Entrevista ao candidato da CDU à presidência da Câmara de Vila do Bispo, Bruno Boaventura: “Precisamos de alargar a resposta na habitação, mobilizar edifícios devolutos, apostar na autoconstrução e apoio às cooperativas”

“A crise na habitação é um dos principais entraves à melhoria da vida dos trabalhadores e ao desenvolvimento do concelho, do Algarve e do país. Por isso, tem de ocupar o centro das nossas atenções.”

“Precisamos de voltar a ter a CDU nos órgãos autárquicos a guiar, com o envolvimento das populações, a melhoria de vida que o nosso povo merece.”

“Não houve antecipação de alguns problemas com que estamos confrontados, hoje, nem uma voz mais firme na sua resolução. Mas isso é algo que já vem de trás e não algo que seja responsabilidade única da presidente Rute Silva.”

“Com o meu avô José Francisco aprendi a importância da política e da participação ativa na sociedade. Apesar de sermos de partidos diferentes e de vermos a sociedade de forma distinta, crescer num ambiente muito politizado ajudou-me a formar enquanto homem e a desenvolver as ideias que hoje defendo. Posso confessar que tanto ele como os meus outros familiares próximos me encorajaram e apoiaram quando comecei a participar mais ativamente na política.”

“Era muito pequeno para me recordar na primeira pessoa da sua ação como presidente; no entanto, como recordação fica o respeito com que muita gente me falava e ainda fala dele.”

Aos 30 anos de idade, Bruno Boaventura, militante do Partido Comunista Português, residente em Sagres, licenciado em jornalismo e Técnico Superior da Função Pública, tenta seguir, pela CDU, as pisadas do seu avô José Francisco Boaventura, do PS, que faleceu em 2021, após ter sido presidente da Câmara Municipal de Vila do Bispo, inicialmente de 1976 a 1982, e mais tarde, de 1993 a 1997.

Em entrevista por escrito ao ‘site’ «Litoralgarve», destaca necessidade de “sangue novo e ideias novas para empurrar esta terra para a frente”, ao mesmo tempo que elege a habitação como uma das suas principais apostas no concelho, além da ”melhoria das condições de acesso” à saúde e educação, a “dignificação” do papel serviços autárquicos e a diversificação da economia. “A crise na habitação é um dos principais entraves à melhoria da vida dos trabalhadores e ao desenvolvimento do concelho, do Algarve e do país. Por isso, tem de ocupar o centro das nossas atenções”, sublinha o candidato da CDU à presidência do executivo municipal de Vila do Bispo, onde a coligação liderada pelo PCP procura recuperar o terreno perdido há décadas. E em período eleitoral, Bruno Boaventura aproveita para deixar recados à oposição e ao PS, até de forma irónica.

Paulo Silva

José Manuel Oliveira

Litorlagarve – O que aprendeu na vida, em geral, e na política, em particular, com o seu avô paterno, José Boaventura, antigo presidente da Câmara Municipal de Vila do Bispo? Quais os conselhos que recebeu desse seu familiar?

Bruno Boaventura – Com o meu avô José Francisco aprendi a importância da política e da participação ativa na sociedade. Apesar de sermos de partidos diferentes e de vermos a sociedade de forma distinta, crescer num ambiente muito politizado ajudou-me a formar enquanto homem e a desenvolver as ideias que hoje defendo. Posso confessar que tanto ele como os meus outros familiares próximos me encorajaram e apoiaram quando comecei a participar mais ativamente na política.

Litoralgarve – Que recordações guarda da ação dele enquanto presidente da autarquia?

Bruno Boaventura – Nasci em 1995. O meu avô tinha sido eleito presidente há dois anos e saiu em 1997, ano em que o PS perdeu a Câmara para o PSD. Portanto, era muito pequeno para me recordar na primeira pessoa da sua ação como presidente. No entanto, como recordação fica o respeito com que muita gente me falava e ainda fala dele.

“Sabemos ter, no âmbito da CDU, condições e capacidades para melhorar o concelho de Vila do Bispo. É preciso sangue novo e ideias novas para empurrar esta terra para a frente, envolvendo a população na resolução dos seus problemas. É preciso o trabalho, a honestidade e a competência que só o projecto distintivo da CDU preconiza.”

