“Queremos dar voz aos cidadãos que se sentem negligenciados pelos governantes que temos tido ao longo destes 50 anos. Acreditamos que podemos eleger deputados que representem verdadeiramente os interesses do Algarve, porque a função do deputado é servir o país e a população, e não se servir destes”, afirmou, em entrevista concedida por escrito ao ‘Litoralgarve’, Rui Curado, que encabeça a lista do partido R.I.R – Reagir Incluir Reciclar, candidata pelo Círculo Eleitoral de Faro à Assembleia da República, nas eleições legislativas antecipadas no próximo domingo, dia 18 de Maio de 2025.
Destaca a falta de um Hospital Central, com capacidade e especialidades adequadas, o Centro Oncológico do Sul, a carência de mais médicos e recursos clínicos, além da habitação a custos controlados como algumas das questões que mais o preocupam no Algarve.
Por outro lado, considera que, tanto uma eventual maioria de direita, liderada pela AD – Coligação PSD/CDS, com o apoio da Iniciativa Liberal, como uma nova ‘geringonça’, entre o PS e partidos de esquerda, são cenários de governação que “representam riscos significativos”.
“É fundamental que se aprenda com os erros do passado e que se procurem soluções que permitam ao país ter um horizonte de governação mais alargado e previsível”, apela o candidato do R.I.R. Nesse sentido, “o nosso papel, caso sejamos eleitos, será precisamente ser uma voz independente e assertiva na Assembleia da República, que force qualquer governo, seja ele de que cor for, a olhar para as questões que realmente importam”. E deixa outros recados, sobretudo aos partidos que têm estado no poder em Portugal, numa altura de descrença entre a população, já saturada de eleições.
José Manuel Oliveira
Litoralgarve – Que perspectiva tem o R.I.R. – REAGIR- INCLUIR-RECICLAR para estas eleições legislativas antecipadas a 18 de Maio de 2025, no Círculo Eleitoral de Faro? Quantos deputados espera eleger?
Rui Curado – O RIR apresenta-se a estas eleições com uma visão clara para o Algarve: promover um desenvolvimento sustentável, inclusivo e responsável. Queremos dar voz aos cidadãos que se sentem negligenciados pelos governantes que temos tido ao longo destes 50 anos. Acreditamos que podemos eleger deputados que representem verdadeiramente os interesses do Algarve, porque a função do deputado é servir o país e a população, e não se servir destes. Quanto ao número, estamos a trabalhar arduamente para melhorar o nosso resultado.
Litoralgarve – E qual a primeira medida que tomará se for eleito?
Rui Curado – A primeira medida que tomarei se for eleito sem margem para dúvidas que será aautonomia do Algarve, algo que eu e a minha equipa vimos defendendo desde asLegislativas de 2019. Os algarvios merecem respeito, consideração por tudo aquilo que aportam para o (des)governo central.Os algarvios merecem melhores condições de vida.
“A questão da saúde é crucial e a falta de um Hospital Central do Algarve, com capacidade e especialidades adequadas, é uma falha grave que sobrecarrega os hospitais existentes e prejudica os cuidados aos cidadãos. A isto soma-se a inaceitável decisão de chumbar o Centro Oncológico do Sul, obrigando os doentes a deslocações penosas. É fundamental construir o Hospital Central e garantir o Centro Oncológico, para além de reforçar o SNS – Serviço Nacional de Saúde no Algarve, com mais profissionais e recursos, e assegurar o funcionamento permanente das urgências de obstetrícia e pediatria entre Faro e Portimão”
“As infraestruturas são outro ponto crítico. O mau estado da A22 [Via do Infante] e da EN125 entre Faro e Vila Real de Santo António afecta a segurança e a mobilidade na região. Defendemos um plano de investimento urgente na requalificação destas vias essenciais”
“A falta de habitação a custos controlados é um problema dramático, agravado pela pressão turística e pela proliferação do alojamento local. O aumento da imigração veio exacerbar esta situação, com casos extremos de sobrelotação e rendas incomportáveis para a maioria dos algarvios.”
