Polémica em Lagos – “Cala-te! És mulher”

Foi esta a reacção do empresário de um hostel situado na cidade de Lagos, de origem asiática, quando uma senhora lhe chamou a atenção para o facto de haver viaturas junto a essa unidade de alojamento local a impedir a circulação do carro em que seguia com o marido. E ainda acabou por ser “gozada”, depois de informar que iria chamar a PSP.

José Manuel Oliveira

Um empresário oriundo de um país asiático e arrendatário de um estabelecimento de hospedagem, situado numa zona perto do centro da cidade de Lagos, mandou calar uma senhora, quando ela se dirigiu à recepção para lhe chamar a atenção para o facto de uma viatura, mal estacionada e pertencente àquela unidade de alojamento local estar a impedir a circulação do carro em que seguia com o marido.

O caso ocorreu em Março deste ano, mas só agora chegou ao conhecimento do nosso Jornal. Na altura do incidente, a senhora, que reside perto desse estabelecimento, reagiu, comunicando ao empresário, que iria apresentar queixa na Esquadra de Lagos da Polícia de Segurança Pública (PSP). Contudo, o homem até “gozou com a situação”, dizendo-lhe “Chama!… Chama!…”, segundo a moradora.

“Qual não foi a minha surpresa quando ele ainda me insultou, mandando-me calar. Disse-me: Cala-te! És mulher”, recorda, indignada, esta moradora de Lagos

“Ia no carro com o meu marido, que estava a conduzir, quando nos deparámos com um veículo mal estacionado, o qual impedia a circulação para podermos entrar numa rua. Saí do carro, entrei no hostel e chamei a atenção para essa situação ao senhor, que sei que é o atual responsável por aquela unidade de alojamento local. Qual não foi a minha surpresa quando ele ainda me insultou, mandando-me calar. Disse-me: ‘Cala-te! És mulher’”, contou, indignada, ao ‘Litoralgarve’, a senhora, que pediu o anonimato, bem como a omissão do local onde ocorreu o incidente, “para evitar mais problemas.”

Perante aquilo que considerou tratar-se de um “insulto”, a moradora ameaçou telefonar para a Esquadra de Lagos da PSP, a fim de solicitar a presença de agentes e apresentar queixa contra o comportamento do empresário do hostel. “Ainda fui gozada, pois ele respondeu, em português e com ar irónico: “Chama!… Chama!…”, recordou a senhora. A moradora acabou por reagir, dizendo-lhe: “estás em Portugal e tens o dever de respeitar os costumes portugueses. Ou, se não os pretendes respeitar, deves pensar em voltar para o teu país!” E saiu do hostel.

“Uma cliente foi insultada pelo mesmo empresário só por usar calções. Ela viu os gestos de reprovação, mas não percebeu o que o homem lhe dizia, porque ele falava no seu idioma. A cliente acabou por abandonar o hostel”

De acordo com informações recolhidas pelo ‘Litoralgarve’, têm sido frequentes problemas naquela unidade de alojamento local, não só devido a questões de estacionamento, como ao tratamento a mulheres. “Uma cliente foi insultada pelo mesmo empresário só por usar calções. Ela viu os gestos de reprovação, mas não percebeu o que o homem lhe dizia, porque ele falava no seu idioma. A cliente acabou por abandonar o hostel. É caso para dizer: “se estes senhores imigrantes não estão preparados para viver num país europeu, como Portugal, adaptando-se à nossa cultura e respeitando as mulheres, então é preferível ficarem nas suas terras…”, disse, ao nosso Jornal, uma residente em Lagos, conhecedora da situação.

Cidadão indiano diz a professora do filho, em Lagos: “Se vocês, portugueses, soubessem quem vive em Portugal, se conhecessem os problemas de muitos cidadãos indianos e de outros países asiáticos, que cá vivem, não os teriam deixado entrar no vosso país. Eles só criam conflitos por onde passam.”

Por outro lado, o pai de um aluno de uma escola da cidade de Lagos, que é de nacionalidade indiana, disse a uma professora: “Se vocês, portugueses, soubessem quem vive em Portugal, se conhecessem os problemas de muitos cidadãos indianos e de outros países asiáticos que vieram para cá, não os teriam deixado entrar no vosso país. Eles só criam conflitos por onde passam e ainda se julgam acima da lei, por falta de controlo das autoridades portuguesas.”