“Lagos está pior do que Lisboa em termos de  segurança!”

Residentes e turistas lamentam ser abordados, até em pleno dia no centro da cidade de Lagos, a poucos metros de distância da instalações da Polícia Municipal e do posto da Polícia de Segurança Pública, por indivíduos que perguntam se querem comprar droga.

A poucos meses do Verão e numa altura em que se intensifica o aumento do tráfico e consumo de estupefacientes em Lagos, não faltam episódios a esse nível no centro da cidade, nomeadamente desde a Rua 25 de Abril de 1974, até ao Largo da Porta de Portugal, entre a estação dos CTT e a Casa de Doces Regionais Taquelim Gonçalves. Ou seja, a poucos metros do edifício onde funcionam a Polícia Municipal de Lagos e um posto  da Polícia de Segurança Pública.

No passado dia 04 de Abril, à tarde, quando estava sentado num dos bancos de madeira instalados naquela zona, a apanhar sol, um casal residente na zona de Lisboa e que, entretanto, aproveitou a semana da Páscoa para vir passar uns dias a Lagos, onde, também, tem casa, foi, segundo o ‘Litoralgarve’ apurou, abordado por um “homem com aspeto de etnia cigana, aparentando entre 20 e 30 anos de idade ” e que lhe perguntou: “os senhores querem comprar droga?”

Estupefacto com o sucedido, o casal, importunado, reagiu, dizendo: “nem em Lisboa me perguntam uma coisa dessas?…” O indivíduo, traficante, acabou por se afastar do local.

“Lagos está pior do que Lisboa em termos de segurança!” – desabafou esse casal a uma pessoa amiga, que mora nesta cidade do barlavento algarvio.

“Óh  amigo,  onde  há  bom  haxixe?”

Já no Verão de 2022, um indivíduo residente em Lagos foi também abordado numa zona do centro da cidade, por um homem que lhe questionou: “óh amigo, onde há bom haxixe?” A pessoa importunada limitou-se a responder: “deixa-me em paz.” E, pelos vistos, quem andava a tentar comprar droga, acabou por sair do local, eventualmente, à procura de outros contactos…

                      

Homem    perguntou   a    uma    autarca  do  PS   de   Lagos,  se   queria   comprar  cocaína,  quando   a   senhora   estava   num   café  situado   no   centro   da   cidade 

Segundo agora apurámos, igualmente no ano passado, um homem perguntou a uma autarca socialista de Lagos, quando ela estava sentada num café, no Largo da Porta de Portugal, em plena zona central da cidade, se queria cocaína. A autarca do PS nem queria acreditar no que ouvia e acabou por denunciar o caso durante uma sessão pública do município local.

                           

Também não falta quem tente enganar, essencialmente turistas, com produto que, afinal, é louro prensado ou cera, para ludibriar visitantes nesta cidade, como se de droga se tratasse, acabando por transmitir  uma imagem de insegurança a Lagos

Sabe-se, entretanto, que há indivíduos de etnia cigana, residentes na zona de Portimão, a importunar pessoas no centro da cidade de Lagos, para lhes tentar vender droga. E também não falta quem tente enganar, essencialmente turistas, com produto que, afinal, é louro prensado ou cera, para ludibriar visitantes nesta cidade, como se de droga se tratasse, acabando por transmitir  uma imagem de insegurança. Em termos legislativos, criminalizar o aliciamento à compra de produto estupefaciente, ou outro, como se deste se tratasse, é encarado como uma das formas possíveis de combater a nefasta situação.

“Para que serve um agente das forças de segurança ter bastão, cassetete e pistola? É só para exibir à população  (…)  se tiver de utilizar essas armas e acabar por ferir algum criminoso, mesmo para se defender e repor a ordem pública, poderá acabar por ser condenado pelos tribunais e, ainda, terá de pagar uma indemnização.”

Já um antigo polícia no Algarve, em conserva com o nosso Jornal, observou: “para que serve um agente das forças de segurança ter bastão, cassetete e pistola? É só para exibir à população. Isto, porque se tiver de utilizar essas armas e acabar por ferir algum criminoso, mesmo para se defender e repor a ordem pública, poderá acabar por ser condenado pelos tribunais e, ainda, terá de pagar uma indemnização.”

“O que está em causa ao nível da justiça em Portugal são as leis que acabam, na realidade, por proteger  muitos criminosos e eles sabem disso. Por isso, muitos continuam impunes…”, acrescentou, indignado com o problema.

Em atualização

José Manuel Oliveira