Litoralgarve – Quais são os principais problemas que sente no Algarve e como resolvê-los? O que mais o preocupa?
Rui Curado – Os principais problemas que afetam o Algarve exigem soluções urgentes e concretas. A questão da saúde é crucial e a falta de um Hospital Central do Algarve, com capacidade e especialidades adequadas, é uma falha grave que sobrecarrega os hospitais existentes e prejudica os cuidados aos cidadãos. A isto soma-se a inaceitável decisão de chumbar o Centro Oncológico do Sul, obrigando os doentes a deslocações penosas. É fundamental construir o Hospital Central e garantir o Centro Oncológico, para além de reforçar o SNS – Serviço Nacional de Saúde no Algarve, com mais profissionais e recursos, e assegurar o funcionamento permanente das urgências de obstetrícia e pediatria entre Faro e Portimão.
As infraestruturas são outro ponto crítico. O mau estado da A22 [Via do Infante] e da EN125 entre Faro e Vila Real de Santo António afecta a segurança e a mobilidade na região. Defendemos um plano de investimento urgente na requalificação destas vias essenciais. A falta de habitação a custos controlados é um problema dramático, agravado pela pressão turística e pela proliferação do alojamento local. O aumento da imigração veio exacerbar esta situação, com casos extremos de sobrelotação e rendas incomportáveis para a maioria dos algarvios. Propomos um conjunto de medidas que incluem incentivos à construção de habitação social e a custos controlados, regulação do alojamento local, programas de apoio ao arrendamento e políticas de integração para imigrantes que não agravem a crise habitacional.
O que mais me preocupa é a crescente desigualdade social na região e a perda de qualidade de vida para quem aqui vive e trabalha, sentindo-se muitas vezes deixado para trás.
“Portugal tem crescido a um ritmo inferior à média europeia durante demasiado tempo. Isto deve-se, em parte, a uma baixa produtividade, a uma economia pouco diversificada e dependente do turismo, a um excesso de burocracia que penaliza empresas e empreendedores, e a uma falta de investimento estratégico em áreas como a inovação e a tecnologia.“
“Propomos políticas que incentivem o investimento produtivo, simplifiquem o ambiente de negócios, apoiem a transição digital e ecológica das empresas e apostem na qualificação da mão-de-obra”
Litoralgarve – E a nível nacional?
Rui Curado – A estagnação económica persistente. Portugal tem crescido a um ritmo inferior à média europeia durante demasiado tempo. Isto deve-se, em parte, a uma baixa produtividade, a uma economia pouco diversificada e dependente do turismo, a um excesso de burocracia que penaliza empresas e empreendedores, e a uma falta de investimento estratégico em áreas como a inovação e a tecnologia.
Para contrariar esta tendência, propomos políticas que incentivem o investimento produtivo, simplifiquem o ambiente de negócios, apoiem a transição digital e ecológica das empresas e apostem na qualificação da mão-de-obra.
“Portugal é autossuficiente na produção de energia. A questão que deve ser colocada é: se produzimos energia por vezes a mais e os portugueses continuam a ter a luz com facturas das mais caras da Europa, onde está o benefício para os portugueses nesse aspecto?”
“O apagão veio provar que Portugal vende-se facilmente e ficamos dependentes de outros para coisas básicas como é o caso da electricidade, um bem essencial para as famílias portuguesas e para o bem-estar de todos, consideramos que a REN [Rede Eléctrica Nacional] e outras empresas de primeira necessidade nunca deveriam ser privatizadas”
Litoralgarve – A que se deve, na sua opinião, o recente corte energético, conhecido por apagão? Admite ter-se tratado de um ciberataque? O que falhou? Como prevenir estas situações no futuro?
