“Os grandes desafios da minha gestão autárquica são: organização e sustentabilidade”
“Sou uma mulher imbuída de um espírito humanista, com capacidade de ouvir e acorrer às necessidades específicas das pessoas”
“Ao fazermos um passeio pelo município podemos constatar a degradação existente nas muralhas, no Forte da Ponta da Bandeira e no muro anexo, no pontão junto da praia da Batata, nas arribas da Ponta da Piedade, na praia da Dona Ana, na praia do Pinhão, no auditório municipal, nos pilares da ponte, na fonte, no pavimento e nos bancos na Praça do Infante, na Fonte Manuelina das 8 Bicas, entre outros”
“Na habitação municipal houve um desinvestimento na construção. Nos últimos 15 anos não se construiu um fogo (…) Muitos jovens lacobrigenses para se fixarem na região e conseguirem constituir família, têm de ir viver para municípios vizinhos”
“Um programa de rendas acessíveis para facilitar a fixação de jovens e menos jovens, que querem trabalhar e viver em Lagos, e apoiar a criação de cooperativas de habitação sem fins lucrativos” são as primeiras medidas que Ana Margarida Martins tomará se chegar a presidente da Câmara Municipal no domingo, dia 26 de Setembro de 2021, nas eleições autárquicas a que se candidata pela coligação «Lagos Com Futuro», a qual integra independentes e os partidos ‘Nós, Cidadãos! e ‘Aliança’.
No próximo mandato, quer “criar a quinzena gastronómica de Lagos”, “promover a adoção dos animais através de campanhas de divulgação ativas e diárias” e aposta num “parque de feiras, eventos e mercados”. Mas, para já, garante “interceder com urgência junto da empresa Águas do Algarve para a construção/ampliação da ETAR de Lagos, para acabar com as descargas das águas residuais domésticas não tratadas para a ribeira de Bensafrim”.
Litoralgarve – O que a leva a candidatar-se à presidência da Câmara Municipal de Lagos?
Ana Margarida Martins – Candidato-me a presidente da Câmara Municipal de Lagos, por amar Lagos. Porque acredito no trabalho da Coligação «Lagos com Futuro» em prol da democracia local, de uma democracia como fonte de soluções. «Lagos com Futuro» integra uma coligação com uma visão humanista, progressista, inconformada, criativa, que visa a promoção e a salvaguarda dos interesses e direitos das pessoas do município.
Sendo eleita, no exercício desta função irei pugnar para que a Câmara Municipal de Lagos seja um órgão de cidadania, aberto às necessidades, preocupações e anseios de todos os munícipes. Lutar para a dignificação deste órgão como instrumento de serviço aos nossos concidadãos e à nossa cidade.
É a vontade de servir e, mediante uma gestão rigorosa e de proximidade, contribuir para a melhoria da qualidade de vida das pessoas que vivem e trabalham em Lagos, através do desenvolvimento social, económico e tecnológico do município. Assim, os grandes desafios da minha gestão autárquica são: organização e sustentabilidade.
Os desafios que se colocam na gestão do município são muitos e difíceis, e hoje ainda mais, devido aos efeitos económicos e sociais da pandemia nas populações.
Sou uma mulher imbuída de um espírito humanista, com capacidade de ouvir e acorrer às necessidades específicas das pessoas.
“Se não for eleita, claro que ficarei dececionada (…) Isso, no entanto, não implica uma saída” da política

Litoralgarve – Como reagirá se não for eleita presidente da Câmara? Deixará a política?
Ana Margarida Martins – Se não for eleita, claro que ficarei dececionada, mas significa que a população fez outras escolhas e só as temos que aceitar e respeitar. Isso, no entanto, não implica uma saída!
Litoralgarve – Será possível exercer a presidência sem maioria absoluta? Com que partidos , forças políticas estabelecerá acordos?
Ana Margarida Martins – Nunca há garantia de que qualquer força política que vai a escrutínio obtenha uma maioria absoluta. Assim sendo, tem de se estar preparado para fazer acordos, pontuais ou não, para a governabilidade, com outras forças políticas. Isto leva a que seja um mandato mais participado, transparente e cooperativo.
