Homem assalta Restaurante ‘Sete Mares’, em Lagos, utilizando uma pedra da calçada para partir o vidro da porta às 05h.42m. da madrugada de segunda-feira, 01 de Maio, e furta lata destinada à recolha de donativos para menino com deficiência física e na qual estariam 150 euros

Dinheiro terá servido para comprar heroína. PSP de Lagos sabe que o suspeito é o mesmo autor de dezenas de outros assaltos. Desta vez, demorou “um, dois minutos”, de acordo com o registo das câmaras de videovigilância. O proprietário do estabelecimento prepara-se para instalar grades e adquirir um cão de guarda da raça ‘Rottwiller’. Para já, sofreu um prejuízo superior a 1.500 euros, com o vidro partido.

José Manuel Oliveira

Pouco depois de ter assaltado, durante a madrugada, a Casa do Benfica de Lagos, recorrendo a uma pedra da calçada, com a qual partiu o vidro da porta de entrada, um homem, encapuzado, utilizou o mesmo método para conseguir entrar, pelas 05h.42m. de segunda-feira, 01 de Maio de 2023, no Restaurante ‘Sete Mares’, situado na Rua da Ameijeira, nº. 17, nesta cidade. Daí levou uma lata destinada à recolha de donativos para tratamento médico de um menino de oito anos, Vicente, residente em Lagos e portador de deficiência física, contendo cerca de 150 euros, como referiu ao ‘Litoralgarve’, o proprietário daquele estabelecimento, Fernando Telo.

Estilhaços de vidros espalhados por todo o lado, desde o interior até à rua

“O alarme não tocou e só tomámos conhecimento deste assalto, quando o rapaz que vai fazer compras logo de manhã, viu a porta do restaurante partida e vidros espalhados por todo o lado, desde o espaço interior até à rua, e telefonou-me a comunicar o sucedido. Ao chegar aqui e pelas imagens das câmaras do sistema de videovigilância, vi que o assaltante levou uma lata destinada à recolha de donativos para um miúdo portador de deficiência física, o Vicente, que teria de cerca de 150 euros, além de um ‘IPAD’, o qual até já não estava em boas condições de funcionamento” –  revelou, em declarações ao ‘Litoralgarve’, o proprietário do Restaurante ‘Sete Mares’. Não havia dinheiro na caixa registadora, nem de gorjetas do pessoal, uma vez que, na sequência da onda de assaltos ocorrida nas últimas semanas, os funcionários e patrões dos estabelecimentos optaram por não deixar ali qualquer quantia monetária.

O assaltante, alegadamente viciado em consumo de droga, poderá ter utilizado o dinheiro que levou na lata, para adquirir heroína.

Curiosamente, o restaurante ‘Sete Mares’, de ‘self-service’ e ‘take-away’, situa-se a cerca de trezentos metros da Casa do Benfica de Lagos, que o ladrão tinha assaltado pouco antes.

                 

“O vidro da porta que ele [o ladrão] partiu custa mais de 1.500 euros. A pedra, da calçada, foi parar a um outro espaço, onde, por acaso, não havia vidro. Caso contrário, os danos seriam ainda mais avultados”

Numa altura em que, ao amanhecer, ainda procedia à limpeza dos estilhaços, como constatámos, o empresário Fernando Telo lamentou o avultado prejuízo resultante deste assalto. “O vidro da porta que ele [o ladrão] partiu custa mais de 1.500 euros. A pedra, da calçada, foi parar a um outro espaço, onde, por acaso, não havia vidro. Caso contrário, os danos seriam ainda mais avultados”, adiantou o dono do restaurante ‘Sete Mares’, que já apresentou queixa à Polícia de Segurança Pública (PSP) de Lagos, por este assalto, o qual teve a duração de “um, dois minutos.”

“Disseram-me  que o suspeito é o mesmo que tem assaltado outros restaurantes, bares, pastelarias e estabelecimentos comerciais nesta cidade”, observou Fernando Teles, de 58 anos e proprietário há oito do ‘Sete Mares’.

Tenho salários e impostos para pagar, a que se juntam outros encargos. E, agora, é mais a despesa do vidro partido”, notou  o  empresário. Para prevenir eventuais futuros assaltos, vai colocar grades ao longo de mais de trinta metros de comprimento de vidros do Restaurante ‘Sete Mares’, “o que irá custar milhares de euros.”

Mesmo no feriado 1º. de Maio, Dia do Trabalhador, o empresário não perdeu a calma e manteve este restaurante a funcionar. “Não posso parar de trabalhar. Tenho salários e impostos para pagar, a que se juntam outros encargos. E, agora, é mais a despesa do vidro partido”, sublinhou. Para prevenir eventuais futuros assaltos, deverá colocar grades ao longo de mais de trinta metros de comprimento, de forma a proteger os vidros das janelas e portas do Restaurante ‘Sete Mares’, “o que irá custar milhares de euros.”

Por outro lado, pensa adquirir um cão da raça ‘Rottweiller’ para ficar a guardar o estabelecimento.

“Qualquer dia, empresários e outros populares revoltados com a situação, juntam-se, em Lagos, e vão seguir este indivíduo. O problema é que, depois, ainda vamos ter problemas perante a justiça se ele ficar ferido nalgum assalto” 

“Numa fase em que se sucedem assaltos a estabelecimentos e moradias no concelho de Lagos, estamos sozinhos. Se a polícia, como diz, sabe quem é o autor destes crimes, que está a deixar alarmados empresários e habitantes, em geral, então deveriam segui-lo, discretamente, quando ele aparece nas ruas, durante a madrugada, e detê-lo em flagrante delito a cometer algum assalto”, salientou aquele empresário da restauração, lamentando, ao mesmo tempo, “a justiça, em Portugal, que acaba por penalizar quem trabalha e liberta os criminosos.”

“Qualquer dia, empresários e outros populares, revoltados com a situação, juntam-se, em Lagos, e vão seguir este indivíduo”, admitiu Fernando Telo. “O problema é que, depois, ainda vamos ter problemas perante a justiça se ele ficar ferido nalgum assalto”, concluiu o dono do restaurante ‘Sete Mares’, quando ainda limpava os destroços e questionava: “até quanto isto durar?”

SUSPEITO AGUARDA A SENTENÇA DE UM JULGAMENTO POR OUTROS FURTOS PARA SER PRESO

Recorde-se que o suspeito de mais estes assaltos, durante as madrugadas, no concelho de Lagos, é um homem português, de 42 anos, há muito tempo referenciado pelas forças de segurança, e que continua a aguardar pela leitura da sentença do tribunal desta cidade (e transição em julgado), na sequência de um julgamento devido a furtos a vários restaurantes, bares, ‘snacks-bares´, pastelarias e estabelecimentos comerciais, utilizando, para o efeito e na maioria dos casos, o mesmo ‘modus operandis’, ou seja, uma pedra da calçada. E por ter excedido o prazo máximo de nove meses de prisão preventiva, que um juiz lhe tinha aplicado como medida de coação, o indivíduo acabou por ficar em liberdade. Tal situação manteve-se na semana da Páscoa, por decisão do Ministério Público, quando o homem foi detido em flagrante delito, pela PSP, à saída de um quintal, em Lagos, onde furtou um par de sapatilhas, numa altura em que funcionários judiciais estavam em greve e havia acumulação de processos nos tribunais.

 (Em actualização)