Rui Curado – Portugal é autossuficiente na produção de energia. A questão que deve ser colocada é: seproduzimos energia por vezes a mais e os portugueses continuam a ter a luz com facturasdas mais caras da Europa, onde está o benefício para os portugueses nesse aspecto? Oapagão veio provar que Portugal vende-se facilmente e ficamos dependentes de outrospara coisas básicas como é o caso da electricidade, um bem essencial para as famíliasportuguesas e para o bem-estar de todos, consideramos que a REN [Rede Eléctrica Nacional] e outrasempresas de primeira necessidade nunca deveriam ser privatizadas. Foi mais uma das muitasfalhas dos sucessivos governos e das suas dívidas que depois nos levam a isto!
Defendemos a continuidade das nossas estações em funcionamento, nomeadamente a de Sines e do Pego.
“A imigração não seria um problema se não tivesse sido adoptada a política de portas abertas. Aquilo que está a ser vivenciado em muitas partes do país é uma perda dos nossos costumes, já para não falar da insegurança que os portugueses estão a sentir e que irá aumentar nos próximos tempos se nada for feito para travar está onda de entradas no país sem qualquer controlo”
“Notificar aqueles que estão de forma ilegal em Portugal a abandonar de forma voluntária o país é a mesma coisa que notificá-los para terem autonomia para tomarem a decisão que mais lhes convenha”
Litoralgarve – A imigração é um problema em Portugal? Como encara a decisão do Governo de notificar para deixarem o país, numa primeira fase, mais de quatro mil cidadãos imigrantes indocumentados e que procuram trabalhar?
Rui Curado – A imigração não seria um problema se não tivesse sido adoptada a política de portas abertas. Aquilo que está a ser vivenciado em muitas partes do país é uma perda dos nossos costumes, já para não falar da insegurança que os portugueses estão a sentir e que irá aumentar nos próximos tempos se nada for feito para travar está onda de entradas no país sem qualquer controlo. A sinceridade e a frontalidade é uma das minhas maiores virtudes. E muito sinceramente a decisão do Governo é, apenas, uma manobra de diversão para uma vez mais enganar os portugueses, porque notificar aqueles que estão de forma ilegal em Portugal a abandonar de forma voluntária o país é a mesma coisa que notificá-los para terem autonomia para tomarem a decisão que mais lhes convenha. O Governo teria de ter tido uma posição mais preponderante e absoluta.
“Muitos dos que estão em situação irregular e que não cumprem as regras, continuarão no país, mantendo a pressão sobre os recursos e serviços (como a habitação, que já discutimos) e contribuindo para a erosão do sentimento de que as leis são para cumprir”
Litoralgarve – Que repercussões poderá ter essa situação?
Rui Curado – A principal e mais preocupante repercussão será a continuidade e potencial agravamento da sensação de insegurança que os portugueses já sentem. Ao não haver uma posição ‘mais preponderante e absoluta’ por parte do Governo, a percepção é de que a situação de ‘entradas sem qualquer controlo’ se manterá, e com ela, as preocupações legítimas da população em relação à segurança e à ordem pública.
Além disso, esta abordagem não resolverá a questão da imigração ilegal de forma estrutural. Notificar para sair voluntariamente, como referi, é dar autonomia a quem está ilegal para decidir se cumpre ou não. Isto significa que muitos dos que estão em situação irregular e que não cumprem as regras, continuarão no país, mantendo a pressão sobre os recursos e serviços (como a habitação, que já discutimos) e contribuindo para a erosão do sentimento de que as leis são para cumprir.
Assistiremos, por isso, à continuação da perda dos nossos costumes e à descaracterização de algumas zonas, como resultado direto de uma política que, na prática, não consegue gerir os fluxos migratórios de forma eficaz e integrada.
“A realidade política portuguesa recente tem demonstrado a dificuldade em obter maiorias absolutas estáveis. Caso estas eleições legislativas não produzam uma, antevejo que a formação do próximo Governo dependerá crucialmente da capacidade e da vontade de diálogo e negociação entre os diversos partidos com assento parlamentar”
“A experiência recente, infelizmente, leva-nos a admitir que o risco de uma legislatura de curta duração existe e é real”
Litoralgarve – Se não houver, de novo, maioria absoluta nestas eleições legislativas antecipadas, como antevê a formação do próximo Governo em Portugal? Admite que venha a ser uma legislatura de curta duração, como já sucedeu?
