Lagos teve mais 35 pessoas recuperadas num dia e uma morte, elevando para 21 o total de óbitos desde o início da pandemia

No concelho de Lagos, existem agora  86  casos ativos, numa altura em que  1.181  pessoas  já estão curadas. Surtos de Covid-19 atingem  16  lares de oito concelhos do Algarve. Militares da Guarda Nacional Republicana e da Polícia de Segurança Pública começam a ser vacinados.

Continua a aumentar o número de pessoas recuperadas do novo coronavírus (Covid-19), no concelho de Lagos, onde também se regista uma subida de óbitos. De acordo com a informação divulgada pela Câmara Municipal de Lagos, no domingo, 14 de Fevereiro de 2021, cerca das 17:00 horas, na sua página na rede social ‘Facebook’, houve mais  35  recuperados num só dia, 13/02/2021, e, também, mais uma morte, associada  a esta pandemia. O boletim apresentado pela autarquia lacobrigense, apresenta os seguintes valores:

4   Novos Casos  (Diário – 13/02/2021) – foi registado o mesmo número de novos caos no dia anterior, 12/02/2021

86   Casos  Ativos   (menos  33)

1.288  –  Total de  Casos  Confirmados  (Acumulado)  desde  o  início  da   pandemia  (mais  3  em comparação com o boletim publicado no sábado, dia 13 de Fevereiro, pela autarquia)

35   Recuperados   (Diário – 13/02/2021)  –  (mais  34  do  que  no  dia  12/02/2021)

1.181     Recuperados   (Acumulado)   –  mais   35

21      Óbitos, em  total  acumulado  –  (houve  mais  uma vítima  mortal, associada à  Covid-19,  no   concelho   de  Lagos.

Vila do Bispo conta com  quatro casos ativos

Já no concelho de Vila do Bispo, de acordo com informações a que o Litoralgarve teve acesso, não houve registo de novos casos de infeção. Existem, agora, quatro casos ativos e  nove acumulados, nos últimos 14 dias, o que coloca este município em risco moderado para efeitos de propagação da Covid-19.

Algarve  atingiu   “o   pico  de  novos  casos   diários   no   dia   26   de  Janeiro” e  de  internamentos  a  “4  de Fevereiro”,  revelou  a   Delegada  Regional  de  Saúde,  Ana  Cristina Guerreiro

“Atingimos o pico de novos casos diários no dia 26 de Janeiro, com 273 pessoas internadas. Foi o pior dia desta terceira vaga, quando, a nível nacional, esse máximo  [de novos casos] aconteceu no dia 29. Começámos a descer um bocado mais cedo do que o país”, sublinhou a Delegada de Saúde Regional do Algarve, Ana Cristina Guerreiro, durante a habitual conferência de imprensa quinzenal, realizada a 12/02/2021, nas instalações do Comando Regional de Emergência e Proteção Civil de Faro, em Loulé. Em face dessa situação, aquela responsável destacou o “bom momento”, com uma descida do número de novos casos.

Já em relação a novos de internamentos, o pico foi atingido “no dia  4 de Fevereiro”. Foi o pior dia para os hospitais do Algarve e “desde essa altura tem-se aliviado a pressão, embora lentamente”, com uma “descida” de doentes internados, assinalou Ana Cristina Guerreiro.

O principal problema ao nível de surtos continua a verificar-se nos lares de idosos do Algarve, onde foram atingidos 561 casos de Covid-19, sobretudo entre residentes, mas também com funcionários, o que se deve, “essencialmente, ao facto de a doença circular na comunidade”. E admitiu a ocorrência de alguns surtos nessas instituições, apesar da primeira vacina contra a Covid-19, em consequência, essencialmente, do “afrouxamento” por parte de funcionários nas medidas de combate à pandemia.

Por sua vez, o presidente do Conselho Diretivo da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, Paulo Morgado, garantiu que se mantém a segunda dose da vacina e a aplicação da primeira nos lares que estão a sair dos surtos.

