Entrevista ao candidato da AD (PSD e CDS-PP) à presidência da Câmara de Lagos, Gilberto Viegas: “Tenho a experiência de liderar executivos com e sem maioria absoluta”

“Esse cenário talvez fosse um drama para o atual presidente [socialista Hugo Pereira,]. Comigo não será. Estarei disponível para ouvir e acolher as propostas dos vereadores da oposição.”

“O mandato terá a duração normal dos 4 anos. Estou seguro de que a democracia funcionará, como sempre funcionou, em todas as Câmaras onde não existiram maiorias absolutas de um só partido.”

Os efeitos de três mandatos consecutivos na liderança do executivo municipal de Vila do Bispo – “A função de Presidente de Câmara permite a possibilidade de dominar quase todas as áreas de atividade que se relacionam com a vida das pessoas, das empresas e do território. Tanto as que estão na competência direta do Município, como as competências de outras entidades, públicas e privadas, designadamente da Administração Central. Quando essa ação é desenvolvida durante 12 anos, de forma tão intensa e abrangente (…) poder-se-á perceber que se adquire a experiência, a visão e a capacitação de gerir qualquer Câmara Municipal, empresa pública ou privada.”

Na Câmara de Lagos, “a reestruturação orgânica dos serviços municipais é um propósito, para dar maior eficácia e eficiência no desempenho, garantir que os funcionários se sintam motivados e como parte integrante desta grande equipa municipal que quer virar a página e abrir um novo ciclo na gestão do Município.”

“Queremos que o ponto de partida seja de rigor e total transparência, para não haver surpresas nas contas públicas e no cumprimento das regras da contratação pública. A partir daí, prosseguiremos dando expressão ao nosso programa eleitoral e à elaboração do Plano de Atividades e Orçamento de 2026, cumprindo os compromissos que assumimos nesta candidatura”

“Nenhuma outra experiência governativa se pode equiparar à função de um presidente de câmara, particularmente quando é exercida com paixão, determinação e sentido de responsabilidade, porque é a vida de uma comunidade que está na dependência das nossas decisões.”

“O mandato terá a duração normal dos 4 anos. Estou seguro de que a democracia funcionará, como sempre funcionou, em todas as Câmaras onde não existiram maiorias absolutas de um só partido.” É a convicção expressa, nesta entrevista concedida por escrito ao ‘Litoralgarve”, pelo candidato da AD (PSD e CDS/PP) a presidente da Câmara Municipal de Lagos, o social-democrata Gilberto Viegas, em que arrasa a gestão do atual responsável, socialista Hugo Pereira. E numa altura em que se considera preparado para assumir o cargo, devido à “experiência” acumulada durante três mandatos no executivo municipal de Vila do Bispo, deixa, desde já, recados, inclusivamente aos serviços autarquia.

“Há algumas prioridades na área da decisão, como seja pedir aos serviços municipais relatórios sobre o ponto de situação de várias áreas fundamentais, como os processos da habitação, que têm que avançar com condições técnicas e financeiras adequadas para serem concretizadas. E como não pode deixar de ser, a informação circunstancial da gestão financeira da câmara, em matéria de compromissos assumidos com fornecedores e prestadores de serviços. Particularmente, com tanta azáfama que tem existido nestes dois últimos meses, com obras e “obrazinhas”, subsídios e outros compromissos financeiros que sabemos vão aparecer, por força do “esforço” eleitoralista que o atual executivo está a efetuar sem olhar a meios, como se não houvesse amanhã.”

Mas há mais na perspectiva de Gilberto Viegas: “E se for necessário, auditar procedimentos, despesas e financiamentos, que sabemos serem de milhões de euros, pelo que se sabe serem as decisões tomadas nas reuniões de câmara, mas também por despacho direto do presidente e dos vereadores com competências delegadas”.