Rui Curado – A realidade política portuguesa recente tem demonstrado a dificuldade em obter maiorias absolutas estáveis. Caso estas eleições legislativas não produzam uma, antevejo que a formação do próximo Governo dependerá crucialmente da capacidade e da vontade de diálogo e negociação entre os diversos partidos com assento parlamentar. A experiência recente, infelizmente, leva-nos a admitir que o risco de uma legislatura de curta duração existe e é real, tendo conhecimento de que, nos próximos 18 meses, não teremos eleições legislativas. Essa instabilidade decorre, em grande parte, da incapacidade dos partidos em construir consensos duradouros em torno de prioridades para o país e da prevalência dos interesses partidários de curto prazo sobre o interesse nacional. A desconfiança mútua e a dificuldade em gerir as divergências têm minado a estabilidade governativa.
O R.I.R. – REAGIR INCLUIR RECICLAR espera que, independentemente do resultado, os partidos com responsabilidades democráticas consigam colocar o interesse do país acima das suas diferenças ideológicas estritas e encontrem plataformas de entendimento que garantam a estabilidade mínima necessária para que o Governo possa implementar as políticas essenciais de que Portugal necessita.
É fundamental que se aprenda com os erros do passado e que se procurem soluções que permitam ao país ter um horizonte de governação mais alargado e previsível.
Num governo da AD – Coligação PSD/CDS, com o apoio parlamentar da Iniciativa Liberal, “é claro que a tónica seria colocada nas políticas de direita, com um forte pendor liberal na economia. Isto significa, na prática, uma ênfase na redução da intervenção do Estado, na liberalização e potencialmente em cortes nos serviços públicos essenciais, sob o argumento da eficiência.”
“A nossa preocupação explícita com este cenário é o risco sério de desmantelamento do Estado Social, de aumento das desigualdades e de um retrocesso nas políticas ambientais e de proteção dos mais vulneráveis”
Litoralgarve – Como encara o cenário de um governo constituído pela AD – Coligação PSD/CDS, com o apoio da Iniciativa Liberal?
Rui Curado – No que diz respeito a um governo liderado pela AD, com o apoio parlamentar da Iniciativa Liberal, é claro que a tónica seria colocada nas políticas de direita, com um forte pendor liberal na economia. Isto significa, na prática, uma ênfase na redução da intervenção do Estado, na liberalização e potencialmente em cortes nos serviços públicos essenciais, sob o argumento da eficiência. A nossa preocupação explícita com este cenário é o risco sério de desmantelamento do Estado Social, de aumento das desigualdades e de um retrocesso nas políticas ambientais e de proteção dos mais vulneráveis, pois o foco prioritário seria o crescimento económico sem as devidas salvaguardas sociais e ambientais que para o R.I.R. são inegociáveis.
Uma nova ‘geringonça’, entre partidos de esquerda, liderada pelo PS, “seria um reviver do que vivemos em 2015. Vejamos, na actualidade, como estamos após governos de esquerda durante 8 anos”
“O nosso papel, caso sejamos eleitos, será precisamente ser uma voz independente e assertiva na Assembleia da República, que force qualquer governo, seja ele de que cor for, a olhar para as questões que realmente importam”
Litoralgarve – E de uma nova ‘geringonça’, entre partidos de esquerda, liderada pelo PS?
Rui Curado – Seria um reviver do que vivemos em 2015. Vejamos, na actualidade, como estamos após governos de esquerda durante 8 anos.
