CÂMARA DE LOULÉ JÁ GASTOU 1.750.000 EUROS EM MATERIAL E AÇÕES DE PREVENÇÃO PARA ENFRENTAR O NOVO CORONAVÍRUS

Foram adquiridos ventiladores, máscaras, gel, termómetros, óculos e vestuário, entre outros equipamentos. Já as medidas de apoio à liquidez e tesouraria das empresas e das famílias, ascendem a dois milhões de euros para os meses de Abril e Maio, nomeadamente com a isenção de taxas e o prolongamento do pagamento por seis meses das faturas de água.

A Câmara Municipal de Loulé já despendeu um milhão e 750 mil euros em ações de prevenção e aquisições de material, abrangendo diversas áreas, para enfrentar a pandemia do novo coronavírus, Covid-19. Entre o material adquirido, destacam-se ventiladores, no montante de 330.000 euros, máscaras, gel, termómetros e óculos, que custaram 450.000 euros, bem como vestuário e equipamentos destinados aos profissionais de saúde de Unidades de Saúde Familiar e Unidades de Cuidados Continuados do concelho, nomeadamente fardas, batas e socas reutilizáveis, no valor de 16.000 euros, além do apoio na produção de viseiras, zaragatoas, cogulas e perneiras.

Ao mesmo tempo, foi criada uma Linha de Apoio à população ‘Info Covid-19 Algarve’, em colaboração com o ‘Algarve Biomedical Center (ABC), a qual se destina a esclarecer dúvidas sobre os sintomas do vírus; e prestado apoio à criação do Centro de Despistagem da Covid-19 ‘Drive Thru’, em articulação com aquele laboratório, e em funcionamento no Parque das Cidades.

“Todas as ações de prevenção e aquisições realizadas nas diversas áreas, ao longo das últimas seis semanas, representam um importante investimento por parte da autarquia, que ascende a 1.750.000 euros. Não há dinheiro público que pague a vida de uma pessoa. E nós estamos a tratar da vida dos nossos concidadãos. Se falo em valores investidos pela Câmara de Loulé, é apenas para que tenham uma ideia do valor investido para fazer face às consequências desta pandemia no concelho”,  afirmou o presidente do executivo municipal, Vítor Aleixo, durante uma conferência de imprensa realizada no edifício do Cineteatro Louletano. Nesse encontro, estiveram também presentes o vereador Carlos Carmo, o responsável pela Proteção Civil no concelho, João Matos Lima, e o comandante dos Bombeiros Municipais de Loulé, Irlandino  Santos.

“Ansiedade muito grande” pelo atraso na chegada de ventiladores

Relativamente à aquisição de ventiladores, na sequência da colaboração com a Comunidade Intermunicipal do Algarve / AMAL, Vítor Aleixo reconheceu tratar-se de uma “situação difícil de gerir”, uma vez que o equipamento, importado, ainda não chegou. “A ansiedade é muito grande, não tem sido fácil. Há uma grande pressão sobre os meios de transportes disponíveis e nós estamos a fazer tudo para receber os ventiladores já adquiridos e aguardamos. Não temos uma data”, observou.

Medidas de apoio à liquidez e tesouraria das empresas e das famílias, “num montante estimado em dois milhões de euros para os meses de Abril e Maio”, com isenções de tarifas e taxas municipais e o prolongamento do pagamento por seis meses de faturas de água

Por outro lado, a Câmara Municipal de Loulé já adotou diversas medidas de apoio à liquidez e tesouraria das empresas e das famílias, “num montante estimado em dois milhões de euros para os meses de Abril e Maio” deste ano. Nesse sentido, explicou Vítor Aleixo, procedeu à “isenção das tarifas aplicadas aos serviços de fornecimento de água, de tratamento de águas residuais e de recolha de resíduos sólidos urbanos para os clientes não-domésticos”, bem como ao “prolongamento do prazo limite para pagamento das faturas de água emitidas durante os meses de Abril e Maio de 2020 por mais seis meses.”

O pacote de medidas da autarquia inclui, igualmente, “a isenção do pagamento de taxas municipais referentes aos transportes públicos urbanos e ao estacionamento”, “a isenção de taxas municipais referentes à ocupação do espaço público e do espaço aéreo”, além da “isenção do pagamento de taxas municipais de concessões dos módulos comerciais e das lojas no Mercado Municipal de Loulé e das concessões dos espaços municipais de café e similares.” Há, ainda, alteração temporária dos documentos solicitados para a atribuição do Tarifário Social da Água aos utilizadores domésticos.

