O recado de André Ventura a militantes do Chega: “Os nossos adversários não estão só lá fora, como estão cá dentro. São eles a dar as armas e não percebem que estão a ser os idiotas úteis de um regime que só os quer usar para nos destruir”

No final do jantar do Chega, na Meia-Praia, em Lagos, a marcar a ‘rentrée’, o líder nacional, André Ventura, já ao início da madrugada, não poupou ninguém, lançando críticas até a militantes do seu partido. Fez um auto-elogio como presidente, esperando a sua reeleição nas próximas eleições internas, lamentou “perseguições”,  garantiu que vai continuar “ao lado dos portugueses” a resistir  e evocou a Bíblia para prometer a vitória contra o socialismo em Portugal.

José Manuel Oliveira

“Não vai ser um ano [político] fácil. (…) Não somos menos competentes do que outros; somos é o partido mais perseguido, essa é que é a diferença!” Entre música e aplausos, foi com estas palavras dirigidas ao Tribunal Constitucional, acusando-o  de “força de bloqueio”, que o líder do Chega, André Ventura, começou por empolgar cerca de 250 militantes de várias zonas do país, nomeadamente elementos das distritais, deputados e membros da Comissão Nacional, entre outros, já ao início da quente madrugada (00h.14m.) da passada sexta-feira, 24 de Agosto de 2023, no palco instalado perto de uma piscina na esplanada do bar-restaurante ‘Duna Beach’, situado na Meia-Praia, em Lagos, a assinalar a ‘rentrée’ deste partido político. 

“Somos o partido mais perseguido, essa é que é a diferença” (…) “Vamos resistir a todos os ataques das instituições em Portugal!”

André Ventura lembrou que, na Assembleia da República, “o [nosso] Grupo Parlamentar, num ano e meio, lutou e fez barulho”, mas “mais uma vez não tem estabilidade.” “Não conheço nenhum partido que tenha realizado convenções em quatro anos. Não somos menos competentes do que outros; somos é o partido mais perseguido, essa é que é a diferença”, sublinhou, acusando o Tribunal Constitucional de “força de bloqueio de partidos em Portugal”, ao lembrar, nomeadamente, a situação de impasse criada pelo ADN (Alternativa Democrática Nacional) e por uma personalidade que contesta a estrutura do Chega,

na apresentação da lista deste partido nas eleições para o parlamento na Região Autónoma da Madeira, a realizar no dia 24 de Setembro, e onde as mais recentes sondagens o apontam como a terceira força política.

“Querem derrotaram-nos? Derrotem-nos nas urnas e não na secretaria do Tribunal Constitucional”, desafiou André Ventura, considerando que se “o Chega for excluído” nas eleições na Madeira, “é a democracia que está em causa.” “Vamos resistir a todos os ataques das instituições em Portugal!”, insistiu.

Em seguida, o presidente do Chega lembrou outro tema que tem dominado a actualidade, sobre alegadas “notícias falsas” lançadas pelo seu partido, com imagens do Jornal ‘Público’ e da ‘Rádio Renascença’, situação que já está a ser alvo de investigação judicial. “Num país que já tem tantos problemas, o Ministério Público e a Polícia Judiciária estão a perder tempo”, acusou, falando em “perseguição.” E com ironia à mistura, provocando até gargalhadas na plateia, disse que este caso merecia “prisão perpétua” ao Chega, ou “castração química…”

Entretanto, o Sindicato dos Jornalistas referiu, em comunicado, que “acompanha com preocupação as notícias que «redes sociais ligadas ao Chega» estão a manipular páginas ‘online’ legítimas de órgãos de informação, como o ‘Público’ e a Rádio Renascença’, aproveitando o cabeçalho e copiando o tipo de letra, para disseminar notícias falsas de verdadeiras.” E adiantou: “O Sindicato dos Jornalistas encara como muito positivo o anúncio de uma investigação do Ministério Público a estas práticas denunciadas pelo Jornal ‘Público’ e pela ‘Renascença’, e que foram partilhadas pelo líder do partido, André Ventura.”