É que, como faz questão de frisar, “queremos que o ponto de partida seja de rigor e total transparência, para não haver surpresas nas contas públicas e no cumprimento das regras da contratação pública.” Apesar da aposta na habitação como prioridade, Gilberto Viegas, conhecido pelo seu rigor, mostra-se, sobretudo, cauteloso, recusando indicar números ao nível da construção de fogos. Quer, para já, conhecer as contas do município de Lagos, os encargos já assumidos nestes quatro de mandato, que agora termina, para poder tomar decisões, embora não lhe faltem ideias e ambição. Isto, quando espera liderar a Câmara, a partir de Outubro, mês em que completa 67 anos de idade, no dia 26, véspera do Dia da Cidade, em honra do seu padroeiro São Gonçalo de Lagos.

Paulo Silva

José Manuel Oliveira

Litoralgarve – Que experiência lhe proporcionou os mandatos como presidente da Câmara Municipal de Vila do Bispo e, neste último, como deputado na Assembleia Municipal?

Gilberto Viegas – A função de Presidente de Câmara permite a possibilidade de dominar quase todas as áreas de atividade que se relacionam com a vida das pessoas, das empresas e do território. Tanto as que estão na competência direta do Município, como as competências de outras entidades, públicas e privadas, designadamente da Administração Central. Quando essa ação é desenvolvida durante 12 anos, de forma tão intensa e abrangente, seja no Planeamento, Ordenamento do Território, Proteção Civil, Gestão Financeira e de Recursos Humanos, Direito Administrativo e de Ordenamento do Território, empreitadas, Desporto, Cultura, Educação, Habitação e tudo o que se possa imaginar na esfera de competências de um Município, poder-se-á perceber que se adquire a experiência, a visão e a capacitação de gerir qualquer Câmara Municipal, empresa pública ou privada.

É um enorme desafio, mas simultaneamente um grande privilégio poder operar a mudança na condição de vida dos nossos concidadãos e na harmonização espacial do território. Nenhuma outra experiência governativa se pode equiparar à função de um presidente de câmara, particularmente quando é exercida com paixão, determinação e sentido de responsabilidade, porque é a vida de uma comunidade que está na dependência das nossas decisões.

Ser membro de uma Assembleia Municipal é adquirir o conhecimento de novas competências e a partir de um órgão não executivo, saber influenciar a ação do executivo na tomada de decisões mais eficazes, com critério e prioridade, na resolução das carências que permanentemente se colocam a uma comunidade. Foi uma nova forma de ver e atuar de um ponto de vista diferente da função executiva. Diria que foi mais um enriquecimento curricular e uma experiência autárquica que me faltava viver.

“Há algumas prioridades na área da decisão, como seja pedir aos serviços municipais relatórios sobre o ponto de situação de várias áreas fundamentais, como os processos da habitação, que têm que avançar com condições técnicas e financeiras adequadas para serem concretizadas. E como não pode deixar de ser, a informação circunstancial da gestão financeira da câmara, em matéria de compromissos assumidos com fornecedores e prestadores de serviços. Particularmente, com tanta azáfama que tem existido nestes dois últimos meses, com obras e “obrazinhas”, subsídios e outros compromissos financeiros que sabemos vão aparecer, por força do “esforço” eleitoralista que o atual executivo está a efetuar sem olhar a meios, como se não houvesse amanhã.”

“E se for necessário, auditar procedimentos, despesas e financiamentos, que sabemos serem de milhões de euros, pelo que se sabe serem as decisões tomadas nas reuniões de câmara, mas também por despacho direto do presidente e dos vereadores com competências delegadas. Queremos que o ponto de partida seja de rigor e total transparência, para não haver surpresas nas contas públicas e no cumprimento das regras da contratação pública.”

Litoralgarve – Qual é a primeira medida que tomará se for eleito presidente da Câmara Municipal de Lagos? E porquê?

