“Deixou de trilhar o caminho do desenvolvimento e da afirmação enquanto cidade moderna e solidária, regredindo e empobrecendo como nunca acontecera nos últimos 40 anos”
“Já estamos à porta, só falta entrar!” Esta era uma das frases que se ouvia junto à entrada principal do edifício dos Paços do Concelho de Portimão, situado na Praça 1º. de Maio, em pleno centro da cidade, local escolhido pelo médico Luís Carito, de 65 anos, no dia 14 de Agosto de 2021, para o comício de apresentação da sua candidatura como independente à presidência da Câmara, e dos elementos que integram as listas concorrentes aos órgãos autárquicos do município pela coligação ‘Portimão Mais Feliz’, formada pelo CDS-PP, Nós, Cidadãos! e Aliança.
O encontro, no qual participou o líder do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, teve a presença de cerca de uma centena de pessoas no final de uma tarde de sábado com imenso calor e em que Luís Carito, o último orador, entre críticas ao atual executivo camarário socialista, presidido por Isilda Gomes, destacou a obra feita enquanto ele esteve na autarquia e apresentou compromissos para os próximos quatro anos.
Recorde-se que a notícia da candidatura de Luís Carito à Câmara de Portimão, como independente, foi avançada, em primeira mão, pelo Litoralgarve a 30/03/2021, numa altura em que deveria contar também com o apoio do PSD, o que acabou por não se concretizar por decisão do presidente da Direção nacional do partido, Rui Rio.
“Após cerca de 40 anos de filiação num partido político, resolvi demitir-me desse mesmo partido, porque entendi que aquilo que era a prática política desse partido não se coadunava já com a aquilo que eram os meus princípios”
“Nós somos um movimento maioritariamente (…) de pessoas sem partido político. Eu próprio, após cerca de 40 anos de filiação num partido político, resolvi demitir-me desse mesmo partido, porque entendi que aquilo que era a prática política desse partido não se coadunava já com aquilo que eram os meus princípios e aquilo que eu esperaria desse partido. Pedi a minha demissão, escrevi uma carta e aqui estou, completamente livre e independente, agradecendo o apoio desta coligação para me candidatar à Câmara Municipal de Portimão”. Foi desta forma que Luís Manuel de Carvalho Carito, antigo vice-presidente da Câmara de Portimão pelo PS, de 2005 a 2013, além de ter desempenhado outros cargos políticos, entre os quais o de deputado à Assembleia da República pelo Círculo Eleitoral de Faro e Diretor Regional do Algarve da Segurança Social, iniciou o seu discurso como candidato à presidência da edilidade, nas eleições autárquicas a realizar no dia 26 de Setembro de 2021.
Isto, recorde-se, depois de, em Janeiro de 2020, ter sido absolvido (juntamente com mais nove arguidos) pelo Tribunal de Portimão, e a pedido do Ministério Público, nomeadamente dos crimes de branqueamento de capitais, burla qualificada e participação económica em negócio, de que era suspeito no âmbito de contratos para a instalação do projeto Cidade do Cinema. Na altura, o ex-autarca foi também absolvido pelo crime de danificação ou subtração de documento e notação técnica (por ter engolido um documento nas buscas da Polícia Judiciária à sua moradia), uma vez que, segundo o tribunal, não foi possível determinar o conteúdo e a relevância do mesmo para este processo judicial.
“Há oito anos, houve quem tivesse recorrido às manobras mais baixas e às calúnias mais infames, para impedir-me de continuar a dar o meu contributo a Portimão. Passados oito anos, falharam o seu objetivo, porque, entretanto, tanto a justiça como os homens, sem qualquer hesitação ou a mínima dúvida, reconheceram a minha total inocência.”
“As minhas palavras são para todos vós, os que estão aqui e os que nos acompanham pelas redes sociais, em direto. E é com o espírito de entrega à criação de um Portimão mais feliz que me apresento às gentes da minha terra. Todos juntos somos uma família e quero que seja mais feliz esta família. Tenho da política e do seu exercício uma visão que não se esgota nos partidos e muito menos nos interesses pessoais, nos interesses familiares. Não vejo o poder como um fim, mas sim, asseguro, como um meio para alcançar o que é mais importante na sociedade, que é mudar a vida das pessoas. É isso mesmo. Poder, para mim, é poder mudar para melhor a vida das pessoas” – sublinhou Luís Carito.
E acrescentou: “Foi por Portimão que sempre dei o meu melhor, nunca poupando esforços para que a nossa terra pudesse ser cada vez mais desenvolvida, moderna e solidária, mais feliz. O caminho que já percorri convosco, através de obras emblemáticas, que são hoje reconhecidas com orgulho em Portimão é a obra que me orgulha. É a obra de todos nós e que incomodou.”
