Hospital de campanha do Portimão Arena foi desativado, mas continua pronto a operar

Em 35 dias de funcionamento, foram admitidos 170 pacientes com Covid-19, oriundos de oito unidades hospitalares de diferentes regiões do país.

Foi desmobilizada na passada segunda-feira, 15 de fevereiro, a operação que durante 35 dias decorreu no hospital de campanha montado no Portimão Arena e destinada a receber doentes com Covid-19, uma vez que as unidades do CHUA – Centro Universitário Hospitalar do Algarve voltaram a uma taxa de ocupação abaixo dos 80 por cento.

Para o efeito, foram retirados todos os consumíveis com data de validade, bem como removidas roupas e outros artigos para lavagem, a que se segue agora uma intervenção de fundo naquele equipamento, a cargo da brigada de descontaminação em risco biológico dos Bombeiros de Portimão. Durante o período de ativação, iniciado em 10 de janeiro, foram admitidos no “CHUA Arena” 170 doentes com Covid-19, oriundos de oito unidades hospitalares de diferentes regiões do país – Hospital de Elvas, Hospital de Portalegre, Hospital de Setúbal, Hospital de Vila Franca de

Xira, Hospital do Barreiro, Hospital de Beja, Hospital de Almada, Hospital Amadora-Sintra e Hospitais do Algarve.

Com uma média de idades na ordem dos 75,2 anos, o doente mais novo que passou pela unidade tinha 35 anos e o mais velho 97 anos. No total, foram concedidas 148 altas, havendo a lamentar 22 falecimentos, a cujas famílias o Município de Portimão endereça sentidas condolências.

Empenharam-se neste projeto 80 profissionais de saúde e de apoio (29 médicos, 27 enfermeiros, 20 assistentes operacionais, dois motoristas e dois administrativos), aos quais se juntaram técnicos do Serviço Municipal de Proteção Civil e operacionais dos Bombeiros de Portimão. Este grupo de trabalho, que revelou elevado espirito de missão, conseguiu dar corpo a uma obra dirigida às pessoas que mais precisavam, num momento de extrema complexidade.

“Porque não pensaram em horários ou na gestão do seu esforço”, a presidente da Câmara Isilda Gomes considera que aqueles profissionais “foram os verdadeiros heróis deste marco na vida do Município de Portimão, constituindo motivo de orgulho para os portimonenses, devido a uma ajuda nunca antes vista, não só à região do Algarve, mas – sobretudo – ao país, porque esta foi mais uma prova da solidariedade deste concelho e da capacidade de extrapolar quaisquer expetativas.”

Hospital de campanha em regime de prontidão Por decisão camarária, o hospital de campanha do Portimão Arena ficará devidamente estabelecido até que a situação ofereça as necessárias garantias de sustentabilidade para a sua desmontagem, possibilitando

que a unidade volte a ficar operacional em menos de 24 horas, caso se justifique.

Esta valência da Proteção Civil Municipal, quando for dada a ordem de “arrumação” será acondicionada em dois contentores modelares, o que permitirá a sua total mobilidade (aérea, rodoviária, ferroviária ou marítima) e a plena implementação no terreno com recurso a tendas insufláveis, que integram o respetivo kit, totalmente autónomo, podendo ser operado por qualquer equipa habilitada para o efeito.

Valência disponível desde abril passado

Recorde-se que a Câmara adquiriu e instalou em abril de 2020 um hospital de campanha no Portimão Arena, com capacidade para 100 camas, seguindo as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) constituindo desde então uma valência disponível na unidade de reserva logística da Proteção Civil Municipal para qualquer situação de acidente grave ou catástrofe.

Esta medida de antecipação, uma das principais ações do plano de resposta municipal de combate à atual pandemia, viabilizou que, em apenas 24 horas, fosse possível responder no início deste ano às necessidades do Serviço Nacional de Saúde, operacionalizando uma estrutura de retaguarda que materializou a fase 4 do plano de contingência interno do CHUA, entidade a quem competiu operar este equipamento de exceção. A versatilidade e capacidade de resposta social do Portimão Arena já haviam sido comprovadas na sequência do grande incêndio que deflagrou no concelho de Monchique em agosto de 2018, quando nesse local foram alojadas em contexto de emergência 246 pessoas, registando-se 411 dormidas e servidas 845 refeições, para além do apoio psicossocial prestado.