Litoralgarve – Como surge, agora, esta sua candidatura à presidência da Câmara Municipal de Vila do Bispo? O seu avô serve- lhe de inspiração para este desafio?

Bruno Boaventura – Surge, naturalmente, a convite do meu Partido. Sabemos ter, no âmbito da CDU, condições e capacidades para melhorar o concelho de Vila do Bispo. É preciso sangue novo e ideias novas para empurrar esta terra para a frente, envolvendo a população na resolução dos seus problemas. É preciso o trabalho, a honestidade e a competência que só o projecto distintivo da CDU preconiza. Portanto, mais do que qualquer inspiração familiar, e sem nenhuma pretensão pessoal, encaro este desafio como mais uma forma de militância e com um grande sentido de comunidade. Somos um projeto coletivo e é assim que devemos continuar.

“Não podemos colocar o ónus na autarquia para resolver problemas que o poder central não quer resolver, mas há mais que podemos fazer”

“A crise na habitação é um dos principais entraves à melhoria da vida dos trabalhadores e ao desenvolvimento do concelho, do Algarve e do país. Por isso, tem de ocupar o centro das nossas atenções”

Litoralgarve – Qual será a primeira medida que pensa tomar se for eleito presidente da Câmara Municipal de Vila do Bispo, no dia 12 Outubro? E porquê?

Bruno Boaventura – Expandir a estratégia local de habitação para um plano municipal mais abrangente, que vá para lá do programa 1° Direito e que estenda ao máximo a capacidade que a autarquia tem para ajudar a resolver o problema. Precisamos de alargar a resposta, mobilizar edifícios devolutos, apostar na autoconstrução e no apoio às cooperativas. Não podemos colocar o ónus na autarquia para resolver problemas que o poder central não quer resolver, mas há mais que podemos fazer. A crise na habitação é um dos principais entraves à melhoria da vida dos trabalhadores e ao desenvolvimento do concelho, do Algarve e do país. Por isso, tem de ocupar o centro das nossas atenções.

“Mais soluções para a habitação, um combate firme pela melhoria no acesso aos serviços públicos, como a saúde e educação, e a dignificação do papel dos órgãos autárquicos” são algumas das principais prioridades

Litoralgarve – Nos próximos quatro anos de mandato, quais serão as suas principais prioridades? O que garante à população do concelho que irá concretizar?

Bruno Boaventura – Mais soluções para a habitação, um combate firme pela melhoria no acesso aos serviços públicos, como a saúde e educação, e a dignificação do papel dos órgãos autárquicos. Estas devem ser as prioridades de qualquer candidato em Vila do Bispo. Podemos garantir que faremos tudo ao nosso alcance para cumprir o programa eleitoral que apresentamos.

Os habitantes “dizem-me que querem uma vida melhor, mas que sentem que no concelho e na região não há perspetivas reais de futuro”

“O problema da habitação e os problemas no acesso à saúde são grandes preocupações da nossa população, a falta de diversificação da economia e a pouca aposta na produção local também.”

“Somos a força que tem uma só cara, que enfrenta os problemas olhos nos olhos, por isso também nos incomoda quem diz uma coisa na nossa terra e faz outra quando está no poder central. É esta a mensagem que estamos a transmitir”

Litoralgarve – O que lhe dizem os habitantes, nas ruas e noutros locais públicos, e os representantes de entidades oficiais, nos contactos que tem estabelecido? Que preocupações manifestam a população sobre o município e, em particular, os jovens?

Bruno Boaventura – Dizem-me que querem uma vida melhor, masque sentem que no concelho e na região não háperspetivas reais de futuro. O problema da habitação e osproblemas no acesso à saúde são grandes preocupaçõesda nossa população, a falta de diversificação da economiae a pouca aposta na produção local também. Tudo isto,aliado ao que vemos a nível nacional – o aumento docusto de vida, o ataque aos direitos dos trabalhadores, osbaixos salários, a falta de ética e seriedade dos eleitospolíticos, a descredibilização da democracia e das suasinstituições – está a criar um ambiente que impede onosso povo, os trabalhadores e, em particular, a juventudede sonhar com algo melhor, com algo que nós sabemossó ser possível com o envolvimento de todos. Dizemosque a CDU é indispensável para uma vida melhor porquetemos a certeza de que somos a solução para estesproblemas, a nível local, regional e nacional. Somos aforça que tem uma só cara, que enfrenta os problemasolhos nos olhos, por isso também nos incomoda quem dizuma coisa na nossa terra e faz outra quando está nopoder central. É esta a mensagem que estamos atransmitir. Com coerência, confiança e coragem, com aparticipação de todos e unidade podemos melhorar anossa vida e a nossa terra.

