Cristina Clara lançou o seu primeiro disco

Cristina Clara, uma cantora de Famalicão, Minho, Portugal, que lançou agora o seu primeiro disco, e cujas influências brasileiras na sua obra são, sem dúvida, de reter.

O seu primeiro disco “Lua Adversa” tem no título a admiração que Cristina Clara tem por Cecília Meireles, uma das suas poetisas preferidas. Por outro lado, este disco é também um encontro entre a música portuguesa, brasileira e também cabo-verdiana, onde se vão buscar letras e referências ao Brasil, mas também músicos maravilhosos, como Edu Miranda, Pedro Lock, ou Yuri Daniel.

A título de referência, neste disco de Cristina Clara, encontram-se gravações de “Flor Amorosa”, o primeiro chorinho, e do Tico-Tico do Fubá, ou Sete Cantigas para Voar.

Cristina Clara é uma artista maravilhosa, que esteve recentemente no NOS Alive 2022 e no dia seguinte no Oeiras Valley, que deixou o público encantado.

Recentemente, lançou também uma nova versão do seu video “Saia Velhinha”, com o coro da Fundação Castro Alves, onde vai buscar as suas raízes minhotas, e inclusive toca o tradicional adufe com precisão notável: https://youtu.be/hLPGWaJO-3I.

Dona de uma voz magnífica, amante das letras, e com uma versatilidade de géneros, que vão da música tradicional, ao fado, passando pelos sons e ritmos do Brasil, Cristina Clara vem do Norte de Portugal, onde bebe a sua inspiração na música tradicional do Minho e no Fado.

Em 2021 lançou o seu primeiro trabalho “Lua Adversa” (2021), distribuído digitalmente pela Sony Music Portugal.

Cristina Clara nasceu em Vila Nova de Famalicão e durante vários anos dividiu o seu tempo  entre duas actividades que se alimentam e inspiram mutuamente. A viver em Lisboa, depois de concluir o curso de Enfermagem no Porto, muitas vezes adormeceu cantadeira em Alfama e acordou enfermeira no maior hospital do país. Cresceu entre as canções tradicionais que a mãe lhe cantava e as longas matinés a equilibrar uma moeda de dois e quinhentos no gira-discos da família. Cedo se revelou amante de poesia e das artes performativas. A sua versatilidade na vida e uma forma de estar permanentemente curiosa e atenta ao mundo que a rodeia sentem-se na sua música e é por isso impossível enquadrar Cristina Clara num estilo que não o seu próprio, agora compilado no seu primeiro LP.

O seu disco de estreia “Lua Adversa”, é um olhar fresco e criativo sobre as canções populares portuguesa e brasileira, inspirado na afinidade musical e poética que as une – já disponível em todas as plataformas digitais. Um álbum nascido entre luas favoráveis e adversas tornadas fados e chorinhos, com o apoio do Museu do Fado e distribuição digital da Sony Music Portugal.

Um trabalho contemporâneo, que reúne músicos brilhantes de diferentes origens, com raízes no jazz e na música tradicional. “Lua Adversa” é composto por doze canções. Cristina Clara assina a letra dos originais “Lua” e “Um dia hei-de inventar”, ambos compostos por Pedro Loch. A fadista Hermínia Silva é uma das suas grandes inspirações. Por esta razão Cristina dedica-lhe o “Novo Fado da Melancia” para o qual escreveu uma  letra original sobre a música de Raúl Ferrão, em jeito de homenagem. A produção é partilhada pela própria artista com Edu Miranda – virtuoso bandolinista e nome incontornável da música luso-brasileira – e com o exímio guitarrista e compositor Pedro Loch. Em “Lua Adversa” sente-se a sedução de Cristina pela poesia e estórias contidas na canção popular e o seu interesse sobretudo por promover o diálogo musical entre diferentes culturas como forma de expansão da sua própria linguagem.

O renomado fadista Marco Rodrigues, também ele um dos principais impulsionadores do inicio da caminhada de Cristina no fado, tendo sido desafiada por si para cantar no Café Luso no Bairro Alto, quando Cristina se mudou do Porto para Lisboa revela-nos que “A Cristina fez nascer um trabalho muito interessante, que junta o choro, a alma brasileira que canta a tristeza de uma forma quase feliz, ao fado que a canta da forma mais nostálgica que pode haver. Com a Cristina, o Flor Amorosa poderia perfeitamente ser cantado em Alfama, e um fado tradicional no Rio de Janeiro, porque são duas linguagens que domina e que fez questão de evoluir ao longo dos anos e que presenciei desde o seu início. É um disco muito interessante, que junta o talento da Cristina com músicos excepcionais e de enorme bom gosto e respeito pela música. Fiquei muito feliz  e fã quando ouvi este disco.”

Depois dos singles de avanço deste primeiro trabalho, “Lua” e “Flor Amorosa” e “Real e Abstrato”, também já disponível no canal de YouTube da artista, surge “O Pajem”, com letra de Alfredo Marceneiro. Cristina Clara lançou o video da gravação que fez deste fado para o seu disco, no dia em que o fadista fazia anos, 25 de Fevereiro.