Em seguida, Luís Carito deixou um recado sobre o seu passado recente: “Há oito anos, houve quem tivesse recorrido às manobras mais baixas e às calúnias mais infames, para impedir-me de continuar a dar o meu contributo a Portimão. Passados oito anos, falharam o seu objetivo, porque, entretanto, tanto a justiça como os homens, sem qualquer hesitação ou a mínima dúvida, reconheceram a minha total inocência.”
“A inocência impressionável de quem tem obra e o coração entregue ao bem-estar, ao conforto e à felicidade de Portimão”, notou Luís Carito, disparando contra os seus sucessores no executivo camarário socialista: “Tudo isso teve, infelizmente, um preço para Portimão, que desde aí, mercê de uma gestão desleixada, sem rumo, pautada por caprichos e interesses que não os da nossa comunidade, deixou de trilhar o caminho do desenvolvimento e da afirmação enquanto cidade moderna e solidária, regredindo e empobrecendo como nunca acontecera nos últimos 40 anos.”
“Nós, que estamos aqui, sabemos os caminhos para um Portimão mais feliz. Eu estou aqui determinado a servir Portimão com empenho, o dever e a convicção que sempre tive, com a certeza de que podemos ir sempre mais além. Temos de ter ambição e, como diz o poeta, o tal sonho que comanda a vida. Isso é o meu papel. É a missão de toda esta equipa que aqui esteve em cima do palco, uma equipa motivada, plena de pessoas prontas para fazer mais e melhor por Portimão”, salientou Luís Carito.
Do Museu de Portimão, TEMPO e Porto de Cruzeiros, ao Pavilhão Arena, piscinas de Alvor e da Mexilhoeira Grande, entre alguns exemplos de obra feita no concelho. “Já dei provas disso, da minha vontade para construirmos um concelho cada vez mais moderno, mais desenvolvido, mas também mais solidário.”
Ao prosseguir a sua intervenção, destacou a obra feita enquanto esteve no executivo camarário de Portimão, deixando mais recados pelo meio: “Na Assembleia Municipal, nas Juntas de Freguesia, todos e estes amigos que aqui estiveram, estão imbuídos, obviamente, deste objetivo. Não é segredo para ninguém que tenho, há muito, uma ideia para Portimão. Já dei provas disso, da minha vontade para construirmos um concelho cada vez mais moderno, mais desenvolvido, mas também mais solidário. Só alguns exemplos que quero aqui recordar para todos vós: o Museu de Portimão, o TEMPO [Teatro Municipal de Portimão], o Porto de Cruzeiros, o Autódromo, o [Pavilhão] Arena, as piscinas de Alvor e da Mexilhoeira, a requalificação do Auditório Municipal de Portimão – que infelizmente, nos últimos anos, não teve qualquer sustentabilidade e vai ter de ser requalificado de novo – o estacionamento e os lugares para os residentes no centro da nossa cidade, que agora, como alguém aqui disse, não dá qualquer possibilidade para os habitantes. E é por isso que o centro da nossa cidade se encontra cada vez mais deserto e mais inseguro. O Mercado Municipal, os passadiços de Alvor e da Praia da Rocha, a remodelação do gimnodesportivo, a pintura de sinaléticas, etc.
Não há necessidade de estar aqui a lembrar tudo o que foi feito. No fundo, um Portimão sempre a olhar em frente e que nunca deixe de estender a mão a quem precisa. Porque isso é que é fundamental. Um Portimão que seja cidade de ambição, de garra e de vontade, um Portimão de todos, para todos os que cá estão e os que vão escolher-nos, no futuro, para viver entre nós. Um Portimão que não pertença só aos que formam a corte diligente, servil e obediente de um poder arrogante e que tem virado as costas aos reais interesses de uma população que se sente marginalizada e até abandonada por quem deveria ter a obrigação de saber e querer resolver os problemas da nossa terra.”
“Mais do que um programa de governo, nós temos compromissos, daqueles que se estabelecem olhos nos olhos, entre pessoas de bem fazer e de bem querer, que um simples aperto de mão chega para selar. Que nos responsabiliza, perante quem queremos representar, em nome de uma única e exclusiva situação: Portimão mais feliz.”
“Sei, sabemos todos, o que Portimão quer. Sabemos o que Portimão precisa. Sabemos o que tem de ser feito para que Portimão volte a ser Portimão”, frisou o candidato independente à presidência da Câmara Municipal, pela coligação liderada pelo CDS-PP.