“O doutor António Costa disse que, em 2017, não iam faltar médicos de família a ninguém. Era isto que eu gostava de ver julgado em Portugal”

Nesse sentido, o dirigente máximo do Chega apontou baterias ao governo socialista: “O doutor António Costa disse que, em 2017, não iam faltar médicos de família a ninguém. Era isto que eu gostava de ver julgado em Portugal.” Ouve-se música e agitam-se bandeiras do partido e algumas bandeiras nacionais. “Só que a obsessão de nos atingir é tão grande, tão grande, que pouco importa. E o país atravessa esquizofrenia mediática, em que só importa atacar o Chega. De manhã à noite, rádios, jornais, televisões, comentadores passam o dia nisto, as coisas mais absurdas que se podem ouvir, sempre com um objectivo: destruir-me e aniquilar-me”, frisou.

E prosseguiu: “Em muitas casas e ruas deste país, eu tenho a certeza de que sabem o que é que significa resistir. Tenho a certeza de que sabem porque sentem essa indignação dentro deles próprios. Uma coisa é jogar o jogo democrático, outra é quando todos, todas as instituições se conluiem e conspiram para nos destruir. Eu não sei da vossa parte. Eu resistirei até à última gota de sangue que tenho no meu corpo”. Escutam-se muitos aplausos entre o público.

Recado a militantes do Chega, evocando uma “famosa actriz americana, que disse: «O problema com as corridas de ratos é que mesmo quando ganhamos, nunca deixamos de ser ratos»

André Ventura continuou o seu rol de críticas, desta vez com recados para o interior do seu próprio partido: “Muito me custa ver, companheiros, e lamento ter de falar disto hoje, quando devia estar a olhar para fora. E o que me custa ver é que tantas vezes os nossos adversários não estão só lá fora, como estão cá dentro. São eles a dar as armas e não percebem que estão a ser os idiotas úteis de um regime que só os quer usar para nos destruir, que não quer saber deles para nada (palmas na assistência), que só os quer usar e deitar fora (mais palmas). Se fosse um cão, ou um gato a dizer mal do André Ventura e do Chega, também teria lugar ali. E o que custa ver é que não percebem que estão a fazer esse papel.”

Depois, citou uma “famosa actriz americana” (cujo nome não mencionou), que disse isto: «o problema com as corridas de ratos é que mesmo quando ganhamos, não deixamos de ser ratos.»” E, num novo recado aos militantes do Chega, acrescentou, em jeito de ironia: “eles nunca deixarão de ser ratos”. Repetiu a frase. O público voltou a aplaudir.

“Queriam fazer uma festa ao corrupto do presidente brasileiro”, na Assembleia da República, nas comemorações do 25 de Abril, “e na hora certa erguemo-nos contra a corrupção”, depois de ameaças, com mensagens «vamos atrás de vocês», «vamos atrás de ti»”

“Nós percebemos porque é que não gostam de nós. Nós percebemos isso. Desde 25 de Abril que percebemos muito claramente porque é que não gostavam de nós. Queriam fazer uma festa ao corrupto do presidente brasileiro [numa alusão a Lula da Silva – n.d.r.].Ouvem-se « uuuhhh», gritos de protesto. “Queriam que fizéssemos parte dessa festa, desse jogo de milhões de dólares, de reais e de euros distribuídos entre os dois países e que tanto mal nos fez. Queriam que nos ajoelhássemos, que gracejássemos e que festejássemos, com um corrupto de um presidente que chegava ao parlamento português para ser recebido em festa. Lutámos, levantámo-nos, erguemo-nos contra todos e com toda a pressão que só eu e as minhas memórias saberão qual foi, um dia. E aquilo que passámos nos dias e nas horas anteriores àquele momento, os contactos, os telefonemas, as mensagens, a pressão do «vamos atrás de vocês», do «vamos atrás de ti», o que para nós valeu o mesmo que nada. Na hora certa, levantámo-nos contra a corrupção. Porque nós só temos uma dívida: não é ao banco; é ao povo português. Essa dívida é a que temos de honrar”. Surgem mais aplausos na esplanada.