Gilberto Viegas – É uma pergunta que não pode ter apenas uma resposta, de forma tão sintética. Para que se possa exercer o cargo é preciso, em primeiro lugar, construir todo o processo administrativo que comporta o funcionamento de um executivo municipal. Desde a designação dos vereadores em permanência, à atribuição dos pelouros, a constituição das condições de operacionalidade do órgão executivo, habitualmente designado por câmara municipal. Mas, se bem percebi a questão, há algumas prioridades na área da decisão, como seja pedir aos serviços municipais relatórios sobre o ponto de situação de várias áreas fundamentais, como os processos da habitação, que têm que avançar com condições técnicas e financeiras adequadas para serem concretizadas. E como não pode deixar de ser, a informação circunstancial da gestão financeira da câmara, em matéria de compromissos assumidos com fornecedores e prestadores de serviços. Particularmente, com tanta azáfama que tem existido nestes dois últimos meses, com obras e “obrazinhas”, subsídios e outros compromissos financeiros que sabemos vão aparecer, por força do “esforço” eleitoralista que o atual executivo está a efetuar sem olhar a meios, como se não houvesse amanhã. E se for necessário, auditar procedimentos, despesas e financiamentos, que sabemos serem de milhões de euros, pelo que se sabe serem as decisões tomadas nas reuniões de câmara, mas também por despacho direto do presidente e dos vereadores com competências delegadas.

Queremos que o ponto departida seja de rigor e total transparência, para não haversurpresas nas contas públicas e no cumprimento dasregras da contratação pública. A partir daí,prosseguiremos dando expressão ao nosso programaeleitoral e à elaboração do Plano de Atividades eOrçamento de 2026, cumprindo os compromissos queassumimos nesta candidatura.

No sector da habitação, “não me apresentei em campanha eleitoral a prometer qualquer número de fogos, porque não concordo, nem sigo essa “fórmula mágica”. Durante o primeiro ano de mandato, apresentarei as perspectivas de concretização para o mandato e seguintes (a tal década de que já falei), em número e localização dos fogos e nas modalidades em que irão ser concretizados.” Há que, “de forma direta e objetiva, apoiar os jovens casais até aos 35 anos de idade, na aquisição de habitação a custos controlados, seja no regime de renda acessível, com opção de compra a 10 anos, ou de compra imediata.”

Apostar na “reabilitação das habitações devolutas, que são às dezenas na cidade e nas freguesias rurais, seja para a população residente, seja para a mão-de-obra imigrante, para a qual as empresas empregadoras deverão dar essa resposta com o apoio e colaboração da Câmara Municipal.”

“Outra intervenção prioritária será garantir a limpeza urbana e arrumação eficaz do concelho e da cidade, em particular, para mudar a imagem degradante que se regista, por muito esforço que esteja a ser feito nestes dois últimos meses. Outra área é a reparação e conservação dos vários equipamentos desportivos e de lazer que por aí se encontram em condições de degradação. Obviamente, a conservação do património histórico, como é exemplo o Forte da Ponta da Bandeira.”

Litoralgarve – Nos próximos quatro anos de mandato, quais serão as suas principais prioridades? O que garante à população do concelho de Lagos que irá concretizar?

Gilberto Viegas – Desde logo a habitação. É uma resposta que tem de serdada de forma sucessiva. O que foi lançado a concursosem financiamento garantido e garanti-lo. Prosseguirnesta área para planear e programar novas construções,por via direta ou através dos vários mecanismos decooperativa ou parcerias público privadas. A resposta naárea da habitação tem de ser o mais abrangente possívelpara que o saldo final seja francamente superior ao quefoi concretizado até agora.

Não me apresentei em campanha eleitoral a prometer qualquer número de fogos, porque não concordo, nem sigo essa “fórmula mágica”. Durante o primeiro ano de mandato, apresentarei as perspetivas de concretização para o mandato e seguintes (a tal década de que já falei), em número e localização dos fogos e nas modalidades em que irão ser concretizados. Habitação social, habitação a custos controlados, em regime de cooperativa ou regime público privado, sem descurar a reabilitação das habitações devolutas, que são às dezenas na cidade e nas freguesias rurais, seja para a população residente, seja para a mão-de-obra imigrante, para a qual as empresas empregadoras deverão dar essa resposta com o apoio e colaboração da Câmara Municipal. De uma forma direta e objetiva, apoiar os jovens casais até aos 35 anos de idade, na aquisição de habitação a custos controlados, seja no regime de renda acessível, com opção de compra a 10 anos, ou de compra imediata.