São estes os lares de idosos de 16 instituições, entretanto atingidos pela Covid-19:

No concelho de Faro

Cantinho do Avô, localizado no sítio de Alagoas, freguesia de Santa Bárbara de Nexe – 57 casos

Estruturas Residenciais Para Idosos, da Santa Casa da Misericórdia de Faro –  47 casos

Centro Paroquial de Santa Bárbara de Nexe – 16 casos em total acumulado

Centro de Dia Semear Afetos, situado em Faro – 7 casos, tendo todos já recebido alta médica

Estrutura Residencial Para Idosos, de Torre de Natal, com localização em Faro   –  4  casos

–  No concelho de Albufeira

Lar do Roseiral –  69  casos

Casa de Repouso da Nossa Senhora da Guia  –  39  casos

Lar Nossa Senhora da Visitação, localizado na Guia – 19  casos

–  No concelho  de  Loulé

Lar da Ribeira da Tôr –  61  casos

Estrutura Residencial Para Idosos, da Associação Social e Cultural de Almancil –  27  casos

Lar da Santa Casa da Misericórdia de Loulé  –  20 casos

–  No  concelho  de  Monchique

Lar da Santa Casa da Misericórdia de Monchique  –  47  casos

– No  concelho  de  Olhão

Estrutura Residencial para Pessoas Com Deficiência, da Associação  ACASO, em Olhão –  14  casos

–  No concelho  de  Lagos

Lar  Rainha Dona Leonor, situado na cidade de Lagos  –  41  casos

–  No concelho  de  Silves

Lar da Santa Casa da Misericórdia de Armação de Pêra  – 19  casos

–  No  concelho  de  Tavira

Lar do Centro Social e Paroquial de Santa Maria – 74  casos, que entretanto já obtiveram alta médica.

27  profissionais  de  saúde infetados

Nesta conferência de imprensa da Comissão Distrital de Proteção Civil de Faro, o presidente do Conselho Diretivo da ARS do Algarve, Paulo Morgado, apontou a existência de 27 profissionais de saúde infetados e 301 recuperados. Em termos gerais, “estamos numa fase em que o pior já passou na região”, notou aquele responsável, destacando  o facto de o Rt (índice de transmitabilidade) da Covid-19 estar “em 0,75, um valor que nunca foi atingido”.

Por outro lado, numa altura em que continua a decorrer o processo de vacinação contra a Covid-19, garantiu haver capacidade a este a nível nos centros de saúde do Algarve, acrescentando que chegam “vacinas todas as semanas nesta fase até Abril”. Nas forças de segurança, começam agora a ser vacinados os 745 militares da Guarda Nacional Republicana (GNR), nesta região, e 536 agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP).

Refira-se, entretanto, que foi registado um novo surto na equipa da PSP de apoio Aeroporto de Faro, com seis casos positivos confirmados, o que levou outros 15 elementos ao isolamento profilático.

“A  ARS  não  é   autoridade  policial.  Acompanhamos  e  confiamos  nas  instituições”, sublinhou o presidente, Paulo Morgado, a propósito da polémica em torno de casos de vacinação no Algarve

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Depois de a Delegada Regional de Saúde do Algarve, Ana Cristina Guerreiro, frisar que “é importante vacinar o máximo de pessoas”, toda a população no território nacional, “mesmo algumas que estejam ilegais, porque consideramos essencial não haver uma brecha para que todos possam estar protegidos”, o presidente do Conselho Diretivo da ARS, Paulo Morgado, respondendo a perguntas dos jornalistas, disse que “a Direção-Geral da Saúde está a investigar casos na região algarvia”, na sequência de notícias divulgadas pela comunicação social sobre a vacinação. “A ARS não é autoridade policial. Acompanhamos e confiamos nas instituições”, sublinhou.

Recorde-se que, recentemente, suscitou polémica a vacinação de elementos dos órgãos sociais do Centro de Apoio a Idosos de Portimão, além de funcionários administrativos, apesar de não estarem em contacto direto com utentes da instituição e por isso não se enquadrarem entre as pessoas prioritárias nesta fase. Alvo de celeuma foi, também, a presidente da Câmara Municipal de Portimão, Isilda Gomes, que recebeu a vacina  como condição indispensável para poder colaborar, na qualidade de voluntária, no Hospital de Campanha, criado pela autarquia, em 2020, no pavilhão Portimão Arena, situado no Parque de Feiras e Exposições nesta cidade. Essa estrutura presta, agora, apoio ao Centro Hospitalar Universitário do Algarve, o que permitiu ao Hospital do Barlavento, em Portimão, no dia 08/01/2021, aumentar para 100 camas a capacidade de internamento dos doentes Covid-19, tendo já sido admitidos, desde essa data, 170 pessoas, na sua maioria fora da região.

Por: Paulo Silva / José Manuel Oliveira