Depois da cerimónia, na praia do Porto de Mós, do hastear da bandeira verde, sinalizadora do estado de ocupação do areal em menos de metade da sua capacidade (novecentas pessoas nesta praia), no dia da abertura oficial da época balnear, coincidindo com o feriado de 03 de Junho, o governante lembrou, em declarações ao nosso Jornal, que “as entidades fiscalizadoras, no ano passado, disseram-nos que às vezes um «chegue-se mais para ali» não é suficiente” para garantir distâncias. Daí as sanções, na sequência das regras impostas pela pandemia da Covid-19. Em tempo de Verão, o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, recomendou a toda a gente praia e banhos para bem da saúde, mas deixou avisos.
Litoralgarve – O que vai mudar na nova época balnear, em 2021, que agora se iniciou?
Ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes – O que mudou foi, sobretudo, em 2020, por causa do Covid. 2021 é quase, quase, quase igual a 2020. Deve ir-se à praia, o sol e o mar fazem bem a todos, e cumprindo as regras que estão estabelecidas não há nenhuma razão para achar que há algum risco para a nossa saúde vir à praia. É preciso que os tolmos e os toldos e os guarda-sóis estejam a três metros de distância uns dos outros. É preciso que a última toalha do meu grupo esteja a um metro e meio de distância do grupo ao lado. Obviamente na praia não se anda de máscara, só quem quiser. Só os vendedores ambulantes é que têm de andar de máscara. É preciso usar máscara nos espaços públicos, ou até chegar à praia; é preciso usar máscara quando se vai a um restaurante, ou a um café. Mas também no centro da cidade de Lagos, por exemplo, as regras são as mesmas. E por isso, cumprindo as regras, pode e deve vir-se à praia, e as bandeiras estão aí. A aplicação ‘Info Praia’ consegue informar-nos, logo a partir de casa, o que vamos encontrar, porque o acesso à praia é sempre livre, mas devemos sempre procurar praias que têm baixa ocupação.
“Nunca me passou pela cabeça que andar na praia, estar na praia, ou ir ao mar, obrigasse a usar máscara (…) Não, não é de todo em todo obrigatório.”
Litoralgarve – E quem não cumprir as regras, estará sujeito a sanções. Quanto pagará de multa uma pessoa que, por exemplo, for a um restaurante sem máscara?
Ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes – Vamos lá ver: essas multas que estão previstas são menores até do que as que existem como regra geral. Eu quero acreditar que não vai haver necessidade de ser passada nenhuma multa. Mas as entidades fiscalizadoras, no ano passado, disseram-nos que às vezes um “chegue-se mais para ali” não é suficiente para que as pessoas se cheguem mais para ali. E por isso estão previstas multas entre os 50 e os 100 euros, mas eu sinceramente espero que não seja passada nenhuma.
Litoralgarve – Para ir ao banho é mesmo necessária a máscara? Há muita gente com essa ideia…
Ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes – Com todo o respeito, não sei porque é que as pessoas ficam com essa ideia. Nunca me passou pela cabeça que andar na praia, estar na praia, ou ir ao mar, obrigasse a usar máscara. Isso nunca passou pela cabeça de ninguém. Não, não é de todo em todo obrigatório.
“Não deixo de fazer esse apelo para que as pessoas cumpram as regras”
Litoralgarve – Como perspetiva esta época balnear?
Ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes – Fizemos um grande trabalho para que corra bem. Agora, vai muito do dever cívico do conjunto dos cidadãos. O que eu sei dizer é que, no ano passado, os portugueses e quem nos visita se comportaram exemplarmente. E por isso, tenho a certeza de que este ano vai decorrer da mesma forma. Mas não deixo de fazer esse apelo para que as pessoas cumpram as regras para garantir que se continue a poder ir à praia, com saúde e com bem-estar.
José Manuel Oliveira