“Algarve destruído, dezenas de regiões que se sentiram abandonadas, promessas não cumpridas, país adiado, oportunidades perdidas”

Após um breve pausa, André Ventura voltou a insistir: “Nós percebemos porque é que não gostam de nós. Porque quando António Costa vai àquela Assembleia da República, ele só leva pancada de um sítio. É da bancada do Chega. E ele ri-se, toca no pescoço e tenta acalmar-se. Mas eu sei, porque o conheço, ali olhos nos olhos, que ele está a sentir aquela vibração negativa a tocar-lhe no corpo. Aquilo que mais nenhum outro partido faz. Foi para isto que vocês votaram em nós; foi para isto que os nossos eleitores votaram. Não foi para vir dizer que ele estava a fazer um grande trabalho, para lhe pedir emprego, ou para lhe passar as mãos pelas costas. Foi para falar deste Algarve destruído, foi para falar das dezenas de regiões deste país que se sentiram abandonadas, das promessas não cumpridas, do país adiado, das oportunidades perdidas. E só ele, só ele sabe a força única que nós temos ali. Só nós lhe fazemos frente.”

Das acusações a Mariana Mortágua, líder do Bloco de Esquerda, que “estava a ‘comer’ três salários de jornais e televisões, enquanto recebia a exclusividade parlamentar”, ao lamento da falta de uma Direita em Portugal

“Até os bloquistas gostam de chachar acima de toda a suspeita”, notou, a certa altura, André Ventura. “Fomos nós que ali estivemos a dizer que a mesma líder do Bloco de Esquerda, agora eleita (Mariana Mortágua), que nos acusava e acusava a mim, de ter vários salários, estava a ‘comer’ três salários de jornais e televisões (palmas), enquanto recebia a exclusividade parlamentar (mais palmas). É por isso que não gostam de nós, porque nós não nos calamos”, assegurou.

“Mas, infelizmente – lamentou – nós também não temos uma Direita em Portugal. E nem sequer temos uma Direita que pudesse gostar de nós.”

“O mesmo PSD que votou contra as nossas [propostas de] descida de impostos nos orçamentos [de Estado] anteriores, agora quer baixar impostos”

A dada altura, André Ventura recordou o que já havia dito no encontro com os jornalistas (a anteceder este jantar do Chega), sobre o presidente do PSD, Luís Montenegro, na denominada Festa do Pontal, no Calçadão de Quarteira, concelho de Loulé. Foi uma “noite penosa”, observou, referindo-se ao discurso acerca da reforma fiscal proposta pelos sociais-democratas. “É baixar os impostos. Não interessa como! O mesmo PSD que votou contra as nossas [propostas de] descidas de impostos nos orçamentos [de Estado] anteriores, agora quer baixar impostos” (palmas).

“Somos o partido mais popular deste país”, afirmou, sem rodeios, André Ventura, criticando, depois, as instituições bancárias. É que, referiu, “no momento mais difícil para tantas famílias para pagar casa, para conseguir pôr comida na mesa, eu não aceito que a banca se esteja a encher de lucros e as famílias não consigam pagar a prestação da casa.” O ambiente aqueceu ainda mais com palmas e música. “Os bancos que os nossos impostos salvaram, anos de impostos para salvar BCP, Novo Banco, Caixa Geral de Depósitos, esses bancos agora são os primeiros a olhar para o lado, quando tantos não conseguem pagar a prestação da casa.” E voltou a desafiar o PSD “a ter a coragem de taxar a banca para baixar o crédito à habitação em Portugal às famílias portuguesas”, recordando, a propósito, o sucedido em Itália, por iniciativa da primeiro-ministro, Georgia  Meloni. De novo, ouvem-se palmas na assistência.

“É essa ousadia fiscal que temos de ter!”, reforçou, ente mais aplausos.

