“Um médico, estrangeiro, já com cabelos brancos e que pouco falava português”, acabou por lhe dizer: “não consigo fazer nada, não sei o que fazer. Tem de ir para Faro”. Mas teria de aguardar por uma ambulância, o que “poderia demorar quatro, cinco, nove horas…”
José Manuel Oliveira
Um jovem português, de 25 anos, sofreu um acidente de viação perto de um restaurante na zona da Meia-Praia, em Lagos, após se ter despistado na sua moto, em que seguia sozinho, por volta das 13.00 horas da passada quinta-feira, dia 29 de Junho de 2023. Acabou por ser transportado numa ambulância dos Bombeiros Voluntários de Lagos para o Hospital do Barlavento, em Portimão, onde, após a realização de um ‘raio x’, ficou a saber que tinha “deslocada a clavícula do lado direito”.
Segundo contou ao ‘Litoralgarve’ a namorada, proprietária de um supermercado em Lagos e a trabalhar sozinha, o rapaz permaneceu durante cerca de três horas naquela unidade de saúde, na qual “um médico, estrangeiro, já com cabelos brancos e que pouco falava português”, acabou por lhe dizer: “não consigo fazer nada, não sei o que fazer. Tem de ir para Faro”. O pior, ainda, é que teria de aguardar por uma ambulância, o que “poderia demorar quatro, cinco, nove horas…”
No Hospital de Faro, “depois de um médico ter visto o ‘raio x’ efetuado em Portimão, disse, até surpreendo, que bastaria o colega lhe ter ligado para lhe explicar o que fazer perante a clavícula deslocada, sem ser necessária esta deslocação e o tempo, entretanto, perdido. Receitou medicação”, além de repouso, contou-nos a namorada
“Foi, então, que o meu namorado me contactou por telemóvel a contar o sucedido e a pedir ajuda. Tive de fechar o meu estabelecimento, pelas 17.00 horas, perdendo, naturalmente, muitos clientes, e deslocar-me, de imediato, no meu carro em direção ao Hospital do Barlavento, em Portimão, onde ele estava à minha espera, para seguirmos para o Hospital de Faro, onde fomos atendidos com muita rapidez e com toda a atenção do pessoal clínico. Depois de um médico ter visto o ‘raio x’ efetuado em Portimão, disse, até surpreendido, que bastaria o colega lhe ter ligado, para o Hospital de Faro, para lhe explicar o que fazer perante a clavícula deslocada, sem ser necessária esta deslocação. Receitou medicação”, alem de repouso, descreveu a companheira, lamentando o “tempo perdido e o dinheiro gasto em gasolina, quando a situação podia ter sido resolvida no Hospital do Barlavento, em Portimão.”
O rapaz, que trabalha num barco de recreio na Marina de Lagos, está, agora, impedido de desempenhar a sua atividade profissional, sem saber por quanto tempo, numa altura em que recupera das dores e receia ter de vir a ser submetido a uma eventual intervenção cirúrgica.