“Na área do planeamento urbanístico e ordenamento do território, tirar das gavetas os estudos e planos e dar-lhes tradução em projetos de execução, para mudarmos a imagem da cidade e do concelho”

E prossegue:

– Outra intervenção prioritária será garantir a limpeza urbana e arrumação eficaz do concelho e da cidade, em particular, para mudar a imagem degradante que se regista, por muito esforço que esteja a ser feito nestes dois últimos meses. Outra área é a reparação e conservação dos vários equipamentos desportivos e de lazer que por aí se encontram em condições de degradação. Obviamente, a conservação do património histórico, como é exemplo o Forte da Ponta da Bandeira.

Na área do planeamento urbanístico e ordenamento do território, tirar das gavetas os estudos e planos e dar-lhes tradução em projetos de execução, para mudarmos a imagem da cidade e do concelho. Outras ações complementares terão que ser implementadas para cumprirmos o programa eleitoral que apresentamos a sufrágio dos nossos concidadãos eleitores, nestas autárquicas do dia 12 de outubro.

A reestruturação orgânica dos serviços municipais é um propósito, para dar maior eficácia e eficiência no desempenho, garantir que os funcionários se sintam motivados e como parte integrante desta grande equipa municipal que quer virar a página e abrir um novo ciclo na gestão do Município. Com mais transparência, rigor e igualdade de oportunidades para todos, onde o mérito e o desempenho sejam a pedra de toque da nova estrutura municipal, constituída pelos autarcas e pelos funcionários.

Nos contatos estabelecidos, “dizem-nos que é preciso existir uma mudança nas próximas eleições, porque estão descontentes com o trabalho do atual executivo e o rumo que o concelho tomou nos últimos anos.”

“É preciso não ter medo de mudar, quando a alternativa dá confiança e segurança. Pela falta de limpeza e ordenamento da cidade; pela degradação dos vários equipamentos; pela falta de transparência e informação na gestão da câmara. A falta de habitação e dos critérios de atribuição dos poucos fogos que construíram, que são sempre para os “mesmos”. Uma certa descriminação em função da cor partidária. A falta de proximidade do Presidente da Câmara e muita demora nas decisões. Enfim, várias apreciações que denotam um fim de ciclo de quem já não demonstra capacidade e energia para fazer melhor do que o pouco que foi feito até agora.”

Litoralgarve – O que lhe dizem os populares, nas ruas e noutros locais públicos, e os representantes de entidades oficiais, nos contactos que tem estabelecido? Que preocupações manifestam?

Gilberto Viegas – Dizem-nos que é preciso existir uma mudança naspróximas eleições, porque estão descontentes com otrabalho do atual executivo e o rumo que o concelhotomou nos últimos anos. É preciso não ter medo demudar, quando a alternativa dá confiança e segurança.Pela falta de limpeza e ordenamento da cidade; peladegradação dos vários equipamentos; pela falta detransparência e informação na gestão da câmara. A faltade habitação e dos critérios de atribuição dos poucosfogos que construíram, que são sempre para os“mesmos”. Uma certa descriminação em função da corpartidária. A falta de proximidade do Presidente daCâmara e muita demora nas decisões. Enfim, váriasapreciações que denotam um fim de ciclo de quem já nãodemonstra capacidade e energia para fazer melhor doque o pouco que foi feito até agora.

As instituiçõesreclamam maior proximidade do executivo aos problemasreais da comunidade, numa colaboração profícua com oseu desempenho, que nem sempre se tem de traduzirem apoios financeiros. Quando se fala da falta deplaneamento, estamos também a falar da falta deprevisibilidade da gestão. Um gestor precisa claramentede saber com o que conta, particularmente nas políticasque a Câmara Municipal segue nos diferentes sectores deatividade do Município. Dispensa ações pontuais ecasuísticas. Regras claras e objetivas é o que se precisapara qualquer gestor, público ou privado, exercer o seupapel.

