O futuro do jornalismo depende das redacções locais, de formatos inovadores e de uma atitude profissional renovada, apontou um estudo do Tow Research Center, citado por Carlos Castilho, num artigo publicado no “Observatório da Imprensa”, associação com a qual o CPI mantém um acordo de parceria.
Segundo recordou Castilho, este estudo baseou-se numa análise de 400 jornais norte-americanos com circulação inferior a 50 mil exemplares diários ou semanais e assinala uma mudança significativa nas investigações académicas sobre a imprensa.
Isto porque, segundo recordou o autor, os investigadores acreditavam, até agora, que os grandes conglomerados de população eram cruciais para viabilizar os negócios jornalísticos. Contudo, a revolução tecnológica da imprensa veio exigir a alteração do modelo de negócio tradicional, dos formatos noticiosos, e da conduta profissional dos jornalistas.
Da mesma forma, com a internet, os leitores passaram a ter a possibilidade de comentar o trabalho jornalístico, exigindo ser ouvidos pelas publicações, que devem, agora, respeitar as suas sugestões e críticas.
O jornalismo local surge, assim, como uma alternativa aos dilemas actuais da profissão, na medida em que a imprensa das grandes cidades deixou de ser considerada sustentável, e que a crise do sector prejudicou a qualidade do conteúdo publicado nas publicações de âmbito nacional.
Além disso, vários estudos realizados tanto em centros de pesquisa dos Estados Unidos, como da Europa, sugerem que o jornalismo local está a restabelecer a confiança dos cidadãos na imprensa, graças a um processo colaborativo na elaboração de notícias.