“Muito preocupante” a situação das empresas em ‘lay-off’ no concelho de Loulé

Neste encontro com os jornalistas, Vítor Aleixo considerou  “muito preocupante” a situação das empresas em ‘lay-off’ no concelho de Loulé, resultante da paragem da atividade económica em tempo de quarenta imposto pelo estado de emergência nacional para enfrentar a Covid-19. “As consequências sociais e económicas são muito grandes e vão ser com certeza muito preocupantes para o futuro”, perspetivou o autarca, prometendo, “além das medidas já anunciadas no apoio à economia e à rede de micro-empresas e empresas” deste concelho, “dentro das nossas possibilidades completarmos com outras iniciativas, medidas do governo.” “A Câmara Municipal de Loulé vai também avançar com um conjunto de medidas para minorar os efeitos da crise económica nesta pandemia no concelho”, sublinhou o presidente Vítor Aleixo.

Mais de 4.000 refeições no Refeitório Social de Quarteira, em menos de um mês, e 202 cabazes alimentares

Foram, ainda, implementadas medidas de apoio direto às famílias e pessoas mais carenciadas no concelho. Para o efeito, a autarquia criou a Linha Loulé Solidária, em colaboração com as Juntas de Freguesia, assim como Zonas de Apoio à População e o Refeitório Social em Quarteira, com o fornecimento total de mais de quatro mil refeições desde a sua abertura. Ao mesmo tempo, “entre os dias 25 de Março e 20 de  Abril”, a autarquia procedeu à entrega de um “total de 202 cabazes alimentares”, em parceria com as instituições particulares de solidariedade social. Paralelamente, foram servidas “1.230 refeições durante o mês de Março e 2.732 até 20 de Abril” para os alunos mais carenciados em várias escolas do concelho de Loulé. E todas as famílias que têm contratos de arrendamento com o município de Loulé, ficam isentas do pagamento das rendas de habitação social nos meses de Abril e Maio.

Por outro lado, foi criada uma plataforma digital (http://covid19.cm-loule.pt), a qual reúne toda a informação recolhida sobre a temática COVID-19, bem como comunicados de imprensa, vídeos, panfletos e ‘banners’ produzidos pela câmara. Foram, também, levadas a efeito “campanhas de informação através de ‘outdoors’, mupis e Tomi’s”, além de “panfletos, lonas, spots de rádio e vídeos”, acrescentou Vítor Aleixo.

Intervenção no lar de idosos da Santa Casa da Misericórdia de Boliqueime

Numa altura em que Loulé continua a ser um dos concelhos dos mais atingidos no Algarve pelo novo coronavírus, o que se deve sobretudo, como tem sido noticiado, à situação no lar da Santa Casa da Misericórdia de Boliqueime (duas idosas, de 92 e 81 anos, faleceram recentemente no Hospital de Faro, uma delas mãe da escritora Lídia Jorge), o autarca destacou os vários testes realizados a utentes e funcionários daquela unidade, mostrando-se esperançado de “muito em breve”, num novo de ponto de situação,  poder anunciar a descida do total de infetados.

“A Câmara esteve sempre atenta à situação do estabelecimento, tendo, em colaboração com a provedoria da Santa Casa da Misericórdia de Boliqueime e diversas outras entidades locais, tomado várias medidas para fazer face à situação vivida no Lar, tais como o processo de transferência dos utentes negativos para uma unidade hoteleira do concelho, com a colaboração da Cruz Vermelha Portuguesa; a cedência de inúmeros equipamentos de proteção individual no hotel e no lar; e a disponibilização de todos os equipamentos necessários, tanto no lar como no hotel, para a devida gestão e recolha dos resíduos que foram classificados com risco biológico”, destacou o presidente Vítor Aleixo.

Por outro lado, acrescentou, a autarquia procedeu ao “acionamento de uma unidade militar de descontaminação para uma intervenção no piso 2 do Lar, e a contratação de uma empresa especializada e certificada para a limpeza e higienização do piso”, além da lavagem de toda a roupa pessoal e das camas dos utentes ali instalados.

Autor: José Manuel Oliveira