Combater a insegurança resultante do tráfico e consumo de droga em Lagos, com o “reforço dos ativos de segurança, PSP e GNR, exigência que faremos ao governo; a implementação da videovigilância; o reforço da Polícia Municipal, que deverá ter maior presença no exterior; reforçar a iluminação pública; e garantir maior policiamento de proximidade.” E “fazer funcionar com maior assiduidade o Conselho Municipal de Segurança.”

Litoralgarve – A vaga de assaltos, nomeadamente com vidros de estabelecimentos partidos durante as madrugadas, associada ao tráfico e consumo de droga, é um dos principais problemas de Lagos, onde se receia o agravamento da situação. Como pensa ser possível combater tudo isso?

Gilberto Viegas – [Com] as medidas que estabelecemos no programa eleitoral: reforço dos ativos de segurança, PSP e GNR, exigência que faremos ao governo; a implementação da videovigilância; o reforço da Polícia Municipal, que deverá ter maior presença no exterior; reforçar a iluminação pública; e garantir maior policiamento de proximidade. [Há que] fazer funcionar com maior assiduidade o Conselho Municipal de Segurança.

Imigração? “Estão mais 4 hotéis previstos. Isto por si já implica mais mão-de-obra, naturalmente vinda de fora do concelho e até de fora do país. Estas pessoas são necessárias para a economia local.”

“Quem vem por bem merece ser acolhido”

Litoralgarve – Que avaliação faz sobre a imigração em Lagos? O concelho necessita de mais imigrantes para resolver o problema da mão-de-obra de que muitos empresários se queixam?

Gilberto Viegas – Estão mais 4 hotéis previstos. Isto por si já implica mais mão-de-obra, naturalmente vinda de fora do concelho e até de fora do país. Estas pessoas são necessárias para a economia local. É preciso enquadrar esses cidadãos e assuas famílias nas várias áreas de atividade e nas condições de inclusão na comunidade onde estão inseridos. Na aprendizagem da língua portuguesa, no alojamento, na educação, na formação profissional.

Considero que estas são políticas em que o governo central e as autarquias têm de conjugar esforços para resolver com brevidade e eficácia esta questão. Quem vem por bem merece ser acolhido.

“A avaliação é negativa” em relação ao atual mandato camarário. “Já tinha essa opinião no momento em que aceitei esta candidatura à Câmara Municipal de Lagos e mais se acentuou com o que tenho vindo a constatar no terreno durante esta campanha eleitoral. Há situações que roçam o inadmissível, para não usar outo termo.”

“De negativo, claramente o falhanço rotundo na habitação, o despesismo mal explicado, como é exemplo os 300 mil euros da escultura ??? na rotunda do [antigo hotel] São Cristóvão, a falta de transparência na gestão, a limpeza urbana, as falhas na conservação do património, como é exemplo gritante o estado de degradação do Forte da Ponta da Bandeira e do molhe, o caos no parque escolar, como são exemplo as obras na Escola das Naus, o sucessivo recurso à instalação de contentores nas escolas a servir de salas de aula, o mau planeamento urbano, com grandes falhas ao nível dos equipamentos e espaços verdes.”

“De positivo, talvez apontasse os passadiços da orla costeira na Meia-Praia e a requalificação da Ponta da Piedade, algumas participações da Câmara Municipal na área da saúde, para suprir algumas lacunas dos sucessivos governos, e não me ocorre mais nada de relevante.”

Litoralgarve – Como avalia este mandato camarário, presidido pelo socialista Hugo Pereira? Quais são os aspectos positivos e negativos que destaca?

Gilberto Viegas – Obviamente que a avaliação é negativa. Já tinha essa opinião no momento em que aceitei esta candidatura à Câmara Municipal de Lagos e mais se acentuou com o que tenho indo a constatar no terreno durante esta campanha eleitoral. Há situações que roçam o inadmissível, para não usar outo termo.

De positivo, talvez apontasse os passadiços da orla costeira na Meia-Praia e a requalificação da Ponta da Piedade, algumas participações da Câmara Municipal na área da saúde, para suprir algumas lacunas dos sucessivos governos, e não me ocorre mais nada de relevante.