Para o R.I.R. – REAGIR INCLUIR RECICLAR, a verdade é que nenhum destes cenários, por si só, garante a resposta de que Portugal precisa. Ambos apresentam riscos significativos. O nosso papel, caso sejamos eleitos, será precisamente ser uma voz independente e assertiva na Assembleia da República, que force qualquer governo, seja ele de que cor for, a olhar para as questões que realmente importam: a urgência de REAGIR perante os problemas sem medo, a necessidade inadiável de INCLUIR todos na sociedade e na economia, e a importância de RECICLAR as velhas práticas políticas e económicas por soluções verdadeiramente sustentáveis para o futuro. Estaremos lá para negociar, para propor e para fiscalizar, sempre com os olhos postos no interesse do país e no bem-estar dos cidadãos, e não nos jogos partidários.
“É lamentável que o país se veja novamente empurrado para um ato eleitoral num curto espaço de tempo, pois isto atrasa a resolução dos problemas urgentes que afectam os cidadãos e a economia, e contribui para a saturação e desconfiança dos eleitores na classe política tradicional”
“É preciso eleger deputados e partidos que estejam verdadeiramente comprometidos com a estabilidade, o diálogo e a busca por soluções de longo prazo para os desafios do país, e não apenas com jogos de poder de curta duração”
Litoralgarve – O que pensa da queda do atual Governo, liderado pelo social-democrata Luís Montenegro, na sequência da moção de confiança apresentada pelo primeiro-ministro e a dissolução da Assembleia da República, com a consequente convocação de eleições legislativas antecipadas por parte do Chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa?
Rui Curado – A queda do Governo, liderado por Luís Montenegro, e a subsequente dissolução da Assembleia da República, culminando na convocação destas eleições antecipadas, são, na nossa perspectiva, um sinal preocupante da profunda instabilidade política que Portugal tem vivido nos últimos tempos. Este episódio, que teve no seu contexto a apresentação de uma moção de confiança pelo Primeiro-Ministro, demonstra a fragilidade de soluções governativas que não conseguem gerar consensos mínimos e duradouros no parlamento.
É lamentável que o país se veja novamente empurrado para um ato eleitoral num curto espaço de tempo, pois isto atrasa a resolução dos problemas urgentes que afectam os cidadãos e a economia, e contribui para a saturação e desconfiança dos eleitores na classe política tradicional.
A decisão do Senhor Presidente da República de dissolver o Parlamento e convocar eleições antecipadas surge como uma consequência inevitável desta instabilidade e da perceção de que não existiam condições para a continuidade do Governo.
Para o R.I.R. – REAGIR INCLUIR RECICLAR, esta situação reforça a nossa convicção de que é necessário romper com os ciclos de instabilidade e com a lógica de confronto partidário que tem impedido Portugal de avançar. É preciso eleger deputados e partidos que estejam verdadeiramente comprometidos com a estabilidade, o diálogo e a busca por soluções de longo prazo para os desafios do país, e não apenas com jogos de poder de curta duração.
Aspectos positivos do governo liderado por Luís Montenegro? “Poderíamos, talvez, destacar a intenção inicial de abrir um novo ciclo político e de abordar alguns temas que estavam parados, mas essa intenção foi rapidamente minada pela instabilidade”

“Os aspectos negativos, na nossa ótica, são mais evidentes e prendem-se, acima de tudo, com a sua incapacidade de gerar a estabilidade e a confiança necessárias para governar”
Litoralgarve – Que aspectos negativos e positivos destaca no actual governo?
Rui Curado – Avaliar um governo que teve uma duração tão curta, como o liderado por Luís Montenegro, é um desafio, pois muitas das suas intenções não chegaram a materializar-se em políticas concretas com impacto real na vida das pessoas.
No que se refere a aspectos positivos, pela sua brevidade, torna-se difícil apontar realizações significativas. Poderíamos, talvez, destacar a intenção inicial de abrir um novo ciclo político e de abordar alguns temas que estavam parados, mas essa intenção foi rapidamente minada pela instabilidade.
