Traficantes de droga espanhóis invadem Escola primária do Bairro Operário, em Lagos, para fugir à polícia, e provocam ambiente de terror entre professores, auxiliares, alunos e pais

“O que se passa ao nível de segurança em Lagos? O problema da insegurança em Portugal não é, apenas, em Lisboa e no Porto, como pretendem fazer crer. No Algarve, este problema está muito camuflado, abafado! Quem pode andar tranquilo nesta cidade, com situações deste tipo?”, questiona, em declarações ao ‘Litoralgarve’, Cláudia Vieira, mãe de um aluno, que foi chamada por uma funcionária para ir buscar o filho à escola.

José Manuel Oliveira

Tarde de pânico na Escola do ensino básico do Bairro Operário, em Lagos. Segundo apurou o ‘Litoralgarve’, um grupo de homens, de nacionalidade espanhola, supostamente com armas de fogo e envolvido em tráfico de droga, foi abordado por agentes do sector da investigação criminal da Esquadra de Lagos da Polícia de Segurança Pública (PSP), quando se encontrava no interior de uma viatura com matrícula do país vizinho.

Ao tentarem fugir a pé dos agentes policiais, que já os teriam referenciado, os indivíduos acabaram, após o disparo de vários tiros, por saltar um muro da Escola do ensino básico do Bairro Operário, para se refugiarem, provocado um ambiente de pânico entre alunos, auxiliares e professores.

Crianças estavam no recreio à espera de uma aula de educação física

Na altura, estavam no recreio várias crianças, com uma média de idades entre seis e nove anos, à espera de uma sessão de educação física, a qual deveria decorrer durante a tarde ao ar livre.

Dois feridos no gangue após disparos da polícia para travar a fuga

Os suspeitos acabaram por ser detidos por agentes da PSP, numa operação que envolveu reforços de elementos da própria esquadra de Lagos, após troca de tiros e sangue junto à escola, de que resultaram dois feridos. Trata-se de elementos do gangue espanhol, que foram transportados numa ambulância para uma unidade hospitalar, a fim de receberem assistência médica.

Auxiliares e professores gritam para os alunos: “Fujam para dentro da sala de aula e escondam-se!”

“Fujam para dentro da sala de aula e escondam-se!”, gritaram auxiliares e professores, contou, ao nosso Jornal, um menino, acrescentando que, “depois, ficámos agachados”, como  forma de protecção.

Em declarações ao ‘Litoralgarve, numa zona de estacionamento, em frente ao edifício da Escola do Bairro Operário, entre a Rua Dr. João de Deus e a Rua Ilha Graciosa, Cláudia Vieira, mãe da criança, não escondeu a sua revolta pelo “ambiente de insegurança que se vive, não só em Lisboa e no Porto, como também no Algarve.”

“Telefonaram-me às 16h03m. para vir buscar o meu filho à escola, dizendo que tinha havido um assalto. Entrei em desespero, vim a correr para salvar o meu filho, que, felizmente, está bem saúde. Nada lhe aconteceu, nem às outras crianças”, disse-nos Cláudia Vieira, sem esconder um natural nervosismo e emoção estampada no rosto.

“O que pretendiam os homens que saltaram o muro e entraram na escola? Fugirem só da polícia? E se houvesse um sequestro, um rapto de crianças, professores e auxiliares?”, pergunta a mãe de um aluno

E prosseguiu: “Vi auxiliares da escola muito assustadas, como é normal. Havia pessoas a chorar. E agora pergunto: Qual é a segurança para os nossos filhos na escola, enquanto os pais e encarregados de educação vão trabalhar? O que se passa ao nível de segurança em Lagos? O problema da insegurança em Portugal não é, apenas, em Lisboa e no Porto, como pretendem fazer crer. No Algarve, este problema está muito camuflado, abafado! Quem pode andar tranquilo nesta cidade, com situações deste tipo? O que pretendiam os homens que saltaram o muro e entraram na escola? Fugirem só da polícia? E se houvesse um sequestro, um rapto de crianças, professores e auxiliares? Quem nos acode?“

Habitante em Lagos alerta ao ‘Litoralgarve: “Numa situação desta natureza, que deixa marcas psicológicas em crianças e adultos, deveria ter sido logo acionada uma equipa de psicólogos para apoiar os utentes da escola. O que foi feito nesse sentido? Ao que se sabe: zero!”

Já um residente em Lagos, em conversa com o ‘Litoralgarve, questionou a actuação das autoridades locais, nomeadamente do Serviço de Proteção Civil. “Numa situação desta natureza, que deixa marcas psicológicas em crianças e adultos, deveria ter sido logo accionada uma equipa de psicólogos para apoiar os utentes da escola. O que foi feito nesse sentido? Ao que se sabe: zero!.” E observou: “é muito bonito exibir imagens com meios de protecção dos bombeiros e da Proteção Civil em acções de formação. Depois, quando sucedem casos deste tipo, parece que ninguém sabe como actuar.”

PSP e Polícia Judiciária procedem a investigações no local

A Polícia Judiciária foi acionada e, juntamente com a PSP de Lagos, procedeu a investigações no local deste incidente, que abalou os utentes da Escola do Bairro Operário nesta tarde de sexta-feira, onde após o susto, não faltou chuva.

(Em atualização)

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