O suspeito, Mário Freitas, de nacionalidade portuguesa e de forte compleição física, conhecido nesta cidade, já saturado de “provocações”, acabou por empurrar violentamente o inglês, que embateu com a cabeça no chão, tendo falecido no Hospital Terras do Infante, em Lagos. Poderá ser acusado de homicídio qualificado.
José Manuel Oliveira
Mário Freitas, empresário e figura conhecida em Lagos, além de possuir alguns antecedentes criminais, segundo apurou o ‘Litoralgarve’, arrisca a ser condenado até 25 anos de prisão por suspeita de homicídio qualificado, que acabou por vitimar um turista, de 61 anos e nacionalidade inglesa, após este ter sido violentamente agredido, cerca das 03h00 horas da madrugada de sábado, 31 de Maio, na via pública, junto a bares, na Rua 25 de Abril de 1974, nesta cidade, como o nosso Jornal noticiou.
Bombeiro de Lagos tentou manobras de reanimação, mas a vítima entrou em paragem cardiorrespiratória e faleceu no hospital local
Apesar das manobras de tentativa de reanimação por parte de um operacional da corporação dos Bombeiros Voluntários de Lagos, até à chegada de outros meios de socorro, incluindo a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do Barlavento e a Ambulância da SIV – Suporte Imediato de Vida, do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), o turista inglês entrou em paragem cardiorrespiratória, ainda foi transportado com vida para o Hospital Terras do Infante, em Lagos, mas acabou por falecer. Já a autor das agressões foi detido na sua residência por agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP) de Lagos, estando o caso a ser acompanhado por inspectores do Departamento de Investigação Criminal de Portimão da Polícia Judiciária (PJ).
Inglês foi expulso do bar ‘Bon Vivant’ por um elemento da segurança “por se estar a meter com mulheres”, mas voltou a entrar e acabou por “provocar” o cliente Mário Freitas
De acordo com informações recolhidas pelo nosso Jornal, tudo principiou no interior do bar ‘Bon Vivant’, em Lagos, quando o inglês “se começou a meter com mulheres”, após o que foi expulso por um elemento responsável pela segurança daquele estabelecimento de diversão noturna, para não perturbar o ambiente. Mais tarde, voltou a entrar e nessa altura “provocou” e terá agredido o cidadão Mário Freitas, que ali se encontrava como cliente e tinha defendido as senhoras que também estavam no bar.
Provocações continuaram na via pública, com o inglês a desafiar o português e a baixar as calças
“Já saturado da confusão, [Mário Freitas] defendeu-se, só que com excessiva violência, atirando-o ao chão, onde o inglês acabou por bater com a cabeça, o que lhe foi fatal”
Quando Mário Freitas, português, de origem angolana, com idade compreendida entre 30 e 40 anos e de forte compleição física, saiu daquele bar, o turista inglês “continuou com provocações” na rua, contaram ao ‘Litoralgarve’. “O homem tinha as unhas pintadas, até aparentava ser homossexual e, para surpresa geral, baixou as calças perante Mário Freitas, desafiando-o. Este, já saturado da confusão causada pelo inglês, defendeu-se, só que com excessiva violência, atirando-o ao chão, onde o inglês acabou por bater com a cabeça, o que lhe foi fatal”, descreveram populares que assistiram à cena.
Entretanto, uma fonte desmentiu, ao ‘Litoralgarve’, a versão colocada a circular, segundo a qual o agressor Mário Freitas terá, também, pretendido “defender uma irmã sua”, com quem o turista britânico “se teria metido” durante a madrugada.
Dois homicídios no espaço de três meses e assaltos recentes a estabelecimentos, durante a noite, provocam alarme e insegurança entre a população em Lagos
O certo é que este novo caso de violência nas noites no concelho de Lagos, com dois homicídios em três meses (o outro foi em Março, na noite de Carnaval em Odiáxere, também na via pública), está a provocar um ambiente de indignação e insegurança entre a população local, que questiona o papel das forças da autoridade.
Tal sucede numa altura em que também têm ocorrido assaltos a restaurantes e estabelecimentos comerciais durante as madrugadas, em Lagos, com vidros partidos, para furtar sobretudo dinheiro, nomeadamente gorjetas, e quando se aproxima o Verão, de que resultará o consequente aumento da população turística em Lagos.
Mais de uma centena de pessoas, na zona do crime, durante a madrugada deste domingo, 01 de Junho, e nem, por uma vez, foi visto policiamento. Tal situação provoca um sentimento generalizado de insegurança e potencia a ocorrências de mais crimes.
Curiosamente, a madrugada deste domingo, 01 de Junho, foi muito movimentada, chegando a estar mais de cem pessoas na rua, junto ao bar ‘Bom Vivant’, onde ocorreu este crime de homicídio qualificado na cidade de Lagos. Até depois das 04h00, nem uma vez foi visto policiamento nessa rua (a 25 de Abril de 1974), o que gera um sentimento generalizado de insegurança e potencia haver crimes.
Usual a presença de elevado número de jovens, com garrafas de gás nitroso no chão, também conhecido por ‘droga do riso) e a encherem balões, transmitindo, a quem por ali passe, um verdadeiro sentimento de impunidade
E, como nos garantiram, até começa a ser usual, nessa mesma zona de Lagos, a presença de um grande número de jovens, com garrafas de gás nitroso no chão e a encherem balões, transmitindo um verdadeiro sentimento de impunidade a quem por ali passe. O gás nitroso, também conhecido por ‘droga do riso’, tem ganho popularidade pelo seu efeito de euforia, relaxamento e sentido de desconexão. Poderá provocar problemas de saúde, inclusivamente envenenamentos, queimaduras e lesões.
Comunicado da Polícia Judiciária
Face às notícias vindas a público, a Polícia Judiciária confirma, que foi detido, este sábado, em Lagos, um homem de 47 anos, por fortes indícios de ser o autor de um homicídio qualificado, que vitimou, na madrugada do mesmo dia, um cidadão estrangeiro com 61 anos.
O crime, a ser investigado pelo Departamento de Investigação Criminal de Portimão da PJ, ocorreu na via pública, nas imediações de um estabelecimento de diversão noturna, localizado na cidade de Lagos, na sequência de uma alegada importunação por parte da vítima a clientes no interior do referido estabelecimento.
O suspeito será presente a tribunal a primeiro interrogatório para aplicação de medidas de coação.
( Em atualização)