Os aspectos negativos, na nossa ótica, são mais evidentes e prendem-se, acima de tudo, com a sua incapacidade de gerar a estabilidade e a confiança necessárias para governar. A curta duração deste governo é, em si mesma, o maior aspecto negativo, pois resultou directamente da sua fragilidade política e da ausência de uma base de apoio parlamentar sólida, que permitisse avançar com uma agenda consistente. Isso paralisou o país num momento em que decisões importantes precisavam de ser tomadas. A falta de concretização das suas propostas, por falta de tempo e de condições, também se revela um ponto negativo.
“As pessoas estão visivelmente cansadas dos ciclos de instabilidade política, das promessas não cumpridas e dos constantes confrontos entre os partidos tradicionais”
“Há uma sensação de que a política está distante dos seus problemas reais do dia-a-dia, sejam eles a dificuldade em aceder à saúde, os problemas de habitação ou a falta de perspectivas para os jovens”
Litoralgarve – O que lhe dizem os eleitores nos contactos que tem estabelecido? Estão saturados de eleições, querem mudança?
Rui Curado – Nos contatos que temos estabelecido com os eleitores aqui no Algarve, sinto, acima de tudo, um misto de saturação e de um profundo desejo de mudança. As pessoas estão visivelmente cansadas dos ciclos de instabilidade política, das promessas não cumpridas e dos constantes confrontos entre os partidos tradicionais. Há uma sensação de que a política está distante dos seus problemas reais do dia-a-dia, sejam eles a dificuldade em aceder à saúde, os problemas de habitação ou a falta de perspectivas para os jovens.
Sim, os eleitores estão saturados de ir a votos com tanta frequência, mas essa saturação não significa que não queiram que as coisas mudem. Pelo contrário, há uma sede por uma mudança real, por soluções concretas e por uma política mais próxima e honesta.
“Receamos, de facto, um aumento da abstenção. A desilusão e a descrença no sistema levam muitas pessoas a sentir que o seu voto não faz diferença. Esta é uma das grandes ameaças à nossa democracia”
Litoralgarve – Receia o aumento da abstenção? Como é possível cativar votos?
Rui Curado – Neste contexto, receamos, de facto, um aumento da abstenção. A desilusão e a descrença no sistema levam muitas pessoas a sentir que o seu voto não faz diferença. Esta é uma das grandes ameaças à nossa democracia.
Cativar votos, neste cenário, exige romper com as práticas antigas. Para o R.I.R., isso significa:
• Ouvir as pessoas genuinamente e não apenas em período de campanha;
• Apresentar propostas concretas, realistas e atingíveis para os problemas do Algarve e do país, focadas nas necessidades dos cidadãos (como as que discutimos
sobre saúde, habitação, infraestruturas);
• Mostrar transparência e integridade;
• Oferecer uma alternativa credível aos blocos tradicionais, demonstrando que é possível fazer política de forma diferente, com base nos princípios de REAGIR,
INCLUIR e RECICLAR;
• Comunicação de forma clara e simples, sem a linguagem hermética da política tradicional.
“Uma vez que o partido não tem a subvenção, os custos de campanha são suportados através de doações por parte dos candidatos”
“O partido já teve, por vezes, a abordagem por parte de terceiros, com a intenção de financiarem as campanhas! Mas a resposta tem sido negativa por parte da Direção, pois não queremos ficar reféns, nem ficar a dever favores a ninguém”
Litoralgarve- Como é a campanha do R.I.R. – REAGIR INCLUIR RECICLAR no Algarve? Quais os custos?
Rui Curado – A nossa campanha tem consistido num contacto mais pessoal com a população e através das redes sociais. Uma vez que o partido não tem a subvenção, os custos de campanha são suportados através de doações por parte dos candidatos. O partido já teve, por vezes, a abordagem por parte de terceiros, com a intenção de financiarem as campanhas! Mas a resposta tem sido negativa por parte da Direção, pois não queremos ficar reféns, nem ficar a dever favores a ninguém.
“Queremos um Portugal que seja um exemplo de sustentabilidade, de inclusão e de resiliência na Europa e no mundo. Um país que oferece qualidade de vida, onde os jovens queiram ficar e construir o seu futuro, onde os mais velhos vivam com dignidade, e onde a nossa riqueza natural e cultural seja preservada para as gerações futuras.”