De negativo, claramente o falhanço rotundo na habitação, o despesismo mal explicado, como é exemplo os 300 mil euros da escultura ??? na rotunda do [antigo hotel] São Cristóvão, a falta de transparência na gestão, a limpeza urbana, as falhas na conservação do património, como é exemplo gritante o estado de degradação do Forte da Ponta da Bandeira e do molhe, o caos no parque escolar, como são exemplo as obras na Escola das Naus, o sucessivo recurso á instalação de contentores nas escolas a servir de salas de aula, o mau planeamento urbano, com grandes falhas ao nível dos equipamentos e espaços verdes. E muitas outras situações, que se torna cansativo descrevê-las. Tantas e tantas são as situações que o próximo executivo terá um trabalho gigantesco para corrigir e resolver.

Litoralgarve – Sente o actual presidente mesmo motivado para o cargo que desempenha e a que se recandidata?

Gilberto Viegas – É uma questão que terão de lhe colocar diretamente aele.

“Vão perdoar-me, mas não sou comentador político e não me cabe fazer essa apreciação” sobre os restantes candidatos à presidência da Câmara Municipal de Lagos

Litoralgarve – O que pensa dos outros candidatos à presidência da Câmara Municipal de Lagos: Paulo Rosário Dias (Chega), Alexandre Nunes (CDU), Luís Barroso (Lagos Com Futuro) e Maria João Sacadura (Livre)?

Gilberto Viegas – Vão perdoar-me, mas não sou comentador político e não me cabe fazer essa apreciação.

“Estou seguro de que a democracia funcionará, como sempre funcionou, em todas as Câmaras onde não existiram maiorias absolutas de um só partido. Talvez essa fosse uma tarefa mais difícil para o Partido Socialista e para o atual presidente, que não sabe estar de outra forma que não seja nas maiorias absolutas e na postura do quero, posso e mando, sem considerar os eleitos da oposição. O que denota grande falta de cultura democrática.”

“Comigo isso não acontecerá, já que tenho a experiência de liderar executivos com e sem maioria absoluta. Esse cenário talvez fosse um drama para o atual presidente. Comigo não será. Estarei disponível para ouvir e acolher as propostas dos vereadores da oposição, sempre que as mesmas forem ao encontro dos interesses do concelho e do bem-estar da população, mesmo com maioria absoluta.”

Litoralgarve – Se não houver maioria absoluta de um só partido ou formação política, como perspectiva a gestão camarária e os próximos anos no município de Lagos? Poderá ser um mandato de curta duração?

Gilberto Viegas – O mandato terá a duração normal dos 4 anos. Estou seguro de que a democracia funcionará, como sempre funcionou, em todas as Câmaras onde não existiram maiorias absolutas de um só partido. Talvez essa fosse uma tarefa mais difícil para o Partido Socialista e para o atual presidente, que não sabe estar de outra forma que não seja nas maiorias absolutas e na postura do quero, posso e mando, sem considerar os eleitos da oposição. O que denota grande falta de cultura democrática.

Comigo isso não acontecerá, já que tenho a experiência de liderar executivos com e sem maioria absoluta. Esse cenário talvez fosse um drama para o atual presidente. Comigo não será. Estarei disponível para ouvir e acolher as propostas dos vereadores da oposição, sempre que as mesmas forem ao encontro dos interesses do concelho e do bem-estar da população, mesmo com maioria absoluta. Não tenho complexos dessa natureza, como outros têm revelado.

Litoralgarve – Que acordos políticos estará disponível para estabelecer?

Gilberto Viegas – De certa forma respondi na questão anterior. Todavia, deixemos que a população faça o seu juízo no próximo dia 12 de outubro. Depois, a democracia há-de funcionar naturalmente.

