“O meu irmão em questão de segundos perdeu tudo…” Só “o reboque e salvamento do barco irá custar entre os 40 mil e 50 mil euros”, revela Ana Calvinho, deixando um apelo: “Por favor, ajudem uma família de 6 gerações de pescadores a voltar a ter esperança…”
A família do proprietário da embarcação de pesca de Lagos ‘Vagabundo do Mar’, cujo filho, de 23 anos, acabou por falecer após esta se ter virado e naufragado a três quilómetros a sul da praia da Salema, no concelho de Vila do Bispo, pelas 03.30 horas da madrugada de 29 de Setembro de 2022, quando preparava o regresso da faina, com cerca de duas toneladas de sardinha, como o ‘Litoralgarve’ noticiou na altura, promoveu uma campanha a solicitar apoio económico para o reboque, reparação do mastro, aquisição de um novo motor e de outros equipamentos do barco.

“O meu irmão PERDEU TUDO numa tragédia no mar!”, sublinhou, em título, esta familiar, apelando a doações ou à difusão desta campanha, lançada através da plataforma ‘GoFund Me’.
“Peço, então, ajuda aqui a todos para que o meu irmão possa voltar a trabalhar no mar… pois, mesmo tendo perdido o filho, para ele continua a ser uma grande paixão e subsistência.”
“Olá a todos: o meu nome é Ana Calvinho e venho por este meio fazer um pedido de ajuda para angariar fundos para o meu irmão Jaime Calvinho que perdeu tudo na sua vida na madrugada do dia 29 de Setembro. Pelas 3.30 da manhã desse dia, uma tragédia aconteceu na costa Sudoeste de Portugal perto da Salema, em Vila do Bispo. Depois de uma noite de trabalho e quando já seguiam para terra a embarcação de pesca “Vagabundo do Mar” naufragou a cerca de 3km da Costa, tendo o barco voltado ao contrário. Na embarcação seguiam 6 pescadores, entre eles o meu irmão e o meu jovem sobrinho. 5 dos tripulantes saíram a salvo dessa tragédia, mas infelizmente e por obra do destino o meu sobrinho de 23 anos não conseguiu sair, tendo falecido no local do acidente”, começou por recordar Ana Calvinho, num comunicado difundido, em português e inglês, através das redes sociais, com imagens do barco naufragado.
“O meu irmão em questão de segundos perdeu tudo.… Para além da morte do seu único filho, melhor amigo, camarada, companheiro e braço direito… ficou também sem a sua única forma de subsistência!” – lamentou aquela familiar do proprietário da embarcação de pesca de cerco.
Nesse sentido, deixou um apelo: “Peço, então, ajuda aqui a todos para que o meu irmão possa voltar a trabalhar no mar… pois, mesmo tendo perdido o filho, para ele continua a ser uma grande paixão e subsistência.”

Como pormenorizou, “o valor total será para
• O reboque e salvamento do barco , o qual irá custar entre os 40 mil e 50 mil euros
• Um novo motor visto que tudo ficou submerso
• Reparação do mastro do barco
• Substituição de toda a parte elétrica, cabos, tomadas, luzes, quadros, etc.
• aparelhos elétricos necessários à navegação, sondas, GPS, computador de bordo, etc…”

“Até uma pequena doação pode ajudar Ana Calvinho a alcançar a meta de arrecadação. Se não puder fazer uma doação, também ajudaria muito se você pudesse divulgar a campanha”, pode ler-se neste pedido de apoio, lançado pela irmã do proprietário da embarcação de pesca de Lagos ‘Vagabundo do Mar’, organizadora da recolha de fundos.
“Mais de 150 mil euros” poderão ser necessários para tornar operacional esta embarcação, admitiram, ao ‘Litoralgarve’, figuras conhecedoras do assunto, questionando-se sobre a cobertura do seguro
Entretanto, de acordo com informações recolhidas pelo ‘Litoralgarve’, poderão ser necessários “mais de 150 mil euros” para voltar a colocar esta embarcação de pesca operacional. “Isso custa um barco novo”, observaram, ao nosso Jornal, figuras conhecedoras do assunto. “E o seguro da embarcação que sofreu o acidente?”, interrogaram-se, acrescentando: “O seguro, que é obrigatório, deverá cobrir alguma coisa e não será pouca…”