Litoralgarve – Que futuro para o país?
Rui Curado – Olhamos para o futuro do país com realismo face aos desafios que enfrentamos – a instabilidade política, as dificuldades económicas, as desigualdades sociais e a urgência climática. Mas olhamos, sobretudo, com esperança e determinação, porque acreditamos no enorme potencial de Portugal e dos portugueses.
O futuro que o R.I.R. – REAGIR INCLUIR RECICLAR ambiciona para o país é um futuro onde Portugal seja capaz de:
• REAGIR activamente perante os seus problemas, sem medo de enfrentar as mudanças necessárias e de implementar soluções corajosas e eficazes para o bem-estar de todos;
• INCLUIR cada um dos seus cidadãos, construindo uma sociedade mais justa e coesa, onde todos tenham oportunidades iguais, acesso a serviços públicos de qualidade e se sintam parte de uma comunidade que valoriza a diversidade e protege os mais vulneráveis;
• RECICLAR as velhas práticas e os modelos esgotados, apostando num desenvolvimento verdadeiramente sustentável – ambiental, económico e social;
Um país que inova, que valoriza os seus recursos, que gere com eficiência e transparência, e que renova a sua vida política para a tornar mais digna e próxima das pessoas.
Queremos um Portugal que seja um exemplo de sustentabilidade, de inclusão e de resiliência na Europa e no mundo. Um país que oferece qualidade de vida, onde os jovens queiram ficar e construir o seu futuro, onde os mais velhos vivam com dignidade, e onde a nossa riqueza natural e cultural seja preservada para as gerações futuras. Este futuro não se construirá sozinho. Exige a participação de todos e exige a coragem de eleger forças políticas que estejam verdadeiramente comprometidas com esta visão. O R.I.R. apresenta-se como essa força, pronta para trabalhar por um futuro melhor para Portugal.
Natural de Évora e residente em Almancil, no concelho de Loulé, Rui Curado tem 46 anos, é motorista, benfiquista, aprecia migas à alentejana, aponta a teimosia como o seu principal defeito e a verdade como a sua maior virtude
Nome completo: Rui Pedro Roupa Curado
Data do nascimento: 03/11/1978. Tem 46 anos de idade
Estado Civil: casado
Filhos (idades): 2 filhos – filha, de 26, e filho, de 22 anos
Naturalidade: Évora
Residência: Almancil-Loulé
Filiação partidária: RIR
Cargos políticos que já desempenhou (e exerce): exerci o cargo de Coordenador no Chega – núcleo Loulé e actualmente [estou] na direção nacional do partido R.I.R
E a outro nível:
Profissão: motorista
Habilitações literárias: 9o ano
Idioma que domina: Inglês e Espanhol
Clube desportivo da sua preferência: Benfica
Como ocupa os tempos livres: Descansar e idas ao Alentejo
Gastronomia/prato preferido: Migas à alentejana
Religião: Cristão
A sua principal virtude: Verdadeiro e com princípios invioláveis
E o seu principal defeito: teimosia
Frontalidade e sinceridade são as características que mais admira nas pessoas, enquanto o que mais detesta passa pela mentira e hipocrisia
O que mais admira nas pessoas: Frontalidade e sinceridade
E o que mais detesta: Mentira e hipocrisia
A figura nacional que mais aprecia e porquê? – D. Afonso Henriques, porque acreditou naquilo que defendia, indo mesmo contra a sua própria mãe.
E a que mais detesta e qual o motivo? – Mário Soares, pela instabilidade politica e dificuldades económicas que fez a Portugal.
E a nível internacional e porquê? A que mais aprecio é Nelson Mandela, pela coragem como lutou e por tudo aquilo que enfrentou pelos direitos humanos.
A que mais detesto é Adolf Hitler, devido ao papel que teve no genocídio e pelo Holocausto.