O elogio ao “comportamento salutar e correcto das várias candidaturas em campanha” e “um apelo aos nossos concidadãos eleitores” – “Votem e contribuam para a tomada de decisão na escolha dos órgãos autárquicos de Freguesia, de Assembleia Municipal e da Câmara Municipal”

Tal como sucedeu com os outros candidatos à presidência da Câmara Municipal de Lagos, o ‘Litoralgarve’ disponibilizou, no final desta entrevista, um espaço para Gilberto Viegas abordar qualquer outro assunto. Eis a resposta do candidato da coligação, liderada pelo PSD:

– Quero aproveitar esta oportunidade para agradecer a forma cordial como temos sido acolhidos pelos cidadãos e pelas instituições, nesta campanha de contacto próximo e direto. Também registo o comportamento salutar e correto das várias candidaturas em campanha. E sobretudo deixo um apelo aos nossos concidadãos eleitores, para que no dia 12 de outubro aproveitem o domingo e entre o passeio dominical, o convívio em família e os seus afazeres de fim-de-semana, se desloquem às assembleias de voto e expressem a sua vontade, votando. Votem e contribuam para a tomada de decisão na escolha dos órgãos autárquicos de Freguesia, de Assembleia Municipal e da Câmara Municipal.

Muitos e muitos dos nossos concidadãos disponibilizaram-se para integrar as listas candidatas, porque acreditam num futuro melhor para o nosso Município e para todos nós. Espero, agora, a participação de todos, votando e escolhendo, não deixando aos outros a decisão que cabe a cada um de nós.”

Licenciado em Engenharia Electrotécnica e professor do ensino secundário, aposentado, o social-democrata Gilberto Viegas é natural da Freguesia de Budens, do concelho de Vila do Bispo, e reside há 42 anos em Lagos, onde foi vereador em regime de permanência da Câmara Municipal, entre 1989 e 1993. Em seguida, durante três mandatos, presidiu ao executivo de Vila do Bispo.

Neste questionário do ‘Litoralgarve’, o candidato da AD (PSD – CDS/PP) à liderança da edilidade lacobrigense preferiu não responder a várias das questões apresentadas.

Nome completo: Gilberto Repolho dos Reis Viegas

Data do nascimento: 26 de outubro de 1958

Signo: Escorpião

Estado Civil: Viúvo

Filhos: Dois filhos, 37 e 32 anos de idade

Naturalidade: Freguesia de Budens – [concelho de] Vila do Bispo.

Residência: Em Lagos, há 42 anos.

Filiação partidária: PSD – Partido Social Democrata.

Cargos políticos que já desempenhou (e exerce): Vereador em permanência na Câmara Municipal deLagos – 1989/1993, com os Pelouros de Águas eSaneamento, Ambiente, Oficinas, Armazéns e Viaturas,Iluminação Pública e Desporto.

Presidente da Câmara Municipal de Vila do Bispo – 1997/2009.

Membro do Conselho de Administração, não executivo, e Membro da Comissão de Vencimentos das Águas do Algarve-EP e da ALGAR-EP, em representação dos Municípios do Algarve.

Diretor Regional de Economia do Algarve – 2012/2015.

Membro da Assembleia Municipal de Vila do Bispo – 2021/2025.

Membro da Assembleia Intermunicipal da AMAL – 2021/2025.

Funções que ocupa (e já ocupou) em clubes e associações: Presidente da Direção e Presidente daAssembleia Geral do Clube ABC “Os Espichenses” – 1987/1989 e 1989/1991, respetivamente.

Profissão: Professor Efetivo do Ensino Secundário – Aposentado

Formação académica: Licenciado em Engenharia Eletrotécnica

Outros idiomas que domina: Inglês e Francês.

Frequentou o CAGEP, que o habilita ao desempenho de cargos de Direção Superior da Administração Pública.

Clube desportivo da sua preferência:

Como ocupa os tempos livres:

Onde costuma passar férias:

Gastronomia/qual é o prato preferido:

Religião:

A sua principal virtude:

E o seu principal defeito:

A figura nacional que mais admira e porquê?

E a nível internacional?

Portugal faz bem em reconhecer o Estado da Palestina? Porquê?

Como avalia os dois mandatos do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa?

Se o social-democrata Marques Mendes não for eleito o próximo Chefe de Estado, em Portugal, nas eleições a realizar em 2026, quem será a figura ideal para desempenhar o cargo? Porquê?