Dirigente sindical conta ao ‘Litoralgarve’: “Greve da maioria dos trabalhadores provoca caos no atendimento, com dezenas de clientes em filas” no Supermercado Lidl, em Lagos

“De um total de 22 trabalhadores escalados, apenas compareceram quatro” ao serviço, “o que contribuiu para gerar muita confusão no atendimento dos clientes. E até se chegou a admitir fechar o supermercado às 14h00 por falta de capacidade operacional”, disse, em entrevista ao nosso Jornal, Maria José Madeira, coordenadora regional da Delegação do Algarve do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritório e Serviços de Portugal, sobre a greve geral na passada quinta-feira, dia 11 de Dezembro.

“Em face dessa situação, o responsável desta loja do Lidl decidiu chamar trabalhadores que estavam de folga e outros de vários sectores, que tinham saído do serviço já ao início da madrugada desta quinta-feira e que nem sequer tinham cumprido o tempo de descanso necessário”, o que levou esta dirigente sindical “a pedir a presença de representantes da Inspecção de Trabalho” para tomar conta da ocorrência. Maria José Madeira aponta várias lacunas sentidas no Lidl, em Lagos, e mostra-se disponível para novas formas de luta.

José Manuel Oliveira

“Um caos no atendimento, com dezenas de clientes em filas”. Foi deste modo que Maria José Madeira, dirigente, no Algarve, do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritório e Serviços de Portugal (CESP) descreveu, ao  final da tarde de quinta-feira, dia 11 de Dezembro de 2025, em declarações ao ‘Litoralgarve’, o ambiente registado no Supermercado Lidl, na Avenida da República, na cidade  de Lagos, em consequência da adesão de muitos trabalhadores deste estabelecimento à greve geral no país.

“Foram alterados, de forma ilegal, horários de trabalho e, por isso pedimos a presença de representantes da Inspeção de Trabalho para tomar conta da ocorrência, o que aconteceu já ao final do dia”

“De um total de 22 trabalhadores escalados, apenas compareceram quatro, o que contribuiu para gerar muita confusão no atendimento dos clientes. E até se chegou a admitir fechar o supermercado às 14h00 por falta de capacidade operacional. Em face dessa situação, o responsável desta loja do Lidl decidiu chamar trabalhadores que estavam de folga e outros de vários sectores, que tinham saído do serviço já ao início da madrugada desta quinta-feira e que nem sequer tinham cumprido o tempo de descanso necessário. Foram alterados, de forma ilegal, horários de trabalho e, por isso pedimos a presença de representantes da Inspecção de Trabalho para tomar conta da ocorrência, o que aconteceu já ao final do dia” contou, ao nosso Jornal, aquela dirigente sindical.

Pese embora os transtornos causados pela greve da maioria dos trabalhadores – 22 – “tudo decorreu sem incidentes e até contando com a solidariedade de muitos clientes, portugueses e estrangeiros, que apoiaram a nossa forma de luta contra o Pacote Laboral pretendido pelo atual Governo, que irá contribuir para o agravar das condições de trabalho, facilitar despedimentos dos funcionários mais velhos para contratar colaboradores mais novos a prazo e sem direitos.”

Apesar dos transtornos causados “pela greve da maioria dos trabalhadores – 22 nesta quinta-feira” – acrescentou Maria José Madeira, “tudo decorreu sem incidentes e até contando com a solidariedade de muitos clientes, portugueses e estrangeiros, que apoiaram a nossa forma de luta contra o Pacote Laboral pretendido pelo atual Governo, que irá contribuir para o agravar das condições de trabalho, facilitar despedimentos dos funcionários mais velhos para contratar colaboradores mais novos a prazo e sem direitos.”

“Neste momento, os trabalhadores do Lidl, em Lagos, auferem, em média, um salário de 600 euros mensais, pois são trabalhadores de ‘part- time’ de 28 horas semanais. Tal sucede numa das lojas desta cadeia de supermercados que mais factura no país – cerca de 60.000 euros por dia”

De acordo com aquela dirigente sindical, na maioria dos casos, “neste momento os trabalhadores do Lidl, em Lagos, auferem em média um salário de 600 euros mensais, pois são trabalhadores de ‘part-time’ de 28 horas semanais. “Tal sucede numa das lojas desta cadeia de supermercados que mais fatura no país – cerca de 60.000 euros por dia”, observou.

Lidl na cidade de Lagos tem “um quadro de, aproximadamente, 40 trabalhadores, que são poucos para as necessidades, sendo necessários o dobro para atender com eficácia a todos os serviços”

O Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritório e Serviços de Portugal está “disponível” para apoiar novas formas de luta dos funcionários deste estabelecimento, nomeadamente com “concentrações junto à sede da empresa” no concelho de Sintra, e “ações conjuntas” noutros países

Por outro lado, alertou Maria José Madeira, “este estabelecimento conta com um quadro de, aproximadamente, 40 trabalhadores, que são poucos para as necessidades, sendo necessários o dobro para atender com eficácia a todos os serviços.” O Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritório e Serviços de Portugal está “disponível” para apoiar novas formas de luta dos funcionários do Lidl, em Lagos, nomeadamente com “concentrações junto à sede da empresa” no concelho de Sintra, e “ações conjuntas” noutros países.

“Aumentos salariais dignos de, pelo menos, 150 euros”, e das cargas horárias, no mínimo, de 30 horas semanais”, entre as reivindicações

“Estes trabalhadores também reivindicam aumento das cargas horárias para, no mínimo, de 30 horas semanais, e aumentos salariais dignos de, pelo menos, 150€”, concluiu a dirigente sindical Maria José Madeira.