Litoralgarve – Qual a primeira medida que tomará se for eleita presidente da Câmara Municipal e porquê?
Ana Margarida Martins – Criar ao nível da habitação um programa de rendas acessíveis para facilitar a fixação de jovens e menos jovens que querem viver e trabalhar em Lagos, e apoiar a criação de cooperativas de habitação sem fins lucrativos.
No próximo mandato, é preciso “colocar em prática a nossa proposta «Lagos passo a passo», aprovada e não executada pelo Partido Socialista, para libertar as barreiras arquitetónicas nos passeios, para que as pessoas de mobilidade reduzida, como idosos, deficientes e pais com carrinhos de bebés, possam transitar livremente”

Litoralgarve – E o que pensa levar a efeito durante o próximo mandato autárquico?
Ana Margarida Martins – Destaco algumas das nossas propostas para o mandato 2021/2025:
- Promover a construção de fogos a custos controlados para suprir as lacunas a nível de habitação municipal, para a venda dos mesmos com preços reduzidos e para aluguer;
- Implementar um parque multiusos de feiras, eventos e mercados;
- Pugnar junto das entidades da tutela a recuperação e conservação de todo o nosso Património Histórico, que há 20 anos se encontra numa espiral de degradação;
- Aumentar os equipamentos culturais;
- Melhorar espaços públicos;
- Realizar todos os esforços para promover o arranjo dos parques de estacionamento junto às praias do Porto de Mós e Meia Praia;
- Interceder com urgência junto da empresa Águas do Algarve para a construção/ampliação da ETAR de Lagos, para acabar com as descargas das águas residuais domésticas não tratadas para a ribeira de Bensafrim;
- Colocar em prática a nossa proposta “Lagos passo a passo”, aprovada e não executada pelo Partido Socialista, para libertar as barreiras arquitetónicas nos passeios, para que as pessoas de mobilidade reduzida, como idosos, deficientes e pais com carrinhos de bebés, possam transitar livremente;
- Expandir a rede ciclável;
- Pugnar por uma cidade mais verde e sustentável;
- Criar a quinzena gastronómica de Lagos;
- Iluminar as muralhas de Lagos;
- Promover a adoção dos animais através de campanhas de divulgação ativas e diárias, na página oficial da Câmara Municipal de Lagos e nos múltiplos canais de comunicação existentes ou criados para o efeito;
- Promover a construção de um novo Centro de Recolha Oficial de Animais de Companhia em Lagos, ou modernização, requalificação e ampliação do existente de modo a garantir área de quarentena e alojamento para cães e gatos e que contemple instalação clínicas para a realização de esterilizações e tratamentos médico- veterinários, aproveitando, quando disponível, o apoio financeiro do Estado;
Litoralgarve – Qual é o maior desafio que este concelho enfrenta nos próximos anos?
Ana Margarida Martins – A mais curto prazo, sem dúvida que o desafio maior será as consequências económicas e sociais da pandemia.
“A falta de segurança é hoje uma triste realidade, caso dos indigentes e cães sem trela que vagueiam pelo nosso centro histórico. Uma onda de roubos e furtos veio agravar a situação em tempos de pandemia”
Litoralgarve – Que avaliação faz deste mandato autárquico no concelho? Quais os aspetos positivos e negativos que destaca?
Ana Margarida Martins – Relativamente à gestão socialista, tem sido muito sofrível. A execução orçamental do plano plurianual de investimentos tem sido fraca e comprova-se o fraco desempenho com a percentagem de execução orçamental de apenas cerca de 25%, relativamente ao que se propuseram gastar em prol da cidade.
Na habitação municipal houve um desinvestimento na construção. Nos últimos 15 anos não se construiu um fogo, pese embora a carência de fogos para alugar e para comprar a preços acessíveis no nosso município. Os lacobrigenses, jovens e menos jovens, deixaram de ter acesso à aquisição de habitação própria, devido aos preços especulativos dos fogos, dos mais altos do país. Muitos jovens lacobrigenses, para se fixarem na região e conseguirem constituir família, têm de ir viver para municípios vizinhos.
