Kacper Zuk derrota Nuno Borges e sagra-se campeão do M25 Vale do Lobo Open

Kacper Zuk chegou a Portugal como campeão e será na mesma condição que se despedirá do nosso país: uma semana depois de conquistar o título no ITF de 25 mil dólares de Hamburgo, na Alemanha, derrotou Nuno Borges para repetir a proeza no Vale do Lobo Open, que a Premier Sports e a Federação Portuguesa de Ténis organizaram ao longo dos últimos oito dias na Vale do Lobo Tennis Academy.

No primeiro encontro de sempre entre ambos, o segundo cabeça de série e número 285 do ranking ATP venceu por 6-4 e 6-3 para ficar com o título quando estavam decorridos 81 minutos de encontro.

A final decidiu-se com duas quebras de serviço, uma em cada set. Muito consistente desde o início, Zuk não tremeu no serviço e conseguiu anular as três oportunidades de break criadas por Borges (que esta semana surge no 458.º posto ATP), com o português a revelar alguma quebra física consequente de uma semana exigente, em que também atingiu a final de pares ao lado de Francisco Cabral.

“Tentei ser muito sólido no início e não lhe dar pontos fáceis, porque era uma final, há sempre pressão e o começo do encontro é muito importante. Felizmente consegui segurar o meu serviço com facilidade e tive algumas hipóteses na resposta. Estou muito, muito feliz e orgulhoso pela forma como joguei hoje e com estas duas semanas”, explicou o jovem polaco de 21 anos, que este domingo ergueu o quarto título da temporada e sétimo da carreira no circuito ITF.

Apesar de ter sido a primeira vez que enfrentou o português, Zuk não entrou em campo sem informações: “Falei com um amigo meu que esteve no college com ele e que me disse muitas coisas e também assisti a vários jogos dele na internet, por isso sabia exatamente o que esperar.”

Quanto a Nuno Borges, que no Vale do Lobo Open perdeu a terceira final consecutiva (já tinha sido finalista no Porto e em Setúbal) depois de vencer as duas primeiras que disputou em 2020 (em Monastir e Sintra), não escondeu a desilusão: “Faltou conseguir fazer o meu jogo normal, aquele que fiz nos outros dias, e tratar este encontro como mais um e não uma final. Estou frustrado e neste momento ainda me é difícil perceber o que é que falhou, estou desapontado por não ter conseguido jogar melhor. Foi muito mental. Tinha ténis para ganhar hoje e saio daqui triste por não ter conseguido a vitória.”

Concluído o oitavo e último dia consecutivo de ténis ao mais alto nível na Vale do Lobo Tennis Academy, Pedro Frazão, diretor do torneio, enalteceu o esforço que foi feito para que o torneio se mantivesse no calendário: “Quero destacar sobretudo o grande esforço que a Federação Portuguesa de Ténis fez para não deixar cair esta prova. Como se sabe, estava prevista para outro clube e por causa desta situação da covid-19 teve de ser transferida para Vale do Lobo em cima da hora. Foi uma união de esforços, mas sobretudo da Federação Portuguesa de Ténis. E em boa hora assim o decidiram, porque acabou por ser uma excelente semana para o ténis português, que os jogadores portugueses conseguiram aproveitar muito bem: tivemos o Nuno Borges como finalista em singulares, que ontem já tinha jogado a final de pares com o Francisco Cabral, e o Gastão Elias também jogou as meias-finais de singulares, portanto para o ténis português foi uma semana muito produtiva.”

“Pelas circunstâncias que todos conhecemos, estes torneios estão muito fortes e o facto dos tenistas portugueses estarem a conseguir bons resultados demonstra que estão no bom caminho. Penso que a curto prazo vamos colher os frutos de todo este trabalho que tem vindo a ser realizado”, acrescentou o diretor do torneio, que em relação à final deste domingo apontou o cansaço de Nuno Borges como decisivo no desfecho do encontro: “Hoje ele não esteve nos seus melhores dias, mas não nos podemos esquecer que foi uma semana muito dura, sobretudo fisicamente. Ainda ontem teve uma meia-final de singulares duríssima e a final de pares. Quer se queira, quer não, o físico pesa muito e penso que foi isso que faltou hoje.”