Recorde-se que o pescador Nuno Calvinho, de 23 anos, acabou por morrer ao ficar retido na cabina da embarcação, após esta se ter virado e naufragado a três quilómetros a sul da praia da Salema, no concelho de Vila do Bispo, quando preparava o regresso da faina, com cerca de duas toneladas de sardinha. A tripulação do ‘Vagabundo do Mar’, com cerca de dez metros de comprimento, era constituída por um total de seis pescadores, incluindo o proprietário. Cinco deles conseguiram salvar-se, chegando pelos próprios meios, através do seu barco de apoio, à praia da Salema, onde foram ajudados por populares que se encontravam nas proximidades, nomeadamente com mantas e bebidas quentes, agentes da Polícia Marítima de Lagos, bombeiros das corporações de Vila do Bispo e de Lagos, e elementos do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), entre outros.
Investigações para tentar esclarecer o que se terá passado nas operações de tentativa de salvamento do jovem pescador
“A vítima foi encontrada no interior da embarcação, em estado inconsciente, pelos mergulhadores dos Bombeiros Voluntários de Lagos, tendo sido resgatada e transportada pelos tripulantes da Estação Salva-vidas de Sagres para a praia, onde foram continuadas as manobras de reanimação pelos elementos do INEM, com recurso a um Desfibrilhador Automático Externo. Após várias tentativas, não foi possível reverter a situação, tendo o óbito sido declarado no local pelo médico do INEM”, descreveu, então, em comunicado, a Autoridade Marítima Nacional. E adiantou: “Foi contactado o Ministério Público, tendo o corpo sido posteriormente transportado pelos Bombeiros Voluntários de Vila do Bispo para o [Gabinete do – n.d.r. ] Instituto de Medicina Legal de Portimão. O Gabinete de Psicologia da Polícia Marítima foi ativado e encontra-se a prestar apoio aos familiares da vítima”.

Ao que foi possível apurar, as autoridades marítimas procedem a investigações para tentar esclarecer o que se terá passado nas operações de tentativa de salvamento do jovem pescador que estava na cabina da embarcação naufragada, a cerca de dois metros de profundidade. Na altura, como nos contaram, estiveram envolvidos meios da Estação Salva-Vidas de Sagres do Instituto de Socorros a Náufragos.
“Tudo muito rápido, tinha sido uma boa faina e já estávamos a regressar a terra”
“Foi tudo muito rápido, tinha sido uma boa faina e já estávamos a regressar a terra quando o barco se virou e aconteceu esta tragédia”, disse um dos pescadores, ainda combalido, a populares na praia da Salema, na altura do naufrágio.

Segundo informações apuradas por ‘Litoralgarve, a bordo da embarcação estariam “dez dornas (recipientes) cheias de sardinha, tendo cada uma capacidade para levar até 200 kgs de peixe, pelo que haveria cerca de duas toneladas” de pescado. Um popular afirmou à nossa reportagem, que um dos pescadores admitiu ter-se tratado de “um problema no alador no barco, uma peça enorme e pesada que puxa as redes”. “Foram todos a correr para um lado do barco para ver o que se passava, os recipientes com o peixe também foram para o mesmo lado e a embarcação acabou por se virar”, contou-nos o popular, pedindo o anonimato. Um residente na Salema, lembrou: “Eles estavam mais preocupados com o outro que faltava e que acabou por morrer. O mar até parecia uma piscina, estava calmo, mar chão, sem vento. E o peixe capturado, esse, terá acabado por servir de alimento para outras espécies…”
Para ajudar nesta campanha, pode faze-lo em : https://gofund.me/6049cfd7
José Manuel Oliveira
Paulo Silva