“O concelho de Vila do Bispo precisa de quem trabalha, tenha uma vida digna, com acesso a todos os direitos consagrados na Constituição, sejam esses trabalhadores nacionais ou imigrantes. Trabalho com direitos e em condições, com a perspetiva de futuro e de resposta ao aumento do custo de vida.”

“O que penso da imigração é que não se constrói uma vida melhor para todos dividindo os trabalhadores e o povo.”

“Rejeitamos quem nos tenta colocar uns contra os outros em função da nacionalidade, da cor da pele, do género, da sexualidade, da religião, etc. Não aceitamos esta lógica porque entendemos bem que quem a difunde fá-lo para nos enganar”

Litoralgarve – O concelho de Vila do Bispo necessita de imigrantes para trabalhar? O que pensa da imigração em Portugal?

Bruno Boaventura – O concelho de Vila do Bispo precisa de quem trabalha, tenha uma vida digna, com acesso a todos os direitos consagrados na Constituição, sejam esses trabalhadores nacionais ou imigrantes. Trabalho com direitos e em condições, com a perspectiva de futuro e de resposta ao aumento do custo de vida. O que penso da imigração é que não se constrói uma vida melhor para todos dividindo os trabalhadores e o povo. Somos um país de emigrantes e imigrantes, mas acima disso somos um país de gente honesta e trabalhadora, que deve estar alerta e consciente das suas ações. Queremos direitos e deveres iguais para toda a gente e, por isso, rejeitamos quem nos tenta colocar uns contra os outros em função da nacionalidade, da cor da pele, do género, da sexualidade, da religião, etc. Não aceitamos esta lógica porque entendemos bem que quem a difunde fá-lo para nos enganar, para nos virar uns contra os outros e para defender os interesses de quem nos explora a todos.

“Foi um mandato em que o PS foi obrigado a vir a jogo pela perda de maioria no executivo. Ainda assim, não podemos deixar de notar que, havendo trabalho feito, não existe planeamento nem visão estratégica para o que se quer do concelho numa perspetiva de futuro”

“Não houve antecipação de alguns problemas com que estamos confrontados, hoje, nem uma voz mais firme na sua resolução. Mas isso é algo que já vem de trás e não algo que seja responsabilidade única da presidente Rute Silva”

Litoralgarve – Como avalia este mandato camarário, presidido pela socialista Rute Silva? Quais são os aspectos positivos e negativos que destaca?

Bruno Boaventura – Foi um mandato em que o PS foi obrigado a vir a jogo pela perda de maioria no executivo. Ainda assim, não podemos deixar de notar que, havendo trabalho feito, não existe planeamento nem visão estratégica para o que se quer do concelho numa perspectiva de futuro. A nosso ver é o principal problema destes 16 anos de gestão PS na Câmara Municipal. Não houve antecipação de alguns problemas com que estamos confrontados, hoje, nem uma voz mais firme na sua resolução. Mas isso é algo que já vem de trás e não algo que seja responsabilidade única da presidente Rute Silva.

“Há uma coisa que não podemos negar na oposição, que é a sua coerência: em quatro anos, [os seus vereadores] não se conseguiram afirmar como alternativa porque não representam essa alternativa.”

“Vontade de alterar quem está no poder não é o mesmo que vontade de alterar as políticas que não resolvem os nossos problemas. E é nisso que a CDU é diferente das outras forças políticas que concorrem em Vila do Bispo.”

Litoralgarve – E como analisa o papel dos vereadores da oposição [dois independentes – Dino Lourenço e Luís Paixão  – e Paula Freitas, da coligação liderada pelo PSD? ]?

