Holandês de 60 anos assassinado com violentas agressões na sua casa em Barão de São Miguel, no concelho de Vila do Bispo

Keimpe Dijksma vivia sozinho e foi encontrado no quarto em cuecas e com sinais de violentas agressões na cabeça e na face. Assalto, ajuste de contas ou tráfico de droga são cenários que as autoridades estarão a investigar.

Um cidadão de nacionalidade holandesa, de 60 anos, foi encontrado, na manhã desta quinta-feira, dia 21 de Maio, morto, em cuecas e com sinais de violentas agressões na cabeça e na face, deitado no quarto da sua moradia situada a quase um quilómetro da aldeia de Barão de São Miguel, no concelho de Vila do Bispo.

Assalto, tráfico de droga, ajuste de contas são cenários que as autoridades estarão a investigar

Segundo apurou o Litoralgarve, Keimpe Dijksma, nascido em 1960, vivia há vários anos sozinho, após a mulher ter falecido devido a um cancro, numa zona isolada e entre poucas casas, a cerca de quinhentos metros de Vale de Boi Velho.  “Foi morto à pancadaria ou com alguma barra de ferro”, admitiram ao Litoralgarve. Assalto, tráfico de droga, ajuste de contas são cenários que as autoridades estarão, agora, a investigar. Isto, numa zona que, apesar de tranquila, é também conhecida há muitos anos pela existência de plantações de cannabis, de que têm resultado várias detenções e apreensões deste produto estupefaciente.

Amigos estranharam a ausência

O alerta foi dado às autoridades por amigos da vítima, que estranharam o facto de o holandês não aparecer nos últimos dias, após ter estado numa festa durante o passado fim-de-semana, segundo informações veiculadas no ‘Facebook’. Foi então que, segundo os próprios, decidiram ir à casa dele, tendo arrombado a porta.

A Guarda Nacional Republicana (GNR) confirmou tratar-se de um homicídio e chamou a Polícia Judiciária (PJ), que está a proceder a investigações sobre o sucedido. O corpo da vítima foi levado para o Gabinete de Medicina Legal do Hospital de Portimão, onde será autopsiado.

Equipa dos Bombeiros Voluntários de Vila do Bispo encontrou “um cenário dantesco”, com “um homem meio nu, sem sinais vitais e com marcas de agressão”, disse o comandante da corporação, José Pedro

Foto de Aquivo

“Recebemos o alerta pelas 10h00 e quando a nossa equipa chegou ao local deparou com um cenário dantesco, com um homem meio nu, sem sinais vitais e com marcas de agressão”, contou ao Litoralgarve o comandante dos Bombeiros Voluntários de Vila do Bispo, José Pedro. O alerta às autoridades foi dado por “uma senhora”, referiu aquele responsável, acrescentando que “não estava” no local quando os bombeiros chegaram. “Não sei quem é.” Os Bombeiros Voluntários de Vila do Bispo deslocaram-se a Barão de São Miguel, com uma viatura e dois operacionais. Também esteve no local uma ambulância do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), com dois elementos, do quartel dos Bombeiros Voluntários de Vila do Bispo.

“É a primeira vez que há uma morte por assassínio nesta zona”, afirmou o presidente da Junta de Freguesia de Barão de São Miguel, Alberto Encarnação

Estupefacto com a situação está, também, o presidente da Junta de Freguesia de Barão de São Miguel, Alberto Encarnação. “É a primeira vez que há uma morte por assassínio nesta zona. E é estranho”, disse ao Litoralgarve o autarca, que recebeu pela GNR a confirmação do crime de homicídio, de que foi vítima o cidadão holandês. “Não sei mais nada, é uma situação nova”, observou Alberto Encarnação.

“Assaltos a vivendas de estrangeiros, que não estão cá” e agora “espero mais patrulhamento por parte da GNR”

 Numa zona situada a norte da Estrada Nacional 125, no interior do concelho de Vila do Bispo e habitualmente calma, o presidente da Junta de Freguesia de Barão de São Miguel referiu que “como  noutros locais, de vez em quando há assaltos a vivendas de cidadãos estrangeiros, que não estão cá”. Mas crimes de homicídio, não.

 “Não sei o que se passou e agora fico receoso. É preciso ter algum cuidado ao nível da segurança e espero que aconteça mais patrulhamento por parte da GNR, mais ações de vigilância”, apelou o autarca Alberto Encarnação.

Autor:José Manuel Oliveira e Paulo Silva