Reportagem ‘Litoralgarve’ –Depressão Cláudia inunda centro da cidade de Lagos: “Aconteceu tudo de repente”, recordam comerciantes ea PSP teve de cortar a circulação do trânsito na Avenida dos Descobrimentos

“A água da chuva, com o vento, entrou de rajada, como se fosse uma onda, na Praça Gil Eannes”, conta, ao nosso Jornal, Cristina Peres, ainda a contabilizar os prejuízos na loja de roupas ‘Norte Moda’, de que é responsável.Lamenta a falta de limpeza de espaços, nomeadamente gradeamentos para drenagem de águas pluviais. “Se esta zona da cidade estivesse em condições a esse nível, isto não teria acontecido”, alerta.

José Manuel Oliveira

“Eram 11h.15m. e aconteceu tudo de repente. Começou a chover com muita intensidade e em pouco tempo esta zona da cidade ficou toda inundada. Ainda entrou água no meu estabelecimento, mas foi pouca. Não sofri prejuízos.”

Por detrás do balcão da sapataria ‘Riviera’, junto à agência da Caixa Geral de Depósitos, na Praça Gil Eannes, em Lagos, Daniela recordou, assim, ao ‘Litoralgarve’, o efeito da depressão Cláudia, com vento forte e chuva intensa, a coincidir com a preia-mar (maré cheia), que em poucos minutos atingiu várias áreas desta cidade.

Junto à zona de estacionamento de táxis, perto dos CTT, agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP) de Lagos tiveram de interromper a circulação do trânsito, uma vez que parte da Avenida dos Descobrimentos, bem como a Praça do Infante Dom Henrique, ficaram alagadas. Não há registo de feridos, mas os prejuízos são avultados e ainda estão a ser contabilizados.É o que sucede, por exemplo, na loja ‘Norte Moda’,de venda de roupa, na Praça Gil Eannes, a poucos metros da estátua do rei Dom Sebastião.

“Ainda não sei qual é o montante dos prejuízos, que atingiram dezenas de peças de vestuário”, diz, ao nosso Jornal, a responsável da loja ‘Norte Moda’, situada na Praça Gil Eannes

Numa casa de banho, a água até saiu da sanita e inundou o chão. “Alguns móveis de madeira ficaram danificados. E nalguns espaços, a água atingiu, talvez, uns cinco centímetros de altura”

“Ainda não sei qual é o montante dos prejuízos, que atingiram dezenas de peças de vestuário”, disse, ao final da tarde deste sábado, dia 15 de Novembro, ao ‘Litoralgarve’, Cristina Peres, responsável daquele estabelecimento. Contudo, ainda admitiu que poderão ascender a mais de quinhentos euros. Também muitas placas de papelão, que servem para proceder à transferência de peças de vestuário, acabaram por ser atingidas pela água da chuva que entrou na loja, e por isso foram deitadas ao lixo. Numa casa de banho, a água até saiu da sanita e inundou o chão. “Alguns móveis de madeira ficaram danificados. E nalguns espaços, a água atingiu, talvez, uns cinco centímetros de altura”, observou Cristina Peres, desolada com a situação, enquanto olhava para os estragos.

Gradeamento para drenagem de águas pluviais, instalado junto à porta deste estabelecimento comercial, estava “bloqueado”, por falta de limpeza, o que contribuiu para inundaro local

Durante esta intempérie que atingiu Lagos, o cenário afectou vários cafés e estabelecimentos comerciais da baixa. “É uma situação recorrente e foi a segunda vez com mais problemas, desde que estou a trabalhar nesta cidade. A água da chuva, com o vento, entrou de rajada, como se fosse uma onda, na Praça Gil Eannes”, recordou a responsável da loja ‘Norte Moda’, lamentando o facto de o gradeamento para drenagem de águas pluviais, instalado junto à porta do seu estabelecimento, estar “bloqueado”, com “falta de limpeza”, o que contribuiu para a inundação do local. “Até parecia a piscina municipal…”

“Não limpam devidamente” estes espaços “e depois acontecem estas situações”, critica Cristina Peres

“É necessário haver mais cuidado, mais limpeza, mais coordenação. Se esta zona da cidade estivesse em condições a esse nível, isto não teria acontecido.”

“Não limpam devidamente” estes espaços “e depois acontecem estas situações”, criticou Cristina Peres, apontando culpas à Câmara Municipal de Lagos. “É necessário haver mais cuidado, mais limpeza, mais coordenação. Se esta zona da cidade estivesse em condições a esse nível, isto não teria acontecido. E quando surge uma tempestade como esta, nem nos dá tempo para fecharmos a porta do estabelecimento”, notou a senhora. Na altura da intempérie, não havia clientes, nemestava na loja, tendo sido alertada por uma das funcionárias.

“Estiveram aqui elementos dos Bombeiros Voluntários de Lagos e da Proteção Civil Municipal. E alertaram-nos para a possibilidade de ocorrer outra inundação nesta zona da baixa de Lagos, com a próxima maré, se chover”, referiu Cristina Peres, que, quando falou à nossa reportagem, se mostrava, por isso, bastante apreensiva. Passar a noite no estabelecimento, de que é responsável, para evitar mais prejuízos era uma das hipóteses que estava a equacionar, enquanto ainda procedia a limpezas.

Praias da Dona Ana e do Porto de Mós, e urbanização Chesgal, entre outros locais atingidos pela depressão Cláudia

O mau tempo afectou, também, outras zonas da cidade de Lagos, com inundações, nomeadamente um dos acessos à Urbanização da Chesgal, junto ao Talho André, assim como uma parte da Avenida dos Descobrimentos, como já referimos, além da Praia da Dona Ana e da do Porto Mós. Segundo apurámos, a cave do edifício do Lar de idosos José Filipe Fialho, onde funciona o Centro de Medicina Física e de Reabilitação, foi, igualmente, atingida pela chuva intensa durante a manhã de sábado. A depressão Cláudia alagou, ainda, o Jardim da Constituição de 1976, situado perto da Praça do Infante Dom Henrique, entre outros locais de Lagos.

(Em actualização)