Já no tocante à inflação, André Ventura voltou a lembrar que, “nos últimos dois anos de guerra [na Ucrânia], o Estado arrecadou mais de metade da receita fiscal que tinha arrecadado no anterior” período, perguntando: “para onde é que foi esse dinheiro?”. “Dinheiro que o Estado não fez nada para arrecadar. Mas nós já estamos habituados a isto…”

“Eu passo horas do meu dia a ler correspondência que me enviam para o parlamento. E sabem o que me dizem? São pais que não conseguem pagar o material escolar dos filhos, ou o transporte para a escola. Homens e mulheres que não conseguem pagar os lares onde os seus pais estão; famílias que já não conseguem pagar o gasóleo, ou a gasolina dos seus automóveis; famílias que não conseguem pagar as suas casas”

E no seu habitual estilo sem papas na língua, o presidente do Chega voltou a destacar problemas dos cidadãos e a desafiar, nomeadamente o PSD a tomar posições perante o governo: “O sistema fiscal português levou a que, nos vários segmentos de mercado, o Estado não parasse de arrecadar dinheiro. Eu passo horas do meu dia a ler correspondência que me enviam para o parlamento. E sabem o que me dizem? São pais que não conseguem pagar o material escolar dos filhos, ou o transporte para a escola. Homens e mulheres que não conseguem pagar os lares onde os seus pais estão; famílias que já não conseguem pagar o gasóleo, ou a gasolina dos seus automóveis; famílias sem conta que não conseguem pagar as suas casas. E eu pergunto: mais do que qualquer conversa de reforma fiscal, a Direita não devia estar, hoje, a exigir a António Costa, que cinquenta por cento daquilo que recebeu com a inflação devia ser para devolver aos portugueses, para aqueles que possam pagar menos de crédito à habitação, para que possam pagar menos de alimentação, menos de gasóleo, menos de gasolina? Não era isso que devíamos estar a dizer?”

“Meus amigos: nunca tenham dúvida deste presidente que têm diante de vocês! Se eu tiver de escolher entre a banca e os portugueses, eu escolherei sempre o lado dos portugueses, que são esses que representamos!” Novamente ouvem-se muitos aplausos, música, enquanto bandeiras do Chega e da República Portuguesa são desfraldadas entre militantes do partido.

Críticas ao Banif, BCP, BES e Novo Banco, por terem lesado pessoas que depositaram, nestas instituições, as poupanças de uma vida.“Acreditaram numa banca que o Presidente da República, Cavaco Silva, dizia que era sólida, que era capaz de sobreviver [e afinal] perderam tudo.”

Depois de criticar os sucessivos atrasos nos julgamentos do antigo líder do grupo Banco Espírito Santo, Ricardo Salgado (“só para nós é que há julgamentos rápidos…”), André Ventura arrasou instituições de crédito e o ex-Presidente da República, o social-democrata Aníbal Cavaco Silva, por ter lesado “pessoas, cujas poupanças de uma vida toda, as colocaram no Banif, no BCP, BES, Novo Banco.” Isto, porque “acreditaram numa banca que o Presidente da República, Cavaco Silva, dizia que era sólida e que era capaz de sobreviver [e, afinal] perderam tudo. O que lhes dizem é paciência… Como se fosse o mesmo que jogar no casino, no vermelho, ou no preto, e dizer paciência. Não, meus amigos: no casino vai, ganha e perde, quem tem dinheiro para o fazer. Nas poupanças na banca, vai quem tem as poupanças de uma vida. Nós nunca nos esqueceremos dos lesados da banca, ex-combatentes, homens e mulheres que podem já não significar votos, mas são a nossa História e a nossa alma. Estaremos lá por eles. Mais uma vez, voltaremos a lutar por eles no parlamento português.” Ouvem-se palmas e música. “Por muitos obstáculos que nos coloquem, nós vamos continuar a lutar!” – prometeu.