A falta de segurança é hoje uma triste realidade, caso dos indigentes e cães sem trela que vagueiam pelo nosso centro histórico. Uma onda de roubos e furtos veio agravar a situação em tempos de pandemia. É necessário aumentar o número de agentes de segurança no nosso município e a nossa Câmara tem a responsabilidade de exigir junto da tutela mais meios humanos para reforçar a nossa segurança.
A economia local sofre dos efeitos da pandemia, onde empresas e famílias vivem momentos dramáticos. E a nossa autarquia deveria apoiar empresários em nome individual,sociedades comerciais e profissionais liberais, com domicílio fiscal ou sede no concelho mais efetivamente, tal como acontece noutros municípios, atribuir um apoio efetivo.
Na conservação do património municipal, ao fazermos um passeio pelo município podemos constatar a degradação existente nas muralhas, no Forte da Ponta da Bandeira e no muro anexo, no pontão junto da praia da Batata, nas arribas da Ponta da Piedade, na praia da DonaAna, na praia do Pinhão, no auditório municipal, nos pilares da ponte, na fonte, no pavimento e nos bancos na Praça do Infante, na Fonte Manuelina das 8 Bicas, entre outros.
A limpeza urbana tem sido bastante débil, principalmente nos últimos 8 anos, com deficiente recolha de lixos, pouca lavagem das ruas no centro histórico, conforme contrato com a empresa que realiza essas funções, do excesso de ervas por todo o município, da grande maioria das nossas rotundas terem ervas há muitos anos e que limitam a visão dos automobilistas, da limpeza deficiente das praias e da falta de conservação dos equipamentos de madeira dos acessos às praias, das passadeiras de peões a necessitarem de ser pintadas e de muitas barreiras físicas nos passeios que necessitam de serem retificados e alterados, conforme nossa proposta e que foi aprovada por unanimidade, designada “Lagos passo a passo”.

“Penso que, neste momento, há um maior interesse na criação de regiões administrativas com órgãos próprios e diretamente eleitos”
Litoralgarve – É a favor ou contra a regionalização e porquê? O que poderá mudar no Algarve com a regionalização?
Ana Margarida Martins – Mais de duas décadas após a regionalização ter sido referendada e recusada, a regionalização voltou a debate. Partindo do primado que a regionalização é necessária para o desenvolvimento de Portugal, temos que entender que uma vez feita não há volta atrás. Sabe-se das vantagens e desvantagens da atribuição de responsabilidades a entidades mais próximas das populações. Penso que, neste momento, há um maior interesse na criação de regiões administrativas com órgãos próprios e diretamente eleitos.
Nota: Não respondeu à pergunta incluída no nosso questionário sobre a sua opinião acerca dos restantes candidatos, que aspetos positivos e negativos aponta a cada um deles. Nem à avaliação da atuação deste governo, com os pontos positivos e negativos.
QUEM É QUEM
“Sou uma pessoa positiva e bem-disposta, mas também tenho a minha teimosia”
Com 57 anos, viúva e mãe de dois filhos, Ana Margarida Martins é licenciada em Química pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e pós-graduada em Ciências da Educação. Sportinguista, nasceu em Lisboa e vive desde 1994 em Lagos, onde é professora e empresária na sua área profissional. Nos tempos livres, “leio, passeio, faço caminhadas, vou ao cinema, estou com amigos…”, conta a candidata da coligação «Lagos Com Futuro» à presidência da câmara local, que gosta de peixe grelhado, não fuma e costuma andar de bicicleta.
Nome completo: Ana Margarida Passos Águas Bento e Barros Martins
Data do nascimento: “nascida na década de 60, a 27 de junho”
Tem 57 anos
Signo: Caranguejo
Naturalidade: “Alfacinha da freguesia dos Anjos” (Lisboa)
Residência: em Lagos desde 1994.