“Ao contrário de outros, sempre tão apressados em apresentar promessas de campanha, que muitas vezes mais não são do que um conjunto de disparates e megalomanias insustentáveis financeiramente, a nossa coligação vai apresentar COMPROMISSOS. Vai estabelecer um pacto de confiança com os portimonenses, vai construir uma relação baseada na palavra, na honra e na participação de todos os portimonenses. Mais do que um programa de governo, nós temos compromissos, daqueles que se estabelecem olhos nos olhos, entre pessoas de bem fazer e de bem querer, que um simples aperto de mão chega para selar. Que nos responsabiliza perante quem queremos representar, em nome de uma única e exclusiva situação: Portimão mais feliz.
Sabemos ao que vimos, sabemos para onde vamos, vamos atacar os problemas de frente, vamos encontrar soluções para resolvê-los, vamos assim responder às necessidades e anseios de todos os portimonenses. Vamos governar com realismo, mas também com imaginação e com coragem de inovar, com a coragem de existir sem o medo de existir, como diz o filósofo”- garantiu Luís Carito.
“A Câmara Municipal, o Município tem de fazer muito mais pela saúde do nosso concelho e (…) pelo aparecimento de mais médicos de família, por uma maior articulação entre os cuidados primários de saúde e os cuidados hospitalares, que neste momento estão como todos sabemos”
E apresentando algumas das suas apostas para os próximos quatro anos, avisou: “Vamos ser rigorosos, mas sendo simultaneamente irreverentes. Vamos ser realistas, mas sabendo ser exigentes relativamente a tudo e a todos. Vamos construir um Portimão mais solidário, trabalhar para quem mais precisa, investir na saúde. Portimão, hoje em dia, tem competências delegadas na área da saúde. A Câmara Municipal, o Município tem de fazer muito mais pela saúde do nosso concelho e, como aqui foi dito, pelo aparecimento de mais médicos de família, por uma maior articulação entre os cuidados primários de saúde e os cuidados hospitalares, que neste momento estão como todos sabemos.
Apostamos, também, na família e na sua qualidade de vida, apoiando de facto os mais velhos, porque os mais velhos precisam muito mais de apoio. Pretendemos lançar um programa “Sénior 24”, que irá dar apoio durante 24 horas às pessoas idosas e abandonadas, que são muitas no nosso município. Isso será fundamental. E dar uma maior visibilidade e um maior apoio aos cuidadores informais, que hoje em dia já estão na legislação, mas que não têm sido devidamente apoiados.”
É preciso “tornar o ‘Vai-Vem’ gratuito, para que as pessoas passem a utilizar mais os transportes públicos”
“Vamos encontrar mais funções para a mobilidade dentro do nosso concelho. Portimão, neste momento, tem um problema de trânsito, tem um problema de estacionamento, tem um problema de mobilidade, no seu geral. O que pretendemos é dotar este município de melhores soluções no âmbito da mobilidade ao nível dos transportes públicos e, para isso, iremos fazer uma proposta, que sinceramente digo, desde já, tem um custo reduzido, porque aquilo que, hoje em dia, é a receita do ‘Vai-Vem’, é despiciente e, portanto, podemos claramente, para as pessoas que vivem, que trabalham e que estudam em Portimão, tornar o ‘Vai-Vem’ gratuito, para que as pessoas passem a utilizar mais os transportes públicos e possamos diminuir aquilo que é a fatura ambiental e dar uma maior e melhor mobilidade aos cidadãos”.
“É a função da Câmara Municipal apoiar os jovens que querem ser empreendedores, criar novos negócios e criar mais emprego”
Luís Carito quer “um Portimão mais moderno e desenvolvido, levando a cabo uma política ambiental sustentada e objetiva e apostando também, fortemente, nas novas tecnologias e nas energias renováveis”. “No fundo, um Portimão com futuro e futuro mais feliz, mais atrativo, ajudando a desenvolver a esperança aos jovens que saiam de Portimão, vão estudar para fora e depois, quando voltam à nossa terra, não têm apoios para desenvolverem novas atividades. Queremos apoiar o empreendedorismo jovem nesta cidade. É a função da Câmara Municipal apoiar os jovens que querem ser empreendedores, criar novos negócios e criar mais emprego. Estes jovens precisam, cada vez mais, de estímulos e condições para também entrarem no mercado de trabalho, quererem cá ficar connosco”, reforçou.
“Queremos recuperar a alma perdida de uma cidade que hoje não possui uma estratégia cultural”
Por outro lado, defendeu, “queremos recuperar a alma perdida de uma cidade que hoje”, como considerou o candidato, “não possui uma estratégia cultural”. E insistindo nas suas críticas ao atual executivo camarário, Luís Carito adiantou: “Portimão esqueceu aquilo que foi feito. Os portimonenses não têm uma memória curta, ao contrário do que as pessoas que estão no poder podem pensar. Lembrem-se daquilo que foi uma estratégia cultural de há uns anos atrás, em que tivemos a promoção dos nossos artistas locais que era feita sistematicamente. Neste momento, artistas locais não os vejo. Inclusive, vou-vos dar um pequeno exemplo, já agora: vão fazer um festival de humor. No passado, fizeram-se festivais de humor em Portimão e tínhamos lá os nossos humoristas de Portimão. Neste ano, é feito um festival de humor e não existe um único humorista de Portimão. Coisa estranha.”