Pouco depois, falando, de novo, para o interior do seu partido, nomeadamente para dirigentes, autarcas “e futuros candidatos”, André Ventura deixou mais recados: “sim, nós teremos mais uma convenção; sim, teremos novas eleições. Mas eu estou convicto de que, com todo o trabalho que fizemos, voltaremos a merecer a confiança dos militantes do Chega. E quero estar convicto de que a nossa luta continuará a ser contra o governo socialista e contra o PS.”

“No dia em que este partido se perder em guerras internas, em declarações da alínea a, da alínea b, ou da alínea c, e se se fechar em si próprio, nós até poderemos ser mais felizes, mas não vamos cumprir a tarefa que prometemos cumprir. Não vamos cumprir o desígnio que prometemos aos nossos cidadãos”, disse.

“O Chega não é uma clínica de psicoterapia, nem de psiquiatria”

“Não estamos aqui para os nossos egos exacerbados, para os lugares que gostávamos de ter e não temos, ou para os sonhos perdidos da nossa infância”, observou. E aproveitou para, com ironia, lançar mais um aviso aos militantes do partido que lidera: “O Chega não é uma clínica de psicoterapia (ouvem-se gargalhadas e aplausos), nem de psiquiatria (mais palmas na assistência). O Chega é um partido político que quer mudar Portugal! (mais aplausos).”

Já a pensar na disputa de eleições internas, antes dos próximos actos eleitorais a nível nacional (para as europeias, autárquicas, legislativas e presidenciais), André Ventura tornou a insistir num apelo: “e, por isso, eu tenho a certeza de que o partido nos vai, mais uma vez, dar a confiança de que precisamos para a tarefa que temos de concluir.”

Chamou “ladrão” a “António Costa, primeiro-ministro de Portugal”, devido à elevada carga fiscal”

Após criticar o valor de “34,4 por cento do PIB (Produto Interno Bruto) nos nossos piores anos da crise portuguesa, do tempo da ‘Troika’ [no governo de Passos Coelho e Paulo Portas – n.d.r.], André Ventura indicou: “hoje, se teoricamente estamos assim tão bem, a nossa carga fiscal é de 36,4 por cento do PIB”. E, por isso, até chamou “ladrão” a “António Costa, primeiro-ministro de Portugal.” Mais palmas na assistência.

“Na habitação: que soluções, o que vamos ter para a habitação, para os que não conseguem pagar casa? A saúde, em todos os distritos, a começar [pelo de Faro] – (referiu “Algarve”) – não existe. Mais um homem morreu [no Hospital Beatriz Ângelo, em Lisboa – n.d.r.), por não ter sido transportado a tempo” para outra unidade hospitalar. Os impostos que aumentam; falta de água e da agricultura, que morre; da TAP, que se confunde e leva o nosso dinheiro todo, para, depois, fazer figuras tristes de pancadaria no Ministério das Infraestruturas; de um país à deriva a branco e preto. É esse país pelo qual nós temos de continuar a lutar!”

Ao  destacar  o ‘Evangelho segundo João’,  com a frase «Neste mundo, vocês terão muitas aflições, mas, mesmo assim, tenham ânimo. Eu venci o mundo», André Ventura já antevê: “Nós, no fim, venceremos o socialismo”

A concluir a sua intervenção, que se prolongou por mais de meia-hora, na ‘rentrée’ do Chega, André Ventura, ao evocar a Bíblia e citando o “Evangelho segundo São João”, recordou “uma frase que me marcou muito em jovem: «Neste mundo, vocês terão muitas aflições, mas, mesmo assim, tenham ânimo e tenham força. Eu venci o mundo.» Ele venceu o mundo. Nós, no fim, venceremos o socialismo”, perspectivou, antes de o público se levantar com aplausos e ao som da música. O relógio marcava 00h.45m. de sexta-feira, 25 de Agosto de 2023, numa noite bastante quente, a rondar os trinta graus centígrados, mesmo perto do areal da Meia-Praia, em Lagos. E pouco depois, cantou-se o Hino Nacional.