Bruno Boaventura – Há uma coisa que não podemos negar na oposição, que é a sua coerência: em quatro anos não se conseguiram afirmar como alternativa porque não representam essa alternativa. Vontade de alterar quem está no poder não é o mesmo que vontade de alterar as políticas que não resolvem os nossos problemas. E é nisso que a CDU é diferente das outras forças políticas que concorrem em Vila do Bispo. Nós queremos fazer melhor porque temos um projeto distintivo com provas dadas, também no nosso concelho. Somos a verdadeira alternativa, não o afirmamos apenas por motivos eleitoralistas.

“O que aconteceu há 4 anos, nas eleições de 2021, é um sinal claro da perda de confiança da população no Partido Socialista. Foi um abanão para o PS. [Os seus responsáveis] tiveram de dar corda aos sapatos.”

“Um vereador da CDU teria feito toda a diferença, no diálogo, na proposta e sobretudo na aproximação do executivo às necessidades da população”

Litoralgarve – Que efeito teve o facto de não haver maioria absoluta no município, neste mandato?

Bruno Boaventura – O que aconteceu há 4 anos, nas eleições de 2021, é um sinal claro da perda de confiança da população no Partido Socialista. Como disse, foi um abanão para o PS. Tiveram de dar corda aos sapatos. Ainda assim, não existe uma problematização de uma forma de gestão que é típica de PS e PSD nas autarquias, e não se vê vontade de mudança nessas forças políticas.

Considero que se o trabalho da oposição tivesse sido feito em função de um projeto autárquico alternativo, neste momento o nosso concelho estava a dar passos no sentido certo, e isso não é o que temos. Um vereador da CDU teria feito toda a diferença, no diálogo, na proposta e sobretudo na aproximação do executivo às necessidades da população.

Rute Silva (PS), Paula Freitas (PSD) e Afonso Nascimento (Chega)? “Com o respeito que me podem merecer enquanto pessoas, não os vejo como construtores do futuro de que Vila do Bispo necessita. São nomes ligados ao passado do concelho e a nossa terra precisa de quem a empurre para a frente.”

“Precisamos de voltar a ter a CDU nos órgãos autárquicos”

Litoralgarve – O que pensa dos outros candidatos à presidência da Câmara Municipal de Vila do Bispo: Rute Silva (PS), Paula Freitas (PSD) e Afonso Nascimento (Chega), nestas eleições?

Bruno Boaventura – Com o respeito que me podem merecer enquanto pessoas, não os vejo como construtores do futuro de que Vila do Bispo necessita. São nomes ligados ao passado do concelho e a nossa terra precisa de quem a empurre para a frente. Precisamos de voltar a ter a CDU nos órgãos autárquicos a guiar, com o envolvimento das populações, a melhoria de vida que o nosso povo merece.

“Acho que o [próximo] mandato chegará até ao fim, independentemente da composição do executivo. Qualquer candidato que esteja de boa-fé, tem de estar disponível para ser solução.”

Litoralgarve – Se não houver, de novo, maioria absoluta de um só partido ou formação política, como perspectiva a gestão camarária e os próximos anos no município de Vila do Bispo? Desta vez poderá ser um mandato de curta duração? Que acordo político estaria disponível para estabelecer?

Bruno Boaventura – Acho que o mandato chegará até ao fim, independentemente da composição do executivo. Qualquer candidato que esteja de boa-fé, tem de estar disponível para ser solução. O nosso projeto e o nosso trabalho autárquico em todo o país respondem à última parte desta questão por mim. A CDU sempre esteve, está e estará ao serviço das populações. Entendemos que preconizamos a única alternativa consequente e por isso nunca faltaremos ao nosso povo, quando a situação assim o exigir, no objetivo de melhorar a vida de todos os que aqui vivem e trabalham.

Quem encabeça as listas da CDU aos vários órgãos autárquicos deste município da Costa Vicentin

Bruno Boaventura – 1.º Candidato à Câmara Municipal de Vila do Bispo

Alexandre Estradas – 1.º Candidato à Assembleia Municipal de Vila do Bispo

  • Ângelo Nascimento – 1.º Candidato à Assembleia de Freguesia de Barão de São Miguel
  •   Marta Dinis – 1.ª Candidata à Assembleia de Freguesia de Budens
  •  Leonardo Estradas – 1.º Candidato à Assembleia de Freguesia de Sagres
  • lídio Dias – 1.º Candidato à Assembleia de Freguesia de Vila do Bispo

