ANTÓNIO MIGUEL PINA, PRESIDENTE DA AMAL, AO LITORALGARVE: “O PAÍS NÃO PODE VOLTAR A FECHAR” POR CAUSA DA COVID-19

O presidente da AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve, da Comissão Distrital de Proteção Civil e da Câmara Municipal de Olhão, António Miguel Pina,  elogia o comportamento das pessoas nesta época turística perante as restrições existentes devido à Covid-19  e sublinha que, “apesar de termos triplicado o número da população na região, os casos não triplicaram”, mantendo-se “mais ou menos o dito normal, perfeitamente controlável por parte das autoridades”.

Numa breve entrevista ao Litoralgarve,  o autarca  considera “um desafio muito grande o início das aulas”, alerta para “regras adicionais” com o estado de contingência em Portugal, a partir do dia 15 de Setembro, perante “o aumento da atividade social e de mobilidade”, e diz que “ninguém se recusa a cumprir o uso da máscara”.

Litoralgarve – Qual é a sua avaliação sobre esta época turística e o comportamento das pessoas em face das restrições existentes, com regras de segurança, devido à  pandemia  da  Covid-19?

António Miguel Pina –  Tenho visto um comportamento muito responsável. Não podemos tomar uma pequena parte pelo todo. Claro que nas zonas de diversão noturna, apesar do horário muito restringido, torna-se difícil controlar às vezes alguma presença mais densa de população, pessoas que estão mesmo fora dos estabelecimentos. Mas são pequenos casos. As autarquias, as autoridades têm sensibilizado e sensibilizado as pessoas perante  esses comportamentos. Como fruto dessa situação, apesar de termos triplicado o número de população na região, os casos não triplicaram. Mantém-se mais ou menos o dito normal, perfeitamente controlável por parte das autoridades.

“O    PROBLEMA    VAI     SER     DO    PONTO   DE   VISTA    SÓCIO-ECONÓMICO”

Litoralgarve – Como encara o ano letivo que se aproxima?

António Miguel Pina – É um desafio muito grande o início do ano letivo. Cada escola, cada agrupamento é uma realidade. Estamos a trabalhar em conjunto com os agrupamentos, com o Delegado Regional de Educação, na busca de soluções caso a caso e até na questão dos transportes escolares, os quais também se tornam mais difíceis, tendo de dar resposta, uma vez que haverá o aumento das horas, diferentes em entradas e de saídas. Vamos tentar organizar-nos o melhor possível.

Litoralgarve – E como perspetiva os próximos meses, o Outono e o Inverno, o estado de contingência que também abrangerá o Algarve?

António Miguel Pina – Acho que o problema vai ser do ponto de vista sócio-económico. Essa é a preocupação que tenho.

ESTADO    DE    CONTINGÊNCIA  ?   “AS    PESSOAS    VÃO     MOVER-SE    MAIS      E    TÊM    DE    TER   MAIS   REGRAS   PARA    SE   CONTROLAR”

Litoralgarve – O que irá implicar o estado de contingência no Algarve?

António Miguel Pina  – Temos o estado de contingência, a partir do dia 15 de Setembro,  numa altura em que volta a abertura das escolas, volta o aumento da atividade social e de mobilidade. Vamos ter esse estado de contingência para poder obrigar a regras adicionais, porque as pessoas vão mover-se mais e têm de ter mais regras para se controlar. Porque o contrário, é pôr as pessoas em casa. E o país não pode voltar a fechar. Temos é de voltar à nossa vida, mas obrigando a que todos cumpram com o uso da máscara, os afastamentos.

“VEJO   AS    PESSOAS    A   CUMPRIREM   O   USO   DA    MÁSCARA,   A   NOVENTA   E   CINCO    POR   CENTO.   E   QUANDO   NÃO   CUMPREM,   SÃO   CHAMADAS    À    ATENÇÃO”

Litoralgarve – Ainda há muita gente sem máscara? Tem visto muitos abusos?

António Miguel Pina – Acho que naquilo que são os locais obrigatórios para o uso da máscara, as pessoas usam máscara. Em qualquer estabelecimento público, ou comercial, ou privado, temos de andar de máscara. Ainda não é considerado obrigatório o uso da máscara nos espaços exteriores. Se vier a ser, pois aí, sim. Mas até à data, vejo as pessoas a cumprirem, a noventa e cinco por cento. E quando não cumprem, são chamadas à atenção. E rapidamente cumprem. Ninguém se recusa a cumprir o uso da máscara. O que noto às vezes é um esquecimento, uma pessoa que vai ao balcão de um estabelecimento e não leva a máscara. Mas é chamada à atenção e rapidamente vai buscar a máscara. Há uma consciência de que é para cumprir.

AUMENTO   DA    COVID-19   NO INVERNO ?  “ACHO   QUE   NÃO.   A   FASE   CRÍTICA  É   AGORA,   O   VERÃO.   E   DEPOIS,   SERÁ   O   INÍCIO    DAS    AULAS”

Litoralgarve – O Inverno poderá trazer mais casos de Covid-19 ao Algarve?

António Miguel Pina – Acho que não. A fase crítica é agora, o Verão. E depois, será o início das aulas. São desafios.

Litoralgarve – As pessoas devem ser obrigadas a vacinar-se contra a gripe no Inverno?

António Miguel Pina – O sector da saúde é que vai dar essas indicações. Não me pronuncio sobre as questões de saúde. Se devem, ou não devem (ser vacinadas), a área da saúde é que o deve determinar. 

José Manuel Oliveira

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