Estado civil: Viúva
Filhos: “ Mãe de 2 filhos, a Inês e o Gonçalo”
“Sem filiação partidária, exerci os cargos de 2ª. Secretária da Mesa da Assembleia Municipal de Lagos e de coordenadora da bancada do Movimento de Cidadãos Independentes «Lagos com Futuro» na Assembleia Municipal.”
Habilitações académicas: “Licenciada em Química pela FCUL (Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa) e pós-graduada em Ciências da Educação”
Profissão: “Professora e empresária”
Idiomas que domina: “Fluente em inglês, francês e italiano”
Filiação partidária: “Sem filiação partidária, exerci os cargos de 2ª. Secretária da Mesa da Assembleia Municipal de Lagos e de coordenadora da bancada do Movimento de Cidadãos Independentes «Lagos com Futuro» na Assembleia Municipal.”
“Ambicionava ser hospedeira”
Onde vota? “Voto em Lagos.”
– Na infância e juventude, o que ambicionava ser um dia em termos profissionais?
“Ambicionava ser hospedeira”.
– Qual era o seu brinquedo preferido em criança?
“O meu brinquedo favorito era a minha boneca Nancy.”
“O meu 1º salário foi quando comecei a lecionar enquanto estudava em 84. Não me recordo de quanto foi, mas fui jantar com os meus pais.”
– Clube desportivo de que é adepta: “Sportinguista”
– Qual o valor e o que fez com o primeiro salário que recebeu quando começou a trabalhar? Em que ano?
“O meu 1º salário foi quando comecei a lecionar enquanto estudava em 84. Não me recordo de quanto foi, mas fui jantar com os meus pais.”
– Como ocupa os tempos livros?
“Nos meus tempos livres, leio, passeio, faço caminhadas, vou ao cinema, estou com amigos…”
“O meu desporto favorito é a dança”
– Modalidade (s) desportivas que pratica:
“O meu desporto favorito é a dança.”
– Gastronomia / qual é o seu prato preferido?
“Gosto muito de peixe grelhado”.
– Qual a bebida que não dispensa: “A bebida que não dispenso é água.”
– Quantos cigarros fuma por dia? “Não fumo.”
“Nunca tive uma multa de condução até hoje. Gosto muito de andar de bicicleta, hábito que tenho de retomar em breve.”

– Onde costuma passar férias e porquê? “Normalmente passo férias uns dias fora de Lagos.”
– Já foi multada na condução? “Nunca tive uma multa de condução até hoje. Gosto muito de andar de bicicleta, hábito que tenho de retomar em breve.”
– Filmes que mais aprecia? “Gosto muito de cinema, há muitos filmes que me marcaram, mas destaco “O Piano”, de Jane Campion.”
– E livros? “Gosto muito de ler e leio bastante, mas um livro li na adolescência e adorei – “Anna Karenina”, de Liev Tolstoi.
“O maior susto da minha vida foi quando me diagnosticaram uma doença oncológica.”
– Qual foi a situação mais difícil / susto que já passou na vida? E como enfrentou?
“O maior susto da minha vida foi quando me diagnosticaram uma doença oncológica.”
– Internet, telemóveis, redes sociais – aspetos positivos e negativos que destaca? “Telemóveis e redes sociais são absolutamente necessários nos dias de hoje. Proporciona-nos uma comunicação fácil e imediata entre pessoas e organizações. São fundamentais no marketing das empresas.”
“Detesto a mentira”
– Qual é a sua principal virtude? “Sou uma pessoa positiva e bem-disposta, mas também tenho a minha teimosia.”
– E qual o seu principal defeito? “Detesto a mentira.”
– O que aprendeu com a Covid-19? “ Um vírus fez parar e mudar o mundo.”
– De que forma a pandemia tem condicionado a sua vida? “Também a minha vida profissional foi afetada devido à suspensão da atividade empresarial, mas felizmente conseguimos retomá-la.”
Nota: Ana Margarida Martins não respondeu a outras questões incluídas neste questionário.
Paulo Silva
José Manuel Oliveira