Natural da localidade de Arrentela, situada no concelho do Seixal, Bruno Boaventura reside em Sagres é e adepto do Sport Lisboa e Benfica. “Gosto de ler e escrever, ouvir música, jogar jogos de tabuleiro e computador”

Nome completo: Bruno André Reis Boaventura

Data do nascimento: 05-01-1995

Signo: Capricórnio

Estado Civil: Solteiro

Filhos: 0 [não tem]

Naturalidade: Arrentela, Seixal

Residência: Sagres

Filiação partidária: Partido Comunista Português

Cargos políticos que já desempenhou (e exerce): Nenhum

Funções que ocupa (ou já ocupou) em clubes e associações: Nenhuma

Profissão: Técnico Superior da Função Pública

Formação académica: Licenciatura em Jornalismo

Outros idiomas que domina: Inglês

Clube desportivo da sua preferência: Sport Lisboa e Benfica

Como ocupa os tempos livres: Gosto de ler e escrever, ouvir música, jogar jogos de tabuleiro e computador.

Onde costuma passar férias: Sagres

Gastronomia/qual é o prato preferido: Não tenho

Religião: Não tenho

A sua principal virtude:

E o seu principal defeito:

O elogio a Zeca Afonso, “não só pela qualidade e significado do seu trabalho enquanto cantor e compositor, mas também pela forma como se entregou à luta contra a ditadura fascista”

A figura nacional que mais admira e porquê?

Zeca Afonso, não só pela qualidade e significado do seu trabalho enquanto cantor e compositor, mas também pela forma como se entregou à luta contra a ditadura fascista e, após a revolução, à construção de um país livre, justo e democrático.

“Tenho uma grande admiração por Amílcar Cabral, pela forma como teorizou e desenvolveu o anticolonialismo no continente africano”

E a nível internacional e porquê? Tenho uma grande admiração por Amílcar Cabral, pela forma como teorizou e desenvolveu o anticolonialismo no continente africano.

“É vergonhoso que os nossos governantes tenham esperado todo este tempo para reconhecer a Palestina quando dizem subscrever a solução de dois estados como garante de paz na região. O primeiro passo está dado, mas o genocídio não acabou e Portugal não pode ser cúmplice no extermínio do povo palestino.”

Portugal faz bem em reconhecer o Estado da Palestina? Porquê?

Sim. Esse reconhecimento só peca por tardio. É vergonhoso que os nossos governantes tenham esperado todo este tempo para reconhecer a Palestina quando dizem subscrever a solução de dois estados como garante de paz na região. O primeiro passo está dado, mas o genocídio não acabou e Portugal não pode ser cúmplice no extermínio do povo palestino.

Marcelo Rebelo de Sousa? “O Sr. Presidente da República não tem, por vezes, dignificado aquele que é o seu papel de cumprir e fazer cumprir a Constituição em muitas matérias, como por exemplo no ataque aos direitos laborais e na crise na habitação”

Como avalia os dois mandatos do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa?

Negativamente. O Sr. Presidente da República não tem, por vezes, dignificado aquele que é o seu papel de cumprir e fazer cumprir a Constituição em muitas matérias, como por exemplo no ataque aos direitos laborais e na crise na habitação. Isso significa uma postura mais firme no diálogo para resolver os problemas da maioria do nosso povo.

“É importante referir que se António Filipe não chegar à Presidência da República, então não teremos a figura ideal em Belém”

Se António Filipe, do PCP, não chegar à Presidência da República, quem será a figura ideal para ser o próximo Chefe de Estado, em Portugal, nas eleições a realizar em 2026? Porquê?

Tentando fugir a todos os condicionamentos que se desenvolvem a muitos meses das eleições presidenciais, é importante referir que se António Filipe não chegar à Presidência da República, então não teremos a figura ideal em Belém. Estou certo de que a sua candidatura é a única que tem como principal interesse o respeito integral pelo cumprimento da Constituição. Dos candidatos que se apresentaram, não vejo ninguém com as capacidades do meu camarada nem com a possibilidade de alargamento a uma ampla frente progressista, hoje condição necessária para respondermos aos desafios que enfrentamos. O nosso país tem muito a ganhar com António Filipe como presidente.