviamente, as autoridades já estão a atuar, já estão a autuar com multas de várias centenas de euros a pessoas que não cumprem as regras. E eu acho que isso tem de acontecer. As autoridades têm de fazer cumprir aquilo que são as normas e a lei em vigor”, avisa.
“ESTAMOS PREPARADOS PARA O OUTONO / INVERNO”
Por outro lado, Paulo Morgado considera que o Algarve está preparado para o período de Outono / Inverno, numa altura em que a juntar ao aumento da Covid-19, as autoridades de saúde perspetivam casos de gripe, situação habitual nesta altura do ano. “Estamos preparados para o Outono / Inverno. As vacinas [contra a gripe] já começaram, estão a seguir a bom ritmo. Ainda não temos valores, porque há muitos poucos dias que começámos. A situação está a correr muito bem”, concluiu o presidente do Conselho Diretivo da Administração Regional de Saúde do Algarve, numa altura em que a vacina contra a gripe começou pelos profissionais de saúde, residentes nos lares de idosos e Rede de Cuidados Integrados.
Autor: José Manuel Oliveira