Rescaldo do sismo em Portugal – Homem procura nova habitação por sentir insegurança no apartamento onde vive na zona na Bemposta, em Portimão, e exige saber quem fiscaliza as construções ao nível anti-sísmico

Em declarações ao ‘Litoralgarve’, Hélder Costa considera “duvidosa” a estrutura do edifício, “com mais de quarenta anos”, onde mora, desconhecendo as condições em que se encontram os pilares. Por isso, prepara-se para mudar de casa. Mas quer saber a segurança que irá encontrar.

José Manuel Oliveira

Residente num apartamento situado no terceiro andar de um edifício na zona da Bemposta, em Portimão, Hélder Costa, de 50 anos de idade e comerciante no Algarve, tal como muitas outras pessoas, também sentiu o sismo, de magnitude 5.1 na Escala de ‘Ritcher’, com epicentro ao largo de Sines, na costa alentejana, que abalou várias zonas de Portugal Continental, durante a madrugada de segunda-feira, 26 de Agosto, e ficou estático à espera que passasse.

“Dez segundos com o prédio a abanar e fiquei apático, sem reacção. Senti móveis a tremer, tal como um candeeiro que está pendurado no tecto. Na altura, pensei: é um tremor de terra! A minha mulher e o meu filho estavam a dormir e nem os acordei para não os assustar”

“Foram dez segundos com o prédio a abanar e fiquei apático, sem reacção. Senti móveis a tremer, tal como um candeeiro que está pendurado no tecto. Na altura, pensei: é um tremor de terra! A minha mulher e o meu filho estavam a dormir e nem os acordei para não os assustar. Só lhes falei, de manhã, sobre o sucedido,” contou, ao ‘Litoralgarve’, Hélder Costa. Durante o dia, acrescentou, “fiquei a saber que algumas pessoas a residir no prédio nem se aperceberam do que aconteceu, enquanto outras se assustaram ao sentirem o sismo.”

“Quero saber qual é a autoridade, que são as pessoas, os técnicos, que fiscalizam a segurança anti-sísmica dos edifícios em Portimão e vou tentar obter essas informações junto da Câmara Municipal”

Aquele morador questiona, agora, as condições de segurança do edifício onde reside com a família. “É uma estrutura duvidosa, com mais de quarenta anos, e não se sabe em que condições se encontram os pilares do prédio, com o perigo inerente a uma zona de risco sísmico como esta no Algarve”, observou Hélder Costa, interrogando-se sobre a fiscalização das habitações no concelho de Portimão a esse nível. “Quero saber qual é a autoridade, quem são as pessoas, os técnicos, que fiscalizam a segurança anti-sísmica dos edifícios em Portimão e vou tentar obter essas informações junto da Câmara Municipal”, avisou.

Por outro lado, como referiu ao ‘Litoralgarve’, Hélder Costa prepara-se para “comprar um apartamento, situado no máximo no terceiro andar” de um prédio em Portimão. Antes, porém, exige saber quais são as condições de segurança que irá encontrar, de forma a estar preparado para enfrentar a ocorrência de outros abalos sísmicos, cada vez mais frequentes no Algarve.

Oito sismos em três dias, com epicentro nas zonas de Loulé, Silves, Faro, Lagos, Monchique (dois) e Cabo de São Vicente / Sagres (dois)

Refira-se, a propósito, que o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) registou, desde segunda-feira à noite até quarta-feira ao final do dia, oito tremores de terra nesta região, sendo o de maior intensidade, de magnitude 2.4 na Escala de ‘Ritcher’, com epicentro a sudoeste de Loulé e a 12 quilómetros de profundidade, pelas 23h.37m.55s a 26 de Agosto. Já no dia seguinte, 27, às 08h.34m.52s., ocorreu um sismo de magnitude 1.3 na Escala de ‘Ritcher’, com epicentro a noroeste de Silves e a uma profundidade de 21 quilómetros; outro, pelas 17h.10m.32s., de magnitude 1.3 e a 15 quilómetros de profundidade a sudoeste de Faro; e mais um, às 20h.47m.51s., de magnitude 1.1, com epicentro a sudoeste de Lagos, e 29 quilómetros de profundidade.

No dia 28, às 06h.49m.34s., houve um abalo de magnitude 1.3 e a uma profundidade de nove quilómetros, com epicentro a sudeste de Monchique, enquanto pelas 13h.33m.54s., foi assinalado um outro, de magnitude 1.4 na Escala de ‘Ritcher’, com epicentro a sudoeste do Cabo de São Vicente, na zona de Sagres (concelho de Vila do Bispo), e a uma profundidade de 16 quilómetros.

Ainda na quarta-feira à noite, concretamente quando eram 20h.06m.47s., voltou a ser registado um abalo, de magnitude 1.0, desta vez com epicentro a noroeste de Monchique e a seis quilómetros de profundidade. Pouco depois, pelas 20h.32m.26s., foi registado um outro, de magnitude 1.2, com epicentro a oeste do Cabo de São Vicente, zona de Sagres, e a onze quilómetros de profundidade.