“Queremos promover os nossos artistas, os artistas de Portimão, e ter uma agenda cultural anual, bem estruturada para isso mesmo”, prometeu.
“O centro histórico de Portimão está completamente abandonado. Ainda há dias, tive a oportunidade de percorrer a rua do Comércio e contei 60 lojas fechadas, com papéis nas montras. Isto é confrangedor! Isto é assustador!”
“Também temos de promover a requalificação urbana e as medidas que permitam apoiar e revitalizar o comércio. E aqui, na área da revitalização urbana, também faço mais um parêntesis. O centro histórico de Portimão está completamente abandonado. Ainda há dias, tive a oportunidade de percorrer a rua do Comércio e contei 60 lojas fechadas, com papéis nas montras. Isto é confrangedor! Isto é assustador! Nós vamos ter aqui uma política de renovação e solidificação urbana de apoio ao comércio, para que Portimão volte a ser um centro comercial, como foi no passado. Isso é fundamental!” – realçou Luís Carito.
E nesse sentido, deixou outras promessas: “A requalificação urbana será do centro histórico, mas também da zona ribeirinha, que é um espaço muito agradável para andarmos todos, para fazer caminhadas, mas que, para além disso, muito pouco mais tem. É preciso revitalizar também a zona ribeirinha de Portimão. Isso está nos nossos planos e a revitalização, como disse, do comércio na zona antiga da cidade”.
“Infelizmente, Portimão, neste momento, em muitas alturas, em muitas horas do dia, não é uma cidade segura”
“Para isso, temos de investir, obviamente, e ter uma política de segurança associada a esta revitalização, segurança dos cidadãos e dos seus bens. Infelizmente, Portimão, neste momento, em muitas alturas, em muitas horas do dia, não é uma cidade segura” – observou Luís Carito. E aproveitou para mais recados: “Vamos ser claros, falar sem rodeios ou rodriguinhos de qualquer espécie. Portimão precisa de recuperar o tempo perdido. Portimão tem de conquistar autoestima, ferida por esta gestão provinciana, tacanha, sem rumo e mais virada para os interesses pessoais e de grupo, do que para qualquer outra coisa”.
“Portimão tem de voltar a ocupar o lugar que é seu, que é nosso, o lugar que já teve comigo e convosco, a nível regional, a nível nacional e até mesmo a nível internacional”
Já na parte final do seu discurso, Luís Carito lançou um apelo: “Temos, de uma vez por todas, de deitar para trás das costas os carimbos partidários e ideológicos, a sobreposição de outros interesses que não os que são realmente de Portimão e dos portimonenses, e encontrar um modelo de desenvolvimento para a nossa terra. Sabemos bem o caminho a percorrer. Portimão tem de voltar a ocupar o lugar que é seu, que é nosso, o lugar que já teve comigo e convosco, a nível regional, a nível nacional e até mesmo a nível internacional”.
“Por direito próprio, por merecimento, por obra, por um Povo mais feliz, numa cidade que orgulha os seus cidadãos, as suas filhas e filhos, assim como os seus convidados. Portimão tem e vai voltar a ser Portimão. É por Portimão que aqui estou, com uma equipa de pessoas dedicadas e empenhadas por um Portimão mais feliz. Viva Portimão!” – disse, a encerrar o comício, o candidato independente da coligação constituída pelo CDS-PP, Nós, Cidadãos! e Aliança, entre aplausos.
São estes os elementos que encabeçam as listas candidatas da coligação formada pelo CDS-PP, ‘Nós, Cidadãos!’ e ‘Aliança’ aos cinco órgãos autárquicos do município de Portimão
Câmara Municipal de Portimão – Luís Carito, médico. Foi Vice-Presidente da Câmara Municipal de Portimão, de 2005 a 2013, pelo PS. Concorre a estas eleições como independente.
Assembleia Municipal de Portimão – Ângela Venâncio Quadros, advogada. Sem filiação partidária.
Freguesia de Portimão – José Pedro Caçorino, profissional de seguros e atual vereador do CDS-PP na Câmara Municipal de Portimão
Freguesia de Alvor – César Barata, antigo presidente da Santa Casa da Misericórdia de Alvor
Freguesia da Mexilhoeira-Grande – Ricardo Coelho, empresário agrícola na zona da Figueira
Mandatário – Luís Batalau, médico pediatra. Desempenhou, durante vários anos, o cargo de Presidente do Conselho de Administração do Hospital do Barlavento, em Portimão
Fotos : , José Garrancho