Henrique Rocha apura-se para a final em Vale do Lobo e conquista o título de pares com o irmão mais velho

Sétima final em 2023 para o jovem de 19 anos

Irmãos Rocha transformam primeira final em título

Vale do Lobo Open II começa no domingo com qualifying

 

Henrique Rocha começou a jornada deste sábado a apurar-se para a final de singulares do Vale do Lobo Open I e encerrou-a com a conquista do título de pares ao lado do irmão mais velho, Francisco Rocha, neste ITF M25 que a Federação Portuguesa de Ténis organiza na Vale do Lobo Tennis Academy entre 12 e 19 de novembro.

 

Se nos dias anteriores assinara três exibições muito autoritárias, desta vez Henrique Rocha (atualmente no 277.º lugar do ranking ATP) precisou de trabalhar mais, mas voltou a vencer em dois sets: 6-4 e 7-5 foram os parciais da vitória sobre Khumoyun Sultanov (425.º), do Uzbequistão.

 

Tal como contra Rodrigo Fernandes, Rayane Oumaouche e Jaime Faria, o jovem português voltou a entrar com o pé no acelerador e construiu rapidamente uma vantagem muito confortável (5-1). No entanto, sentiu mais dificuldades em dominar à medida que as bolas ficaram desgastadas e, também uns furos abaixo na pancada de serviço em relação aos dias anteriores, deu espaço a Sultanov para recuperar um dos breaks de atraso e vencer três jogos seguidos.

 

Com a concentração reposta, Rocha resolveu o primeiro set com um jogo de serviço em branco. E até foi o primeiro a assinar um break no segundo parcial. Só que a intensidade impressa pelo uzbeque causou-lhe algumas dificuldades (pouco depois voltou a deixar escapar uma quebra de serviço de avanço) e obrigou-o a trabalhos extra na reta final.

 

“Entrei bastante bem e ganhei logo uma grande vantagem, mas depois adormeci um bocadinho devido ao desgaste das bolas e deixei de conseguir impor-me. Ele começou o segundo set com bastante intensidade e foi taco a taco até que ao 6-5 lá impus novamente o meu ritmo e joguei melhor para fechar”, reconheceu na análise ao triunfo que assegurou a presença em mais uma final individual.

 

Henrique Rocha venceu as cinco primeiras decisões que disputou (em Vila Real de Santo António, Mungia, Bakio, Sintra e Tavira) e perdeu a mais recente (também em Tavira), todas na categoria ITF M25.

 

A deste domingo, a partir das 12 horas, será a sétima do ano e terceira nos últimos três torneios internacionais que disputou — quarta se considerada a que, há uma semana, lhe deu o título de campeão nacional absoluto.

 

O tenista português que mais evoluiu esta época (já subiu quase 600 lugares no ranking) não hesitou em reconhecer que a cada vez maior experiência em finais o ajuda a preparar este tipo de encontros, mas acrescentou que “uma final é sempre uma final e gosto sempre de sentir aquele friozinho na barriga porque ajuda-me a ficar mais ativo e mais concentrado durante o encontro.”

 

O derradeiro adversário da semana será Hynek Barton (531.º), checo que voltou a surpreender — começou a campanha com uma vitória sobre o cabeça de cartaz, Jules Marie — ao derrotar o terceiro favorito, Michael Geerts (260.º), por 5-7, 6-2 e 7-6(2).

 

Os dois nunca estiveram frente a frente em singulares, mas cruzaram caminhos no quadro de pares do Orange Bowl 2021 e este sábado voltaram a enfrentar-se por breves minutos na final de pares. “Somos da mesma idade e jogámos alguns torneios juntos, por isso já tenho algumas impressões dele. O Tiago Pereira defrontou-o há dias e eu vi um pouco desse encontro. Também já pedi dicas ao pai dele, o Pedro Pereira, e estou preparado. Se fizer o meu jogo tenho bastante ténis para ganhar e mais do que estar focado no que ele joga quero preparar o meu jogo e impor o meu ritmo”, prometeu.

 

Depois de celebrar a título individual, Henrique Rocha regressou à ação na final de pares e viveu um dos momentos mais especiais da carreira ao conquistar o primeiro título ao lado do irmão mais velho, Francisco Rocha, com os pais nas bancadas.

 

Para o mais velho dos dois portuenses esta foi a primeira final da carreira profissional e a vitória chegou após meros 11 minutos.

 

O mesmo Hynek Barton que na primeira parte da jornada precisou de 2h28 para vencer em singulares sentiu-se indisposto durante o período de recuperação entre os dois duelos e abdicou da conclusão do encontro ao lado do compatriota Michal Lusovsky. O marcador assinalava 3-0 no primeiro set para a dupla portuguesa.

 

“Estamos mesmo muito contentes, era o nosso grande objetivo. Infelizmente a final acabou desta forma, até achei que foi o encontro em que entrámos melhor ao longo de toda a semana. Estávamos a jogar muito bem e ficámos surpreendidos com a desistência, mas percebo a situação e estamos muito felizes. É uma sensação mesmo muito boa. Sei que o Henrique não estava tão nervoso quanto eu, que estive bem até cerca de uma hora antes do início. Depois do almoço comecei a ficar nervoso, mas fui tomar um banho de água fria para acordar o corpo e estou muito contente”, contou Francisco Rocha já com o troféu nas mãos.

 

Henrique Rocha já tinha ganho três ITF M25 (todos esta época e ao lado de Jaime Faria), mas descreveu como “diferente e ainda mais especial” a sensação de vencer ao lado do irmão: “Temos uma química muito boa, conhecemo-nos como ninguém e acho que foi isso que fez a diferença em relação aos nossos adversários. Fizemos bons encontros e estou mesmo muito contente com a semana que tivemos.”

 

Para além da final de singulares do Vale do Lobo Open I, a jornada de domingo também assinala o arranque do Vale do Lobo Open II.

 

O segundo torneio da mesma categoria conta com 18 portugueses entre os participantes na fase de qualificação, dos quais 11 irão a jogo na primeira ronda a partir das 10h30.