Numa breve entrevista por escrito ao ‘Litoralgarve’, a vereadora do pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Lagos, Sara Coelho, faz o ponto da situação relativamente à intervenção na Igreja de Nossa Senhora da Luz, explica o que se está a passar na Igreja de São Sebastião, cujo fachada deste Monumento Nacional já apresenta visíveis sinais de degradação, conta o motivo pelo qual continua encerrado o Forte da Ponta da Bandeira, situado a poucos metros da Praia da Batata, e o que poderá ser visitado no interior do edifício, em remodelação, onde irá funcionar o Núcleo de Arqueologia do Museu Dr. José Formosinho, em Lagos, ainda sem data prevista para abertura.
José Manuel Oliveira
Litoralgarve – Sobre a intervenção na Igreja de Nossa Senhora da Luz, no montante de 27.675 euros, a pintura diz respeito ao exterior do edifício, ou também ao seu interior?
Sara Coelho – Tal como indicado, a atribuição deste subsídio envolve a pintura exterior do edifício, assim como o muro envolvente.
Litoralgarve – Além da pintura do muro envolvente da Igreja, existem mais trabalhos previstos?
Sara Coelho – Este pedido de apoio pela Fábrica da Igreja Paroquial da Senhora da Luz implica apenas a pintura exterior e o muro envolvente, não estando previstas, para já, outras intervenções.
“A Fábrica da Igreja Paroquial da Senhora da Luz remeteu um pedido de apoio ao município de Lagos, explicando que, atualmente, não tinha condições para assegurar o pagamento da pintura exterior, orçamentada em 27.675 €.” (…) Trabalhos ficarão concluídos em 2023
Litoralgarve – Quando está prevista a conclusão dos trabalhos?
Sara Coelho – Os trabalhos estarão concluídos ainda no decorrer deste ano.
Litoralgarve – Obrigam a encerrar a Igreja, temporariamente?
Sara Coelho – Não, a Igreja estará a funcionar normalmente apesar dos trabalhos.
Litoralgarve – E qual é o valor total dos trabalhos? É só a quantia de 27.675 euros, ou a Fábrica Paroquial da Nossa Senhora da Luz também paga as obras?
Sara Coelho – A Fábrica da Igreja Paroquial da Senhora da Luz remeteu um pedido de apoio ao município de Lagos, explicando que, atualmente, não tinha condições para assegurar o pagamento da pintura exterior, orçamentada em 27.675 €. Tratando-se de património histórico de grande valor para a Vila da Luz, mas também para o concelho de Lagos, o município decidiu assumir a totalidade desta intervenção, tal como aprovado na reunião de Câmara de dia 6 de setembro.
Reabilitação da Igreja de São Sebastião aguarda a “definição do interlocutor oficial por parte da tutela, dada a reorganização de competências da Direção Geral do Património Cultural”, e poderá vir a ter financiamento da União Europeia

Litoralgarve – Qual o ponto de situação da futura intervenção na Igreja de São Sebastião, em Lagos?
Sara Coelho – Relativamente à reabilitação da Igreja de São Sebastião, tem um Estudo Prévio (diagnóstico) já realizado, aguardando agora a definição do interlocutor oficial da parte da tutela (dada a reorganização de competências da Direção Geral do Património Cultural e das respetivas direções regionais) para que seja possível celebrar o protocolo tripartido que permitirá avançar com a elaboração do projeto de execução e, posteriormente, com a obra. Tratando-se de um edifício estatal e classificado como Monumento Nacional, o município tem envidado esforços e alimenta a expetativa de que esta intervenção seja considerada no plano de investimentos do Estado, seja por via do Orçamento de Estado, seja no âmbito dos fundos do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR).
Forte da Ponta da Bandeira será requalificado, “dotando-o de um programa museológico que interprete a antiga Praça de Guerra de Lagos na sua relação com o mar, a defesa da costa e a exploração dos oceanos e o património submerso”

Litoralgarve – Porquê o motivo do encerramento do Forte da Ponta da Bandeira, que tantos protestos tem provocado nas redes sociais?
Sara Coelho – Falta de recursos humanos.
Litoralgarve – Quando pensa que poderá reabrir este monumento? Que tipo de oferta terá ao dispor dos visitantes e qual o preço do bilhete para acesso ao espaço?
Sara Coelho – Com os procedimentos de recrutamento de pessoal que se encontram em curso, cremos que, em inícios de 2024, estaremos em condições de reabrir ao público o monumento.
Está prevista, posteriormente, a requalificação do Forte da Ponta da Bandeira, dotando-o de um programa museológico que interprete a antiga Praça de Guerra de Lagos na sua relação com o mar, a defesa da costa e a exploração dos oceanos e o património cultural submerso.
O valor de bilheteira é de 2 euros.
Segunda fase das obras do Museu de Lagos-Núcleo de Arqueologia “terá o seu término, previsivelmente, no primeiro semestre de 2024”, e contará, depois, com “uma exposição permanente balizada entre a pré-história e o ano de 1460”

Litoralgarve – Quanto custam as obras da segunda fase do Museu de Lagos? E com que apoio conta a Câmara Municipal?
Sara Coelho – A obra do Museu – Núcleo de Arqueologia, foi adjudicada por 2.765.799,74 € acrescido do IVA e por um prazo contratual de 540 dias. A empreitada tem comparticipação financeira através de fundos comunitários do Programa Operacional CRESC Algarve 2020.
Litoralgarve – Quando ficarão concluídos os trabalhos?
Sara Coelho – A obra terá o seu término, previsivelmente, no primeiro semestre de 2024.
Litoralgarve- E o que contempla essa parte do edifício [situado nas antigas instalações da Polícia de Segurança Pública de Lagos]?
Sara Coelho – A exposição permanente estará balizada entre a pré-história e o ano de 1460. O discurso expositivo continua cronologicamente pelo núcleo Dr. José Formosinho, já aberto ao público desde 2021.
Litoralgarve – Poderá ser visitado em 2024?
Sara Coelho – Após a conclusão das obras (continente), é necessário instalar o museu (conteúdos). A data de abertura do museu está condicionada pela data de conclusão da obra. O que poderá ser visitado: uma exposição permanente cronologicamente balizada entre a pré-história e o ano 1460 [como já referido]. O projecto valorizará também a Porta da Vila da Cerca Velha.